quinta-feira, 28 de julho de 2016

ERÓTICA É A ALMA - ADÉLIA PRADO

 'Erótica é a Alma', o texto lindo de Adélia Prado que você vai amar
“Todos vamos envelhecer…

Querendo ou não, iremos todos envelhecer. As pernas irão pesar, a coluna doer, o colesterol aumentar. A imagem no espelho irá se alterar gradativamente e perderemos estatura, lábios e cabelos.

A boa notícia é que a alma pode permanecer com o humor dos dez, o viço dos vinte e o erotismo dos trinta anos. O segredo não é reformar por fora. É, acima de tudo, renovar a mobília interior: tirar o pó, dar brilho, trocar o estofado, abrir as janelas, arejar o ambiente. Porque o tempo, invariavelmente, irá corroer o exterior. E, quando ocorrer, o alicerce precisa estar forte para suportar.

Erótica é a alma que se diverte, que se perdoa, que ri de si mesma e faz as pazes com sua história. Que usa a espontaneidade pra ser sensual, que se despe de preconceitos, intolerâncias, desafetos. 

Erótica é a alma que aceita a passagem do tempo com leveza e conserva o bom humor apesar dos vincos em torno dos olhos e o código de barras acima dos lábios. 

Erótica é a alma que não esconde seus defeitos, que não se culpa pela passagem do tempo. 

Erótica é a alma que aceita suas dores, atravessa seu deserto e ama sem pudores.

Aprenda: bisturi algum vai dar conta do buraco de uma alma negligenciada anos a fio.”

FABÍOLA SIMÕES:
Vivemos a era das emergências. De repente tudo tem conserto, tudo se resolve num piscar de olhos, há varinha de condão e tarja preta pra sanar dores do corpo, alma e coração. Como canta Nando Reis, “O mundo está ao contrário e ninguém reparou…”

Desaprendemos a valorizar aquilo que é importante, o que é eterno, o que tem vocação de eternidade. E de tanto lustrar a carapaça, vivemos a “Síndrome da Maça do Amor”: Brilhantes por fora e podres por dentro.

O tempo tornou-se escasso, acreditamos que “perdemos tempo” quando lemos um livro inteiro, quando passamos horas com nossos filhos, quando oramos ou viajamos com a família. E nos iludimos achando que poderemos “segurar o tempo” cuidando da flacidez, esticando a pele, preenchendo espaços.

Cuide do interior. Erotize a alma. Enriqueça seu tempo com uma nova receita culinária, boas conversas, um curso de canto ou dança. Leia, medite, cultive um jardim. Sinta o sol no rosto e por um instante não se preocupe com o envelhecimento cutâneo. 

Alongue-se, experimente o prazer que seu corpo ainda pode lhe proporcionar. Não se ressinta das novas dores, da pouca agilidade, dos novos vincos. Descubra enfim que a alegria rejuvenesce mais que o botox.

E não se esqueça: em vez de se concentrar no lustre da maçã, trate de aproveitar o sabor que ela ainda é capaz de proporcionar…

sábado, 23 de julho de 2016

SMILE - CHARLIE CHAPLIN



Smile, though your heart is aching
Smile, even though it's breaking
When there are clouds in the sky
You'll get by...

If you smile
With your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You'll see the sun come shining through, for you

Light, up your face with gladness
Hide, every trace of sadness
Although a tear may be ever so near
That's the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying?
You'll find that life is still worthwhile
If you'll just smile

That's the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying?
You'll find that life is still worthwhile
If you'll just smile.

Sorria


Sorria, embora seu coração esteja doendo
Sorria, mesmo que ele esteja partido
Quando há nuvens no céu,
Você conseguirá...

Se você sorrir
Com seu medo e tristeza
Sorria e talvez amanhã
Você verá o sol brilhando, para você

Ilumine seu rosto com alegria
Esconda qualquer traço de tristeza
Embora uma lágrima possa estar tão próxima
Esse é o tempo que você tem que continuar tentando
Sorria, o que adianta chorar?
Você descobrirá que a vida ainda continua
Se você apenas sorrir

Este é o momento que você tem que continuar tentando
Sorria, de que adianta chorar?
Você descobrirá que a vida ainda continua
Se você apenas sorrir


CURANDO VELHAS FERIDAS ...

