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terça-feira, 20 de setembro de 2016

O QUE TORNA UMA VIDA BOA ?




No final do ano passado o psiquiatra e psicanalista Robert Waldinger, professor da área de psiquiatria na Universidade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, e diretor do estudo sobre felicidade mais longo da história, apresentou uma palestra no TED contando o que foi descoberto ao longo desses 75 anos de pesquisas (isso mesmo, 75 anos de estudos), realizadas pela Universidade Harvard. O trabalho acompanhou, ano após ano, a vida de 724 homens de diferentes idades, classes sociais e interesses. A pergunta que o doutor Robert levanta na palestra é: “O que realmente mantém as pessoas saudáveis e felizes?”.

Opa, quem nunca quis saber sobre essa ‘pílula mágica’?
Robert Waldinger cita uma entrevista recente com alguns jovens da geração millenium (nascidos entre os anos 1980 e 1990), em que foram questionados sobre quais eram seus principais objetivos de vida. Oitenta por cento responderam que era enriquecer, sendo que cerca de 50% deles disseram que desejavam ser famosos.

No decorrer do estudo de Harvard, entretanto, o que se descobriu foi bem diferente: as boas relações que temos na vida é que nos mantêm mais felizes e saudáveis. Abaixo, um pouco mais do que ele explica na palestra:

“Aprendemos 3 grandes lições sobre as relações:
1) Relações sociais são muito importantes e a solidão mata.Pessoas que têm mais ligações sociais com família, amigos e comunidade são mais felizes, fisicamente mais saudáveis e vivem mais tempo do que quem possui menos relações. A experiência da solidão pode ser tóxica. As pessoas mais isoladas descobrem que são menos felizes, a saúde piora mais depressa quando atinge a meia-idade, o funcionamento cerebral decai e elas acabam vivendo menos tempo do que aquelas que não se sentem sozinhas. Um fato sério: mais de 20% dos norte-americanos dizem se sentir sós.

2) Não se trata do número de amigos que temos nem de estar ou não em um relacionamento amoroso. O que conta é a qualidade das nossas relações. Viver no meio de desavenças é muito prejudicial para a saúde. Casamentos conflituosos, por exemplo, sem afeto, revelam-se nocivos, pior talvez do que um divórcio. Viver entre relacionamentos calorosos é protetor, acolhedor. O que determina se as pessoas se sentem saudáveis aos 80 anos não é o nível de colesterol no sangue, mas a qualidade dos seus relacionamentos, se elas estão satisfeitas com eles.

3) Boas relações não protegem apenas o corpo, mas também o cérebro. Estar em um relacionamento seguro e bem estabelecido, sabendo que pode contar com o parceiro, preserva a memória. Quem não tem esse tipo de conexão experimenta o declínio de memória mais precocemente”.

Robert menciona, ainda, que nem todas as relações são fáceis, como um mar de rosas. Mas é importante saber que se pode contar com a pessoa ao seu lado nos momentos difíceis. Casais podem brigar dia após dia, mas ter a certeza e a segurança de que podem contar um com o outro os mantém saudáveis. Aqueles que se sentem inseguros em relação ao parceiro, por outro lado, têm a saúde prejudicada.

Ele terminou a palestra com a seguinte frase de Mark Twain: “Não há tempo, tão breve é a vida, para discussões, desculpas, amarguras, prestação de contas. Só há tempo para amar e mesmo para isso é só um instante”.

A conclusão: uma vida boa se constrói com bons relacionamentos. Por isso, valorizem seus parentes, amigos e outras relações pessoais, mesmo que, às vezes, elas saiam do compasso e possam dar um certo trabalho. São elas que nos mantêm vivos, felizes e saudáveis. Para mim, cada vez mais, a ideia de comunidade e relações interpessoais é extremamente importante para a saúde, a sociedade e o mundo. Afinal, estamos todos conectados, somos todos um. Então, se joguem nos beijos e abraços.

