quarta-feira, 13 de julho de 2016

PARE, PENSE, REFLITA


Hoje eu quero falar diretamente com você, sem meias palavras... E como não pode ser olho no olho digamos que seja de coração a coração. O que você está fazendo da sua vida? Como está lidando com essa situação? Eu, mais do que ninguém, posso falar, porque vivo os mesmos dramas que você. 

Houve um tempo em que me sentia sozinha, triste, deprimida, achando que a vida, essa vida, não era pra mim. Tinha sonhos e planos, queria ser livre, sorrir, cantar, ser feliz...Mas os cuidados com minha mãe me impediam de enxergar qualquer outro caminho a não ser o da doença, da clausura involuntária, da solidão. 

Ligava o meu computador e procurava achar sites, blogs, chats onde houvessem pessoas que, como eu, viviam seus dramas familiares. Vertia rios de lágrimas lendo histórias de pessoas, cuja situação eram bem piores que a minha. Lia desabafos emocionados de seres à beira do suicídio, procurando desesperadamente alguém que as confortasse. Assistia a vídeos sempre muito tristes, melancólicos e achava que não valia a pena viver para ter um final assim, tanto da ótica do doente quanto da do cuidador. Desligava o computador pior do que antes, me sentindo mais triste, não só pela minha dor, mas pela dos outros também. Absorvia toda aquela carga negativa e me entregava às lamentações... Pensava em como seria quando minha mãe chegasse àquele estágio da doença e se aguentaria…

De repente, percebi que estava tudo errado. Eu estava criando pra mim uma realidade que não era a minha. Chorando e sofrendo pela dor dos outros, atraindo como um ímã tudo aquilo em que pensava, sentia, vibrava. Olhava para minha mãe com olhos de medo, pena, desespero... e ela mesma reagia a tudo isso ficando mais agitada, mais deprimida e me dando muito mais trabalho. 

Parei. Resolvi mudar de postura. Abri as janelas de casa, deixei a luz do sol entrar...liguei o rádio, coloquei uma música suave, dancei com o vento, varri pra fora a tristeza e os maus pensamentos. Sorri com ternura pra minha mãe, calei minha boca pra não mais maldizer a situação, orei e agradeci por minha vida não ser  triste assim.

Se eu não podia ver o mundo lá fora, trazia o mundo para dentro da minha casa. Sentava em frente ao computador e buscava coisas bonitas, textos interessantes, mensagens otimistas. Procurava músicas antigas, que eu gostava e que me traziam boas recordações. Buscava meus amigos nas redes sociais para um papo virtual, trocava ideias, passava meu tempo em saudável conversação. Achava blogs interessantes que traziam assuntos com o qual me identificava e, assim, ia ampliando o meu universo de conhecimento.

Minha relação com minha mãe passou a ser de cumplicidade, de troca de experiências e carinho. Aprendi a ser mais paciente, a deixar que ela faça as coisas no tempo dela, sem pressa. Achei também um tempo pra mim, para fazer o que eu gosto, o que me dá prazer. Comecei a me arrumar, cuidar da minha aparência, da minha saúde. Se não tenho meu dia livre, me sobram as noites para eu fazer o que tenho vontade, fui fazer aquele curso que sempre quis e não achava oportunidade.

Aprendi a ouvir o silêncio do meu coração, me conectei com meu Eu, busquei força e conhecimento para ampliar meus horizontes, passei a ver além da aparência, a sentir a energia das coisas, a vibração do universo e, a isso, dou o nome de HARMONIA. Quando se está em harmonia tudo a nossa volta tem um outro brilho, um sentido muito mais amplo. A nossa compreensão da vida, dos "problemas", se abre para um mundo de possibilidades, de caminhos e, com certeza, você tem sabedoria pra escolher o melhor deles.

E, então, eu pergunto de novo: o que você está fazendo da sua vida? Com o que quer se sintonizar? Vai continuar buscando histórias tristes pra ler? Vai continuar achando desculpas pra não viver?  Me desculpa, se é isso o que procura, aqui não vai encontrar...

http://quandoamentesilencia.blogspot.com.br

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