domingo, 29 de setembro de 2013

AS 100 RAZÕES DO AMOR

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

 (Carlos Drummond de Andrade)

A IDADE


Qual é a minha idade?
Não! Não estou preocupado,
Apenas um tanto confuso
Afinal de contas
Que importância tem a idade?!
Em minha certidão de nascimento diz
Dezoito de fevereiro de mil novecentos e trinta e três...
Hoje não sei mais a minha idade!
Sinto recente as imagens de minha infância... a escola,
A professora, os colegas,
A namoradinha, o primeiro emprego,
O segundo, o terceiro e outros...
Mudei um pouco, externamente...
Os cabelos escaneceram,
As rugas apareceram,
Não jogo mais futebol...

Aliás, depois que “OITENTEI”
Nunca mais contei!...
Mas, continuo buscando, lutando, perdendo, vencendo,
Vivendo...
Interiormente, nada mudou!
Hoje eu sei mais, sinto mais
Entendo mais...
Que idade tenho?
Bem, deixa isso pra lá!
Não é importante ter uma idade,
Mas, viver como um ser humano que merece respeito,
Que vive com dignidade,
Que sabe amar,
Que pode ser amado
Idade? bobagem!
Eu sou eu e pronto!
Autor: João Batista de Medeiros
https://pt-br.facebook.com/cuidardeidosos

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

21 DE SETEMBRO - DIA MUNDIAL DA DOENÇA DE ALZHEIMER



Em 21 de setembro é comemorado o Dia Mundial do Alzheimer. A data, instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS), tem como objetivo promover a conscientização da população sobre o problema. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), a doença afeta cerca de 1,2 milhão de brasileiros, sendo principal causa de demência em pessoas com mais de 60 anos. Nos Estados Unidos, esse número pode chegar a cinco milhões de indivíduos diagnosticados. Relatório divulgado, no início de setembro deste ano, pelo Alzheimer’s Disease International (ADI) apresentou um dado preocupante, apenas 25% dos portadores sabem que possuem a doença.

De acordo com a presidente da Sociedade Mineira de Neurologia, Rosamaria Peixoto Guimarães, o diagnóstico é feito basicamente através de exames clínicos e do histórico do paciente, por isso, é importante ficar atento a alguns sinais de alteração de comportamento. “A principal característica do Alzheimer é o déficit de memória. A pessoa tem dificuldade em memorizar novas informações, experiências e eventos recentes. Dificuldade em nomear é comum e o indivíduo torna-se repetitivo. Os sintomas podem flutuar no inicio em intensidade e a incapacidade de reconhecimento da doença por parte do doente é comum. No início do quadro, como o déficit de memória é leve, os afazeres do dia a dia ainda podem ser realizados com relativa independência. Atividades como dirigir, cuidar da casa, fazer compras e participar de eventos sociais, passam a ser realizadas com menos eficiência e interesse”, explica a neurologista.

O diagnóstico é feito a partir da história clínica, testes psicométricos e exame físico neurológico, assim como através de exames de imagem e laboratoriais. Desta forma, o diagnóstico possível da Doença de Alzheimer pode ser eficaz em 90% dos casos. Exames complementares devem ser solicitados conforme sugerido previamente, de forma a afastar causas de demência secundária a outras doenças clínicas ou neurológicas. O diagnóstico diferencial como depressão é muito importante. “O diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento são fundamentais para garantir uma melhor qualidade de vida para o paciente”, pontua Dra. Rosamaria.

A principal preocupação dos médicos é com a qualidade de vida do paciente, pois mesmo medicado a doença progride. “Cuidadores e familiares têm que ser bem informados sobre todas as alterações cognitivas e comportamentais em cada estágio e como lidar com elas, o que pode reduzir muito a ansiedade em cuidar desse paciente”, explica a presidente da Sociedade Mineira de Neurologia.