21 DE SETEMBRO - DIA MUNDIAL DA DOENÇA DE ALZHEIMER


domingo, 13 de setembro de 2015

IDOSA COM ALZHEIMER CANTA - NÃO FALAVA


  


Se você conhece, ou já conheceu alguém com Alzheimer, esse vídeo vai te emocionar.
Ele mostra que o tratamento de pessoas com Alzheimer passa, acima de tudo, pelo carinho, pela atenção e pela música. - See more at: http://sonoticiaboa.com.br/noticia.php?i=6175#sthash.6Y3qsZio.dpuf
Se você conhece, ou já conheceu alguém com Alzheimer, esse vídeo vai te emocionar.
Ele mostra que o tratamento de pessoas com Alzheimer passa, acima de tudo, pelo carinho, pela atenção e pela música. - See more at: http://sonoticiaboa.com.br/noticia.php?i=6175#sthash.6Y3qsZio.dpuf
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Ele mostra que o tratamento de pessoas com Alzheimer passa, acima de tudo, pelo carinho, pela atenção e pela música. - See more at: http://sonoticiaboa.com.br/noticia.php?i=6175#sthash.6Y3qsZio.dpuf
Se você conhece, ou já conheceu alguém com Alzheimer, esse vídeo vai te emocionar. Ele mostra que o tratamento de pessoas com Alzheimer passa, acima de tudo, pelo carinho, pela atenção e pela música. Especialista em tratar pacientes com a doença no Memory Bridge - uma instituição americana que conecta pessoas com Alzheimer e demências com a família - Naomi Feil, conseguiu despertar uma idosa em estado avançado, que já não falava mais. Gladys Wilson reagiu quando Naomi começou a cantar um dos hinos favoritos. Primeiro a idosa começa a fazer o compasso da música com as mãos. De repente a emoção se aflora e  uma lágrima escorre no rosto de dona Gladys. E a idosa, que mal se comunicava, começa a cantarolar junto com a especialista.

O Memory Bridge cria programas mostrando as profundezas da memória, que a demência não apaga.  "Nosso objetivo é criar uma comunidade global de pessoas que, como nós, estão aprendendo a ouvir as pessoas com demência, para saber o que eles têm a nos ensinar sobre nossa própria humanidade. Assista (em inglês) e veja o poder da música e do carinho.
http://sonoticiaboa.com.br/

O Memory Bridge cria programas mostrando as profundezas da memória, que a demência não apaga. "Nosso objetivo é criar uma comunidade global de pessoas que, como nós, estão aprendendo a ouvir as pessoas com demência, para saber o que eles têm a nos ensinar sobre nossa própria humanidade.
Assista (em inglês) e veja o poder da música e do carinho:
- See more at: http://sonoticiaboa.com.br/noticia.php?i=6175#sthash.6Y3qsZio.dpuf

ALZHEIMER - CASAL É EXEMPLO DE COMO LIDAR COM A DOENÇA


O Alzheimer ainda é uma doença desconhecida. Muitas pessoas que tem esse mal não sabem nem escrever ou pronunciar o nome. A doença atinge mais de um milhão de brasileiros, e exige muito cuidado e paciência.

Em Volta Redonda, no estado do Rio, um exemplo de dedicação. Dona Maria e seu Jorge, um casal onde o amor prevalece em qualquer situação, na saúde ou na doença.

Aos 81 anos, dona Maria tem o Alzheimer. A doença foi descoberta há quase uma década, e não intimidou o dentista Jorge Pantaleão, esposo dedicado. Aos 82 anos, ele acompanha a esposa em tudo. Para demonstrar tanto amor, seu Jorge gravou um dvd com toda a rotina da esposa.

Ele canta para ela na hora de acordar, passeia e até joga bola. Seu Jorge não mede esforços para cuidar da amada. Mãos dadas e um brilho nos olhos de quem vive há 58 anos um amor de verdade.

O amor da família é contagiante. Orgulhoso, Pedro Couto, neto do casal, sente diariamente toda esta demonstração de cumplicidade.

Segundo o IBGE, só em Volta Redonda são mais de mil casos, cerca de 5% da população total de idosos. Destes, dona Maria é privilegiada. Seu Jorge não poupa elogios, carinho e muitos beijos. Não poupa também as famosas e carinhosas musiquinhas. Pra tudo ele arranja um fundo musical.

Na ausência de seu Jorge, é a cuidadora Nadir Antônia quem cuida com todo carinho de dona Maria. A cada caminhada, uma nova e feliz surpresa.

O Alzheimer é uma doença que atrofia parte do cérebro e atinge a área da memória e comportamento. Diversos fatores influenciam o aparecimento: idade, falta de exercício do cérebro, falta de instrução e problemas emocionais. Os principais sintomas são a perda da memória e mudança de comportamento e humor do paciente.