 Como curar velhas feridas da alma
“O homem quer ser feliz mesmo quando vive de modo a impossibilitar a felicidade”.
Santo Agostinho    
         
A maturidade é uma fase muito especial para nos conhecermos verdadeiramente, para retirarmos as vendas dos olhos, aguçarmos a visão interna e abrirmos o coração para o autoperdão.

Nos revezes da vida, acusamos, na maioria das vezes, o outro, pelo fato das coisas acontecerem de determinada maneira, e não do jeito que queríamos. A culpa é sempre do outro.

Raras vezes observamos nossas atitudes e as reações que elas causam nas pessoas que nos rodeiam. Só vemos o outro. E assim, vamos acumulando raivas, tristezas, inseguranças, abrindo feridas emocionais que com o passar do tempo, somatizam-se em doenças.

Procuramos ignorar o que sentimos, valorizando o imediatismo, o que vem de fora para cegar ainda mais nossos olhos com a normose social.
 
A maturidade favorece a reflexão do que fizemos no transcorrer da nossa vida: o que semeamos, o que regamos e o que colhemos. Daí, para a velhice, é possível uma nova metamorfose: o que posso mudar em mim, ou acrescentar na minha vida, que me fará muito mais feliz e saudável?
  
Chegou a hora da introspecção!!! Ter calma, tranquilidade para nos ouvirmos e termos coragem de conhecer quem somos efetivamente, sem máscaras, sem receio.

Essa conscientização é fundamental para nós. É tempo de corrigir o rumo da nossa existência, sem pressa, mas caminhando… É tempo de encarar honestamente as feridas que continuam abertas e que tentamos aprisioná-las lá no fundinho do coração.
          
Remexer em tudo isso dói, mas liberta!!!!

Maturidade é ter a capacidade de ir um pouco mais fundo no que incomoda pessoalmente e ter a coragem de descobrir que as feridas podem ser cicatrizadas, removidas por um amor incondicional a nós mesmos.
          
Como bem o diz Dostoiévski, “A maior felicidade é conhecer a fonte da infelicidade”. A fonte da nossa identidade está nas qualidades do coração. Quando ele se fecha e se bloqueia, deixamos de sentir-nos amados e valorizados, e começam as feridas… Quando o coração se abre, sabemos quem somos, reconhecemos e apreciamos nossa verdadeira natureza. E, sentimo-nos amados e valorizados.

Quando nos autoperdoamos, ou perdoamos o outro, vem o fluir da vida, seu perfume … seu sabor adocicado. E as feridas se vão … o coração volta a pulsar com ardor, renascido, de bem com a vida!
          
E sua criança ferida se metamorfoseia na criança divina!
(https://portaldamaturidade.com)

quarta-feira, 13 de julho de 2016

PARE, PENSE, REFLITA


Hoje eu quero falar diretamente com você, sem meias palavras... E como não pode ser olho no olho digamos que seja de coração a coração. O que você está fazendo da sua vida? Como está lidando com essa situação? Eu, mais do que ninguém, posso falar, porque vivo os mesmos dramas que você. 

Houve um tempo em que me sentia sozinha, triste, deprimida, achando que a vida, essa vida, não era pra mim. Tinha sonhos e planos, queria ser livre, sorrir, cantar, ser feliz...Mas os cuidados com minha mãe me impediam de enxergar qualquer outro caminho a não ser o da doença, da clausura involuntária, da solidão. 

Ligava o meu computador e procurava achar sites, blogs, chats onde houvessem pessoas que, como eu, viviam seus dramas familiares. Vertia rios de lágrimas lendo histórias de pessoas, cuja situação eram bem piores que a minha. Lia desabafos emocionados de seres à beira do suicídio, procurando desesperadamente alguém que as confortasse. Assistia a vídeos sempre muito tristes, melancólicos e achava que não valia a pena viver para ter um final assim, tanto da ótica do doente quanto da do cuidador. Desligava o computador pior do que antes, me sentindo mais triste, não só pela minha dor, mas pela dos outros também. Absorvia toda aquela carga negativa e me entregava às lamentações... Pensava em como seria quando minha mãe chegasse àquele estágio da doença e se aguentaria…

De repente, percebi que estava tudo errado. Eu estava criando pra mim uma realidade que não era a minha. Chorando e sofrendo pela dor dos outros, atraindo como um ímã tudo aquilo em que pensava, sentia, vibrava. Olhava para minha mãe com olhos de medo, pena, desespero... e ela mesma reagia a tudo isso ficando mais agitada, mais deprimida e me dando muito mais trabalho. 