De acordo com especialistas não há tratamento específico. Os sintomas cognitivos e comportamentais são tratados com medicamentos que estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Fonte: Associação Médica de Minas Gerais | AMMG.
http://www.hospitalviladaserra.com.br/

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

AS CURVAS DA ESTRADA DE SANTOS - LULU SANTOS


Se você pretende saber quem eu sou
Eu posso lhe dizer
Entre no meu carro na estrada de santos
E você vai me conhecer
Você vai pensar que eu não gosto nem mesmo de mim
E que na minha idade só a velocidade
Anda junto a mim
Só ando sozinho
E no meu caminho o tempo é cada vez menor
Preciso de ajuda

Por favor me acuda
Eu vivo muito só
Se acaso numa curva eu me lembro do meu rumo
Eu piso mais fundo

Corrijo num segundo
Não posso parar
Eu prefiro as curvas da estrada de santos
Onde eu tento esquecer
Um amor que eu tive
E vi pelo espelho na distância se perder
Mas se o amor que eu perdi eu novamente encontrar
As curvas se acabam
E na estrada de santos não vou mais passar

Não, não vou mais passar

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

FOTO POEMA : ENVELHECER

 

ENVELHECER


"Envelhecer é o único meio de viver muito tempo.
A idade madura é aquela na qual ainda se é jovem, porém com muito mais esforço.
O que mais me atormenta em relação às tolices de minha juventude, não é havê-las cometido...é sim não poder voltar a cometê-las.
Envelhecer é passar da paixão para a compaixão.
Muitas pessoas não chegam aos oitenta porque perdem muito tempo tentando ficar nos quarenta.
Aos vinte anos reina o desejo, aos trinta reina a razão, aos quarenta o juízo.
O que não é belo aos vinte, forte aos trinta, rico aos quarenta, nem sábio aos cinquenta, nunca será nem belo, nem forte, nem rico, nem sábio...
Quando se passa dos sessenta, são poucas as coisas que nos parecem absurdas.
Os jovens pensam que os velhos são bobos; os velhos sabem que os jovens o são.
A maturidade do homem é voltar a encontrar a serenidade como aquela que se usufruía quando se era menino.
Nada passa mais depressa que os anos.
Quando era jovem dizia:
“verás quando tiver cinqüenta anos”.
Tenho cinqüenta anos e não estou vendo nada.
Nos olhos dos jovens arde a chama, nos olhos dos velhos brilha a luz.
A iniciativa da juventude vale tanto a experiência dos velhos.
Sempre há um menino em todos os homens.
A cada idade lhe cai bem uma conduta diferente.
Os jovens andam em grupo, os adultos em pares e os velhos andam sós.
Feliz é quem foi jovem em sua juventude e feliz é quem foi sábio em sua velhice.
Todos desejamos chegar à velhice e todos negamos que tenhamos chegado.
Não entendo isso dos anos: que, todavia, é bom vivê-los, mas não tê-los."

Albert Camus

ANTES DE JULGAR ...

A MAIS PURA VERDADE ...

 
A medida que envelheço e convivo com outras, valorizo mais ainda as mulheres que estão acima dos 30. Elas não se importam com o que você pensa, mas se dispõem de coração se você tiver a intenção de conversar. Se ela não quer assistir ao jogo de futebol na tv, não fica à sua volta resmungando, vai fazer alguma coisa que queira fazer...

E geralmente é alguma coisa bem mais interessante. Ela se conhece o suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer. Elas não ficam com quem não confiam. Mulheres se tornam psicanalistas quando envelhecem.

Você nunca precisa confessar seus pecados... elas sempre sabem... Ficam lindas quando usam batom vermelho. O mesmo não acontece com mulheres mais jovens... Mulheres mais velhas são diretas e honestas.

Elas te dirão na cara se você for um idiota, caso esteja agindo como um!

Você nunca precisa se preocupar onde se encaixa na vida dela. Basta agir como homem e o resto deixe que ela faça... Sim, nós admiramos as mulheres com mais de 30 anos! Infelizmente isto não é recíproco, pois para cada mulher com mais de 30 anos, estonteante, bonita, bem apanhada e sexy, existe um careca, pançudo em bermudões amarelos bancando o bobo para uma garota de 19 anos...

Senhoras, eu peço desculpas! Para todos os homens que dizem: "Porque comprar a vaca, se você pode beber o leite de graça?", aqui está a novidade para vocês: Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento e sabem por quê?

"Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma lingüiça!". Nada mais justo!

Arnaldo Jabor

ENVELHECER - ARNALDO ANTUNES



A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer
A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer
Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer
Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer

Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qual é
E dizer venha pra o que vai acontecer

Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá

Pois ser eternamente adolescente nada é mais demodé
Com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não para de crescer
Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender
Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr

Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qual é
E dizer venha pra o que vai acontecer

Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

IDOSO, UM TESOURO DE CONHECIMENTO


Pessoas que merecem atenção e respeito. Assim são os idosos, pessoas que trazem impregnados nelas o testemunho de uma geração devido ao acúmulo dos anos vividos. Para eles, hoje, o tempo não tem a mesma importância de outrora e, se ainda usam o relógio de pulso é apenas como um acessório. Com a idade avançada, os passos se tornam mais lentos e os sentidos debilitados, alguns ainda mantêm a lucidez suficiente para contar suas repetidas histórias, as quais parecem ter importância, sobretudo, para os netinhos.

Pessoas – que merecem atenção e respeito – são discriminadas pela sociedade por considerá-las fora de um padrão estipulado como ideal. Aliás, convencionou-se que uma pessoa é idosa aos 65 anos de idade. Sabemos que muitas delas ainda têm condições de contribuir em muito com a mesma sociedade que as discrimina e descarta. Entretanto, muitas vezes, essa convenção ditada pelo meio social traz para a pessoa mais velha a sensação de que ela é um estorvo, incapaz de produzir ou oferecer alguma coisa útil.

A cultura imposta pela sociedade a respeito do idoso, gradativamente, é aplicada dentro de muitos lares. Infelizmente, em algumas famílias o comentário que se faz a respeito do mais velho é o comparando a um traste, alguém que somente dá trabalho, uma pessoa lerda e caduca ou cheia de doenças. Esquecem que aquele que agora tem a pele frouxa, sensível e uma visão fraca, em outros tempos, dedicou muito de sua vida no cuidado deles, quando eram bebês indefesos, os quais hoje deveriam retribuir com os mesmos gestos de carinho e respeito.

Sabemos que, a cada novo dia, os anos de vida se tornam mais pesados – tanto para os mais novos quanto aos mais velhos. Para estes, em especial, as tarefas mais simples do dia-a-dia se tornam cada vez mais difíceis, obrigando-os a se tornarem dependentes e merecedores dos mesmos cuidados que se aplicam às crianças.

Independentemente da nacionalidade, raça, cor ou condições financeiras, a natureza nos força a trilhar os mesmos caminhos percorridos por aqueles que nos antecedem. Se não houver a valorização dos méritos das pessoas mais velhas de nossa parte, nossos filhos estarão crescendo e sendo formados sob os mesmos conceitos, aos quais provavelmente nós é que seremos submetidos em alguns anos. Lembremos que podemos ser tratados pelos nossos jovens da mesma maneira que estamos ensinando-os a tratar os seus idosos.
http://www.cancaonova.com/

sábado, 14 de setembro de 2013

CAMINHOS CRUZADOS - VANESSA DA MATTA



Quando um coração que está cansado de sofrer,
Encontra um coração também cansado de sofrer,
É tempo de se pensar,
Que o amor pode de repente chegar.

Quando existe alguém que tem saudade de outro alguém
E esse outro alguém não entender,
Deixa esse novo amor chegar,
Mesmo que depois seja imprescindível chorar.

Que tolo fui eu que em vão tentei raciocinar
Nas coisas do amor que ninguém pode explicar!
Vem, nós dois vamos tentar...
Só um novo amor pode a saudade apagar.

Composição: Tom Jobim 

ACEITAR O ENVELHECIMENTO COM MATURIDADE É O CAMINHO


Aceitar o envelhecimento com naturalidade é o caminho, afirma psicóloga Olga Tessari

A terceira idade é um novo momento na vida do ser humano. Novas atividades, desafios, mudanças drásticas no cotidiano, algumas limitações, se impõem ao idoso que não está acostumado aos novos ajustes desta fase e acaba por enfrentar problemas de convívio e de saúde.