As mulheres geralmente são as mais atingidas. Segundo os médicos, alguns medicamentos aliviam os efeitos da doença, mas o amor e estímulo sem duvida fazem parte do tratamento. Seu Jorge sabe bem disso. Durante uma pesquisa sobre a doença, ele elaborou uma cartilha com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre o que é e como tratar a doença. Hoje ele é expert no assunto.
http://tvig.ig.com.br/

sábado, 25 de abril de 2015

I WILL REMEMBER FOR YOU - A TRIBUTE TO FAMILIES FACING ALZHEIMER'S





A memória musical é talvez a última e derradeira memória que a pessoa idosa com Alzheimer irá perder. O idoso poderá esquecer-se de tudo, mas lembrará das músicas que fizeram parte de sua vida, mesmo numa fase mais avançada de Alzheimer. Este post é uma homenagem a todos que lutam bravamente para amenizar o peso da doença de Alzheimer no seio familiar.

“Toda família tem uma história pessoal para contar, memórias de toda uma vida para preservar. Em especial, AS FAMÍLIAS QUE CONVIVEM COM ALZHEIMER!”

Emocionante clipe de David Michael Mainelli
I WILL REMEMBER FOR YOU
“Oh the places you used to go,
All the people you used to know,
The stories that you loved to tell
About a life that you lived so well.
It’s fine, you can rest if you want to.
I will remember for you,
I will remember too.”

Tradução:
EU VOU LEMBRAR PARA VOCÊ
“Todos os lugares que você visitou,
todas as pessoas que você conheceu,
as histórias que você gostava de contar,
sobre uma vida que você viveu tão bem!
Tudo bem, você pode descansar se quiser.
Eu vou lembrar para você
e me lembrarei também.”

domingo, 30 de novembro de 2014

ANJO DE VIDRO - FILME



                  

Um filme tocante. Anjo de Vidro é uma produção lançada nos cinemas em 2005 que encantou o publico ao trazer um ótimo elenco num belíssimo painel de pequenas histórias que se cruzam na noite de natal. Susan Sarandon, Paul Walker, Penélope Cruz e Robin Willians são alguns dos nomes presentes em Anjo de Vidro, dirigido por Chaz Palminteri, em sua primeira aparição nos créditos da sétima arte. Durante o filme, o diretor surge como o personagem Arizona, numa participação mínima.
É Natal em Nova York. As ruas estão cobertas de neve, músicas natalinas estão por toda parte e as pessoas andam apressadas em direção às lojas, para comprar os presentes de última hora. Porém um grupo de pessoas está completamente à parte deste clima. Alguns deles são Rose (Susan Sarandon), uma mulher emocionalmente frágil cuja mãe está no hospital, e Mike (Paul Walker), um policial que briga com um homem mais velho (Alan Arkin). Porém alguns encontros na véspera de Natal fazem com que eles repensem a vida. Nesse enredo ainda há espaço para Nina (Penélope Cruz, linda e provocante) como a mulher do ciumento policial Mike.

Anjo de Vidro ensaia temas como espiritismo (reencarnação), porém, não se aprofunda na questão, deixando a trama mais ligada as relações pessoais e a carência de muitas pessoas, que aprendem a viver sozinhas, sem auto flagelar-se com a situação em que vivem, repleta de solidão. Amor, amizade e companheirismo são algumas das palavras-chave que definem essa produção refinada. 

terça-feira, 20 de maio de 2014

VELHICE PARA QUE TE QUERO - JORGE FORTES



“E agora, meu velho? – O trabalho acabou, os filhos se foram, as dores chegaram, arre! Se continuarmos impotentes a enxergar a velhice como o fim dos projetos, o vazio do presente e a saudade do passado, seremos cúmplices da epidemia de depressão que se instala. Um novo velho está nascendo, não tanto o da experiência, como se dizia, mas o da criatividade: passado o tempo do embate pela vida, chega o momento de viajar na bagagem selecionada e de visualizar novos campos de pouso, longe dos asilos do mundo anterior. A psicanálise pode nos dar pistas.”