Parei. Resolvi mudar de postura. Abri as janelas de casa, deixei a luz do sol entrar...liguei o rádio, coloquei uma música suave, dancei com o vento, varri pra fora a tristeza e os maus pensamentos. Sorri com ternura pra minha mãe, calei minha boca pra não mais maldizer a situação, orei e agradeci por minha vida não ser  triste assim.

Se eu não podia ver o mundo lá fora, trazia o mundo para dentro da minha casa. Sentava em frente ao computador e buscava coisas bonitas, textos interessantes, mensagens otimistas. Procurava músicas antigas, que eu gostava e que me traziam boas recordações. Buscava meus amigos nas redes sociais para um papo virtual, trocava ideias, passava meu tempo em saudável conversação. Achava blogs interessantes que traziam assuntos com o qual me identificava e, assim, ia ampliando o meu universo de conhecimento.

Minha relação com minha mãe passou a ser de cumplicidade, de troca de experiências e carinho. Aprendi a ser mais paciente, a deixar que ela faça as coisas no tempo dela, sem pressa. Achei também um tempo pra mim, para fazer o que eu gosto, o que me dá prazer. Comecei a me arrumar, cuidar da minha aparência, da minha saúde. Se não tenho meu dia livre, me sobram as noites para eu fazer o que tenho vontade, fui fazer aquele curso que sempre quis e não achava oportunidade.

Aprendi a ouvir o silêncio do meu coração, me conectei com meu Eu, busquei força e conhecimento para ampliar meus horizontes, passei a ver além da aparência, a sentir a energia das coisas, a vibração do universo e, a isso, dou o nome de HARMONIA. Quando se está em harmonia tudo a nossa volta tem um outro brilho, um sentido muito mais amplo. A nossa compreensão da vida, dos "problemas", se abre para um mundo de possibilidades, de caminhos e, com certeza, você tem sabedoria pra escolher o melhor deles.

E, então, eu pergunto de novo: o que você está fazendo da sua vida? Com o que quer se sintonizar? Vai continuar buscando histórias tristes pra ler? Vai continuar achando desculpas pra não viver?  Me desculpa, se é isso o que procura, aqui não vai encontrar...

http://quandoamentesilencia.blogspot.com.br

QUERIDA LEMBRANÇA

Resultado de imagem para LEMBRANÇAS


Há muito que te queria enviar esta carta, mas o esquecimento apodera-se de mim nos momentos em que o poderia fazer. Deve ter-se esquecido de me esquecer hoje. Já devia ter chegado...

Enfim, continuemos. Agora que posso escrever, sem me esquecer, queria pedir-te que, das tuas, "gavetas memoriais", retirasses a "pasta" da minha infância e juventude.

Sei que já passaram muitos, muitos anos desde essa minha idade de criança, tantos que já nem eu próprio sei se alguma vez fui miúdo, mas agora que este maldito esquecimento já consumiu grande parte da minha memória, pedia-te que me enviasses essas "pastas" ou, se não puderes, os tópicos dos momentos mais importantes.

Agora que os carros voam e que as pessoas passam as férias em Marte, é necessário recordar os momentos em que o Homem ia só à Lua e em que Marte era uma ilusão, aqueles tempos em que os carros só andavam na estrada e só voavam nos filmes americanos, esses anos em que a própria Natureza controlava a temperatura do planeta, sem ser necessário esta cápsula sufocante que cobre o planeta..

 - Toc, toc, toc…  Bem, está alguém a bater à porta. Deve ser o Esquecimento. Vem tirar Novamente as ilusões. Antes que arrombe a porta e me assalte a alma, só te peço que faças o possível para me resolveres este tormento. Não precisa de ser já, tenho tempo. Vou abrir-lhe a porta, antes que me esqueça.

Os melhores cumprimentos do teu esquecido
(Miguel Garcia Wagner 13 de Fevereiro de 2007)