Hoje amanheci com uma
tristeza profunda no meu coração. Minha “fortaleza até então
cheia de rachaduras”, desabou. Sinto a minha amada mãe cada dia
mais “perdida”, sendo “devorada” pelo Alzheimer, com a piora
pregressiva dos sintomas. Olhar parado, como que em busca de algo
perdido em sua memória. As palavras esvaziadas, muitas vezes sem
sentido. Desconfiança, inquietação, até mesmo dificuldades para
dormir, mesmo tomando a medicação específica.
Tenho observado, os
primeiros sinais de “alucinações" : “ver pessoas, ouvir vozes,
de pessoas que não estão presentes; “pânico” em ficar sozinha,
com receio de entrar um ladrão. As lembranças passadas,
estão também sendo consumidas pelo Alzheimer. Esquece em alguns
momentos a existência de um dos seus irmãos. Ao mostrar as fotos,
foi logo dizendo “ não tenho um irmão chamado João Bosco”.
Logo depois, a memória retoma, aos poucos, mesmo com várias
lacunas.
Quanta tristeza. Por mais
que tenha conhecimento da evolução da doença, sei que terei dias
como o de hoje. Impotência, choro incontido, insegurança, picos de
depressão. Continuo colocando em
prática a minha estratégia de “cuidar” para estar “bem”. Tenho certeza que
encontrarei forças para continuar a minha trajetória junto a minha
amada mãe.
Quanto a minha
“fortaleza”, farei um novo alicerce, uma nova estrutura com
concreto, para continuar a minha missão.
Obrigada meu bom Deus,
por sentir a sua presença no meu caminhar.
Amanhã estarei “BEM”.
Como te amo amada mãe.
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