Velhice, pra que te quero? - Impressões de Daniela Gatto Rossi

Jorge Forbes, bem ao seu estilo, iniciou com a leitura de um texto de Shakespeare, onde aparece a velhice como decadência, como fim. Diante disso, a forma mais tradicional de lidar com a velhice é a negação. E continuou... a inquietação fundamental do homem é a morte, que está muito ligada à velhice. 

Primeiro, como é tradicional, como esperado, Forbes “junta” morte com velhice para em seguida, separá-las: “A morte é sempre uma surpresa! E nunca estamos preparados!” Citou Heidegger: “Um minuto de vida é tempo suficiente para morrer”. Completou: “Nunca fazemos esta associação, a idade é o nome da morte. Isto é importante para que possamos suportar o amor. Como amar as pessoas que amamos pensando que podemos perdê-las a qualquer momento?”

Foi bom acompanhá-lo quando descreveu através de nossos estudos dos livros de Luc Ferry, as formas do homem lidar com a morte ao longo da história. Na primeira delas, com os gregos, o que ordenava o mundo era a natureza, então a morte era natural como parte da natureza. Em seguida vem o cristianismo com a promessa de vida eterna, há vida após a morte. Depois, com a ciência e o iluminismo, vem a razão e o homem torna-se o centro. A partir de Nietzsche, “com seu martelo” dizendo que nada disto serve, vem a desconstrução.

Nos nossos estudos, tínhamos como foco a salvação, as formas do homem lidar com a morte. Na sua fala, Forbes inclui aí, junto com a morte, a velhice.
Hoje vivemos o momento após a desconstrução. Estamos em frente a um novo amor, uma outra forma de viver e amar, e existe uma incompatibilidade da velhice como a conhecemos e como se vive hoje. E assim não se tem mais idéia do que é ser velho. Fica a pergunta se há uma saída. Há uma nova forma de lidar com a morte?

Não existe mais a aposentadoria calma aos (60?), para esperar a morte aos (70?). Ganhamos tempo de vida, com a ciência, e o que fazer com esse “tempo a mais” é desconhecido. Não é mais possível seguir o protocolo de como se deve ser velho, as pessoas não suportam serem todas iguais.

Jorge escolheu três personalidades singulares: Oscar Niemeyer, Fernando Henrique Cardoso e Chico Buarque. Falou deles como homens que inventaram a sua velhice, que responderam eles mesmos às suas perguntas. Da platéia, um homem, de cabelos cinzas, lhe perguntou algo sobre a subjetividade do tempo. A resposta foi bela: “Todo velho se pergunta o que fazer com suas rugas, com seu corpo estranho. A criança também se pergunta isto. O jovem também. Nosso corpo é estranhíssimo para nós desde que nascemos. Não existe harmonia entre nós e nosso corpo. O corpo é sempre uma questão para nós”.

Gostei muito da forma como Forbes desenvolveu este trabalho, ao falar de amor, corpo, velhice e morte. Fui tocada pelas suas palavras e alguns pensamentos surgiram. Duas passagens tiveram pra mim uma escuta especial. A primeira, logo no início quando disse que “um minuto de vida é tempo suficiente para morrer”, mas como amar quem amamos se podemos perdê-los a qualquer momento? Para suportar o amor precisamos então eternizá-los... pelo menos até a velhice. Considerando o que lemos em Ferry sobre a importância do amor nesses nossos tempos, dá pra dizer que esta forma de lidar com a morte está ligada ao novo amor, à nova forma de laço social?

A outra passagem é quando lembra que o corpo não é uma questão somente na velhice, passamos a nossa vida nos perguntando sobre o nosso corpo. Lembro que quando criança, era comum entre nós, apelidos, brincadeiras e provocações do tipo dentuço, cabeção, bambu-de-cutucar-estrelas, Zé-bola, zaroio, quatro-olhos e tantos outros. Nomes inventados sempre para lembrar aquilo que chamava a atenção no outro. Claro que era doído e gerava muita confusão, mas fico pensando o que essas brincadeiras causavam nas crianças, se as ajudavam a se darem conta do seu corpo como diferente de outro corpo. Hoje, brincadeiras assim são muito mal vistas, normalmente são tratadas como bullying. Não se deve apontar nada no outro, pega mal.

Além das brincadeiras, as cantigas de ninar também sofreram alterações, não se pode mais cantar “boi da cara preta, pega essa criança que tem medo de careta”, apavora a criança. Letras de canções infantis foram alteradas no intuito de “não dizer coisas ruins”. Nas escolas não existe mais reprovação. Tapa no bumbum é péssimo, traumatiza.

