“MÃE... MINHA CRIANÇA ” Vendo você mãezinha penso nos mistérios desta doença, Alzheimer. Quem na vida nunca passou pela saudade dos tempos de criança?
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MÃE... MINHA CRIANÇA
” Vendo você mãezinha penso nos mistérios desta doença,
Alzheimer".
Quem na vida nunca passou
pela saudade dos tempos de criança? Acho que todos. Saudade de um
universo encantado mesmo que só existindo dentro de nossas
cabecinhas. Por muitas vezes, procuramos fechar os olhos para sentir
o cheiro de nossa infância, o gosto, voltar a sentir-nos criança.
Hoje mãe, o Alzheimer te fez menininha, você voltou a ser criança.
Você segura firme suas duas bonecas, chora de fome ou de manhosa
pedindo atenção ou por ter medo dos fantasminhas que confundem sua
cabeça. “MÃE... MINHA CRIANÇA ” Vendo você mãezinha penso
nos mistérios desta doença, Alzheimer. Quem na vida nunca passou
pela saudade dos tempos de criança? Acho que todos. Saudade de um
universo encantado mesmo que só existindo dentro de nossas
cabecinhas. Por muitas vezes, procuramos fechar os olhos para sentir
o cheiro de nossa infância, o gosto, voltar a sentir-nos criança.
Hoje mãe, o Alzheimer te fez menininha, você voltou a ser criança.
Você segura firme suas duas bonecas, chora de fome ou de manhosa
pedindo atenção ou por ter medo dos fantasminhas que confundem sua
cabeça.
Quando criança era você
que me pegava no colo, acalentava, oferecia seu seio, vigiava meu
sono que temia não vir. Hoje sou eu, que te acalento, troco fraldas,
dou banho, canto músicas de ninar, faço sua papinha. Já nem te
chamo de mãe, mas minha filhinha. Existe consolo com o DA? Assim
procuro. Espero que com o retorno a infância sua cabeça também
venha povoar- se de fantasias, de pensamentos mágicos e que não
veja os males da doença, com o tempo, chegando. Quando criança era
você que me pegava no colo, acalentava, oferecia seu seio, vigiava
meu sono que temia não vir. Hoje sou eu, que te acalento, troco
fraldas, dou banho, canto músicas de ninar, faço sua papinha. Já
nem te chamo de mãe, mas minha filhinha. Existe consolo com o DA?
Assim procuro. Espero que com o retorno a infância sua cabeça
também venha povoar- se de fantasias, de pensamentos mágicos e que
não veja os males da doença, com o tempo, chegando.
Vamos aproveitar e
brincar, fazer nossas graças enquanto ainda sabes sorrir. Vamos
pensar em tolices, preocupar com o nada pois temo o dia em que você
nem mesmo saiba sorrir ou que não me reconheça. Já repararam no
rosto de seus “filhinhos”. São rostinhos de criança, inocentes,
anjinhos. Mãe, sou ainda sua filha, desculpe-me, mas este papel de
ser sua mãe eu não esperava, eu tive que aceitar. Queria ter apenas
um segundo e voltar a ser sua filha, vê-la ajeitar minha roupa antes
de ir trabalhar ou chegando a noite, saber que da gretinha da janela
estás a me aguardar. Vamos aproveitar e brincar, fazer nossas graças
enquanto ainda sabes sorrir. Vamos pensar em tolices, preocupar com o
nada pois temo o dia em que você nem mesmo saiba sorrir ou que não
me reconheça. Já repararam no rosto de seus “filhinhos”. São
rostinhos de criança, inocentes, anjinhos. Mãe, sou ainda sua
filha, desculpe-me, mas este papel de ser sua mãe eu não esperava,
eu tive que aceitar. Queria ter apenas um segundo e voltar a ser sua
filha, vê-la ajeitar minha roupa antes de ir trabalhar ou chegando a
noite, saber que da gretinha da janela estás a me aguardar.
Quero ser surpreendida
com o pedaço da empada que deixastes para mim, sempre fostes assim,
dividias tudo. Deixe-me, mãe, encostar minha cabeça em seu colo,
faça cachinhos em meus cabelos, eu já não me importo pelos pitos,
perdoe-me se as vezes não consegui dar-lhe razão e fui teimosa. Mas
hoje mãe, olhando você, não entendes quase nada, balbucias frases,
palavras, nem importa de ficar peladinha, inocente, você é a nossa
criancinha. Quero ser surpreendida com o pedaço da empada que
deixastes para mim, sempre fostes assim, dividias tudo. Deixe-me,
mãe, encostar minha cabeça em seu colo, faça cachinhos em meus
cabelos, eu já não me importo pelos pitos, perdoe-me se as vezes
não consegui dar-lhe razão e fui teimosa. Mas hoje mãe, olhando
você, não entendes quase nada, balbucias frases, palavras, nem
importa de ficar peladinha, inocente, você é a nossa criancinha.
É filhinha, mãezinha,
não sei, vai chegar o dia (posso também não ver), o momento, que
não serás nem criança, nem mãe, ficarás no porto, esperando o
teu nascimento, ganharás de Deus asas, o céu, transformando-se no
nosso eterno ANJO. Mas enquanto ainda és nossa filhinha, deixe- me
Senhor, aproveitar muitos e muitos dias de folia, de cheiro, deixe-me
o prazer de ver nas manhãs o brilho deste olhar de menininha.
Que seus filhos,
principalmente seus netos, saibam aproveitar tudo isto, que tenham em
seus corações que tanto quanto ela precisa de nosso carinho,
precisamos todos colher os momentos preciosos de ter tão ainda ao
nosso lado, nossa e sempre amada Mamãe “Com todo carinho, respeito
e dedicação Sabendo que sua mente me vê como sua Mãe e sendo sua
filha assino : Sua mãe mais nova “ Que seus filhos, principalmente
seus netos, saibam aproveitar tudo isto, que tenham em seus corações
que tanto quanto ela precisa de nosso carinho, precisamos todos
colher os momentos preciosos de ter tão ainda ao nosso lado, nossa e
sempre amada Mamãe “Com todo carinho, respeito e dedicação
Sabendo que sua mente me vê como sua Mãe e sendo sua filha assino :
Sua mãe mais nova “
(Nair Prudente Formatado
em 6/05/2007 “ Ensina-nos a contar os nossos dias De tal maneira
que alcancemos Corações sábios ” Salmo 90-12 Cuidadora técnica
da Geriatria Aprimoramento Doença de Alzheimer)