"Sou uma pessoa vivendo no
estágio inicial de Alzheimer. E assim sendo, estou aprendendo a arte de
perder todos os dias. Perdendo meus modos, perdendo objetos, perdendo
sono e acima de tudo, perdendo memórias. Toda a minha vida eu acumulei
lembranças. Elas se tornaram meus bens mais preciosos.
Intensifique
"Nunca sabemos o dia de amanhã. Deveríamos viver o hoje de uma forma bonita e com muita intensidade."
"Enunciada precisamente nas
palavras que ela havia temido, e que só recentemente se atrevera a
considerar, essa simples opinião profissional destroçou sua explicação
bem-arrumada e segura. Havia algo errado com ela."
"Quando eu era bem nova, na
segunda série, minha professora falou que borboletas não vivem muito,
algo em torno de um mês, e fiquei tão chateada. Fui para casa e contei
para a mamãe. E ela disse: ‘É verdade. Mas elas tem uma linda vida’. E
isso me faz pensar na vida da minha mãe, na da minha irmã. E, de certa
forma, na minha vida."
"Porque nada se perde para
sempre. Nesse mundo há um avanço doloroso, sentindo falta daquilo que
deixamos, e sonhando com o futuro. Ao menos eu penso assim."
Algo errado
Vida breve
Perdas
Viver
"E,
por favor, não pense que eu estou sofrendo. Eu não estou sofrendo, eu
estou lutando. Lutando para fazer parte das coisas, para ficar ligada a
quem eu já fui. Então “vive o momento”: é isso que eu digo para mim
mesma.o que eu posso fazer, viver o momento."
Viva
Alzheimer
lusão
"As coisas que acontecem estão
ficando maiores. Por isso, mesmo quando me sinto completamente normal,
sei que não estou. Não acabou, é só um descanso. Não confio em mim
mesma."
"Não suporto a ideia de um dia olhar para você, para esse rosto que eu amo, e não saber quem você é."
"Nós, nos primeiros estágios da
doença de Alzheimer, ainda não somos completamente incompetentes. Não
somos desprovidos de linguagem nem de opiniões importantes, nem de
períodos extensos de lucidez. Mas já não temos competência suficiente
para que nos sejam confiadas muitas demandas e responsabilidades de
nossa vida anterior. Temos a sensação de não estar nem cá nem lá, como
um personagem numa terra bizarra. É um lugar muito solitário e
frustrante para se estar (...) E não tenho nenhum controle sobre os
ontens que conservo e os que são apagados. Não há como negociar com esta
doença. Não posso oferecer a ela os nomes dos presidentes dos Estados
Unidos em troca dos nomes dos meus filhos. Não posso lhe dar os nomes
das capitais dos estados e conservar as lembranças de meu marido (...)
Meus ontens estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então, para
que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente. Num amanhã próximo,
esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz este discurso. Mas o
simples fato de eu vir a esquecê-lo num amanhã qualquer não significa
que hoje eu não tenha vivido cada segundo dele. Esquecerei o hoje, mas
isso não significa que o hoje não tem importância."
Quem é você?
Esquecerei
( Lisa Genova)
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