Estes são alguns dos muitos exemplos que revelam, a meu ver, como as crianças têm sido poupadas de seus enfrentamentos. Os jovens vivem a fantasia, ou exigência do corpo magro e perfeito, tão clichê que até parece que não é sério, mas trata-se de uma resposta comum, não singular, frente a algumas questões do corpo.

A velhice que se vive hoje é nova, ainda não se sabe muito bem dela, mas já vem acompanhada de alguns protocolos... Acontece que o Real do corpo é outra coisa. Esta pergunta que passamos a vida toda nos fazendo sobre nosso corpo estranho, não tem uma resposta que seja igual pra todos. Faz muita diferença quando uma pessoa procura suas próprias respostas, é algo que interfere na forma de amar, de viver, como Forbes fez questão em marcar com os exemplos das vidas singulares que trouxe.

Acredito que uma pessoa consegue dar suas respostas quando é tocada pelo Real e disto faz uma causa. Sabemos que uma análise faz isso. Também acredito que evitar que as crianças tenham seus enfrentamentos favorece a que procurem por respostas generalizadas. Talvez prossigam buscando igual na juventude e na velhice... E penso que quando se “toca a vida como todo mundo faz”, a velhice, a morte e a vida parecem mais assustadora.

sábado, 26 de abril de 2014

CUIDA DE MIM?



Escrito por Rodrigo (Aisvelaus), um amigo poeta do You tube. Versa sobre o pedido de um doente, a sua família por sofrer com a doença de Alzheimer, e precisa de cuidados especiais, principalmente de amor. Pois somente o amor é capaz de cuidar com carinho, com paciência. A pessoa vai se afastando do convívio social ficando retraída, apática, distante e isolada, perde a noção de tempo e de espaço, passando a viver num mundo silencioso, isolada e muitas vezes é abandonado pela própria família a quem dedicou a sua vida e o seu trabalho. Jussara (Alzheimer... )

" O mal...É não cuidar Bem! " By, Aisvelaus Não sei o que se passa... Esqueço-me do hoje... Do agora... Acabei de fazer... Mas o que fiz?... Já não me lembro mais... Em minha mente... Lembranças antigas e distantes... Estranho... Porque me lembro?... Faz tanto tempo... Sonhos de uma vida errante... Cenas emocionantes... Confusa está minha mente... Realidade ou ficção... Vive agora meu coração... Mas... de repente!... Lá estou... Tão jovem bonito esperando ela!... Ela quem? O Meu Grande Amor... Depois estou aqui!... Onde estou?... Não me reconheço... Estava jovem até agora... 

Agressivo eu fico... Inseguro estou... Já não compreendo... Já não sei quem sou... Agora sou criança... Ah como sou!... Quanta infância eu perdi... De meus amigos eu esqueci... E de mim... eles se esqueceram... Sou assim... pergunto por pessoas... que dizem não existirem mais... Mas como não!? ... Se eu conversei com ele ontem... Ou talvez não... Ah! quanta confusão... Meu passado está presente... Meu presente solidão... Tenha paciência comigo... Não me abandone não... Eu já não sei quem sou... 

Pouco sei quem são... Mas... mesmo estando assim... ainda sou pra ti... quem eu sempre fui... Lembra de mim!... De quando "sã"... estava minha mente... Cuida de mim!... Não me abandone não... Sendo eu seu Pai... Amigo... Mãe ou Irmão... Não me deixe esquecido... em um canto qualquer... Não me prive de seu carinho... amor e atenção... Não me condenes... Por minha confusão... Lembre-se de Mim!... Ajude-me a lembrar de você... Por que em minha solidão... e estranha mente confusa... Ainda vejo flash de luz difusa... Que traz a mim... sua vaga lembrança... E ai.. quanta emoção!... Em meu velho coração... Nunca!!!... Se esqueça de mim... Não me abandone Não... Não me deixe preso... Em minha própria solidão... ( Dedicatória do autor) , Texto Dedicado a todas as famílias... que possuem... Pessoas com Alzheimer... Reflita! Reflita... " O mal...É não cuidar Bem! " Atenciosamente! Rodrigo. Jussara.
http://mensagensdesarath.spaceblog.com.br

sexta-feira, 18 de abril de 2014

FILME " IRIS"



