Hoje
eu quero falar diretamente com você, sem meias palavras... E como
não pode ser olho no olho digamos que seja de coração a coração.
O que você está fazendo da sua vida? Como está lidando com essa
situação? Eu, mais do que ninguém, posso falar, porque vivo os
mesmos dramas que você.
Houve
um tempo em que me sentia sozinha, triste, deprimida, achando que a
vida, essa vida, não era pra mim. Tinha sonhos e planos, queria ser
livre, sorrir, cantar, ser feliz...Mas os cuidados com minha mãe me
impediam de enxergar qualquer outro caminho a não ser o da doença,
da clausura involuntária, da solidão.
Ligava
o meu computador e procurava achar sites, blogs, chats onde
houvessem pessoas que, como eu, viviam seus dramas familiares. Vertia
rios de lágrimas lendo histórias de pessoas, cuja situação eram
bem piores que a minha. Lia desabafos emocionados de seres à beira
do suicídio, procurando desesperadamente alguém que as confortasse.
Assistia a vídeos sempre muito tristes, melancólicos e achava que
não valia a pena viver para ter um final assim, tanto da ótica do
doente quanto da do cuidador. Desligava o computador pior do que
antes, me sentindo mais triste, não só pela minha dor, mas pela dos
outros também. Absorvia toda aquela carga negativa e me entregava às
lamentações... Pensava em como seria quando minha mãe chegasse
àquele estágio da doença e se aguentaria…
De
repente, percebi que estava tudo errado. Eu estava criando pra mim
uma realidade que não era a minha. Chorando e sofrendo pela dor dos
outros, atraindo como um ímã tudo aquilo em que pensava, sentia,
vibrava. Olhava para minha mãe com olhos de medo, pena, desespero...
e ela mesma reagia a tudo isso ficando mais agitada, mais deprimida e
me dando muito mais trabalho.
Parei.
Resolvi mudar de postura. Abri as janelas de casa, deixei a luz do
sol entrar...liguei o rádio, coloquei uma música suave, dancei com
o vento, varri pra fora a tristeza e os maus pensamentos. Sorri com
ternura pra minha mãe, calei minha boca pra não mais maldizer a
situação, orei e agradeci por minha vida não ser triste
assim.
Se
eu não podia ver o mundo lá fora, trazia o mundo para dentro da
minha casa. Sentava em frente ao computador e buscava coisas bonitas,
textos interessantes, mensagens otimistas. Procurava músicas
antigas, que eu gostava e que me traziam boas recordações. Buscava
meus amigos nas redes sociais para um papo virtual, trocava ideias,
passava meu tempo em saudável conversação. Achava blogs
interessantes que traziam assuntos com o qual me identificava e,
assim, ia ampliando o meu universo de conhecimento.
Minha
relação com minha mãe passou a ser de cumplicidade, de troca de
experiências e carinho. Aprendi a ser mais paciente, a deixar que
ela faça as coisas no tempo dela, sem pressa. Achei também um tempo
pra mim, para fazer o que eu gosto, o que me dá prazer. Comecei a me
arrumar, cuidar da minha aparência, da minha saúde. Se não tenho
meu dia livre, me sobram as noites para eu fazer o que tenho vontade,
fui fazer aquele curso que sempre quis e não achava oportunidade.
Aprendi
a ouvir o silêncio do meu coração, me conectei com meu Eu, busquei
força e conhecimento para ampliar meus horizontes, passei a ver além
da aparência, a sentir a energia das coisas, a vibração do
universo e, a isso, dou o nome de HARMONIA. Quando se está em
harmonia tudo a nossa volta tem um outro brilho, um sentido muito
mais amplo. A nossa compreensão da vida, dos "problemas",
se abre para um mundo de possibilidades, de caminhos e, com certeza,
você tem sabedoria pra escolher o melhor deles.
E,
então, eu pergunto de novo: o que você está fazendo da sua vida?
Com o que quer se sintonizar? Vai continuar buscando histórias
tristes pra ler? Vai continuar achando desculpas pra não viver?
Me desculpa, se é isso o que procura, aqui não vai encontrar...
http://quandoamentesilencia.blogspot.com.br
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