A TRÁGICA IRONIA FINAL DE UMA EXISTÊNCIA BRILHANTE 
(Comentário)

Torna-se tarefa emocionalmente árdua constatarmos o quão irônico pode tornar-se o decurso de determinadas vidas. «Iris», filme intensamente dramático e comovente com realização do inglês Richard Eyre, cuja obra está muito mais ligada à televisão que propriamente ao cinema, prova-nos isso mesmo. Prova-nos que a dimensão única da vida obtida através de admiráveis recursos mentais pode, lamentavelmente, desembocar num beco sem possibilidade de retorno onde impera a solidão. Onde nada mais subsiste que a profunda escuridão daqueles para quem a palavra existência se reflete quase unicamente num inconsciente deambular físico. Ou, pelo menos, a medicina não conseguiu ainda perscrutar uma outra explicação para os doentes de Alzheimer para além daquela que nos é dada pelo senso comum: a de que onde antes tudo era permitido, tudo era possível e nos dava um sentido da vida, nada mais ficou que um aterrador vazio. 

Aterrador para aqueles que de fora observam, porque, para os outros, para os que sofrem da doença, fica uma espécie de morte em vida pois sequer lhes é permitido o sofrimento trazido pela consciência própria do seu drama. E, em último estágio, e bem entendido, sofrem da doença, não sofrem com a doença. 

O filme situa-se em duas fases distintas da vida da romancista e filósofa inglesa (nascida em Dublin, 1919), Iris Murdoch. Assente nas memórias escritas pelo seu marido – o professor universitário, autor e crítico literário John Bayley – somos confrontados com uma Iris Murdoch jovial, rebelde e brilhante vivendo uma intensa paixão pela vida, e, em paralelismo de imagens, com a escritora e pensadora famosa – 26 obras literárias editadas – então já a enfrentar o drama da doença de Alzheimer, primeiramente, até à degradação que a enfermidade lhe acarreta, culminando com a sua morte, em Fevereiro de 1999. 

Deve em primeiro lugar saudar-se a extrema honestidade dos autores do argumento para o filme (John Bayley, viúvo de Iris, e Dreyer, realizador, incluídos) ao não deixarem de incluir no filme pormenores sobre a vida de Iris Murdoch capazes de levarem à incompreensão alheia. Efetivamente, e como nem sempre se verifica, não houve tentativa de branqueamento de questões mais polêmicas como hipoteticamente poderiam tornar-se fatos como a bissexualidade da escritora ou mesmo alguma promiscuidade no seu comportamento sexual. 

Por outro lado, e noutra latitude de profundidade racional, o filme relança as dificuldades de uma definição do verdadeiro sentido do amor. Ou, em derradeira análise, remete-nos para a forte possibilidade de inexplicabilidade do mesmo. Porque razão uma mulher que fazia da liberdade de pensamento e arrojo de comportamento o seu lema de vida, se apaixonaria por um homem que parecia representar todo o oposto disso mesmo? E esse homem, porque passaria ele por tantas e tão grandes provações e, mesmo quando era ele mesmo que no fim dela lhe valia, ainda se roía e atormentava com ciúmes do passado? Mas, é importante que se ressalve, eram ciúmes resultantes desse mesmo amor e não daqueles ciúmes que sabemos nascidos do simples amor-próprio. 

Uma palavra para o elenco deste filme onde o difícil é conseguirmos manter-nos alheados do drama que se vive. Quer Kate Winslet (personalizando Iris quando jovem), quer Judi Dench (Iris no crepúsculo da sua vida) e mesmo Hugh Bonneville (John Bayley jovem) estão a um elevado nível de interpretação com destaque, ainda assim, para Kate Winslet que consegue uma das suas melhores interpretações de sempre. Mas, que dizer de Jim Broadbent (John Bayley já idoso)? No mínimo, uma excelente corporização que permitiu espelhar uma extremada afectuosidade. E retratar alguém em sofrimento e vivendo uma espécie de confusa inquietação, mas alguém que conseguia amar outra pessoa muito mais que provavelmente alguma vez terá amado a si mesmo. E talvez encontremos neste aspecto particular, ligado à interpretação de Jim Broadbent da personagem de John Bayley, as fundações para que construamos então uma definição para o verdadeiro amor.  (Joaquim Lucas)