E para falar sobre o tema entrevistamos a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari, que trata da importância de todos os idosos serem respeitados, com muita atenção e amor.

Site Padre Marcelo Rossi – A falta de objetivos é o pior problema para uma pessoa que alcança a terceira idade e que pode até levar a depressão?

Olga Tessari – A falta de objetivos, aliada ao fato da pessoa não ver saída para sua situação atual, pode gerar depressão em qualquer idade. O problema do idoso é que ele, muitas vezes, pensa que não há mais tempo para fazer mais nada em sua vida porque a morte está se aproximando. Além disso, é comum, por terem mais tempo disponível, pararem para refletir e concluir que deixaram de fazer muitas coisas, que gostariam de ter feito outras tantas e que não há tempo disponível para isso. É importante que as pessoas tenham objetivos sempre, que realizem seus sonhos e desejos, independente da idade que tem, afinal, como nunca sabemos quando vamos morrer, embora a morte seja a única certeza na vida, temos que continuar com nossos objetivos. Isso me faz lembrar uma paciente minha que achava que sua vida estava acabada aos 50 anos, que não havia mais tempo para fazer mais nada. Eu disse a ela que, como ela não sabia quando morreria, poderiam se passar muitos anos até lá e ela poderia chegar aos 80 anos, por exemplo, olhando para trás e dizendo: "ah, passaram-se 30 anos e eu poderia ter feito isso ou aquilo, mas agora não há mais tempo". Sempre há tempo para realizarmos o que desejamos e, mesmo que cheguemos à morte e não tenhamos conseguido realizar todos os nossos objetivos, pelo menos tentamos. Ou seja, para evitar a depressão, é importante que tenhamos objetivos sempre e que possamos agir no sentido de executá-los.

Site Pe. Marcelo – A inatividade é outro entrave? Exemplo, uma pessoa que sempre trabalhou, um dia se aposenta e acaba por se desorientar quanto ao que fazer em seu cotidiano de aposentadoria?

Olga Tessari – Uma pessoa que trabalhou a vida toda tem dificuldade em lidar com esta nova realidade. Passada a fase de euforia por chegar à aposentadoria, muitos não sabem o que fazer, pois não pensaram nem planejaram como seria o seu futuro depois que se aposentassem. Com a aposentadoria, muitas mudanças nos costumes e nos hábitos diários acontecem em sua vida, perdem-se os contatos com os amigos de trabalho, de um momento para o outro surge um tempo enorme e ocioso pela frente, o que pode levar à sensação de se sentir inútil por não saber o que fazer com todo o tempo disponível, uma vez que está condicionado a associar trabalho com produtividade e utilidade. Além disso, por não se sentir mais produtivo, pode supor que tornou-se um estorvo na família, além de imaginar que a sua permanência em casa o dia todo pode alterar a rotina familiar. Mas aposentar-se pode ser algo muito bom, desde que a pessoa permita-se realizar os seus desejos não satisfeitos ao longo da vida, porque, enquanto trabalhava, estava mais preocupado e voltado para o seu desempenho profissional e o sustento.

Site Pe. Marcelo – Qual o principal desafio para o idoso que chega à terceira idade?

Olga Tessari – Saber lidar com as mudanças nos seus hábitos e na sua rotina. Aceitar o envelhecimento com naturalidade é o caminho, buscando conviver bem com as limitações decorrentes da idade tais como movimentos mais lentos, problemas de memória, diminuição da força muscular, etc... e valorizando aquilo que faz parte exclusiva dos idosos: a larga experiência de toda uma vida que jamais poderia ser deixada de lado.

Site Pe. Marcelo – O convívio com outras pessoas da mesma faixa etária, no caso de idosos solitários, viúvos, pode ser uma boa saída para sua autoestima?

Olga Tessari – É fundamental que os idosos façam parte de grupos com pessoas da sua faixa etária, até porque os hábitos e costumes dos idosos costumam ser muito diferentes das pessoas de outras faixas etárias. Estar com seus pares, fazer parte de um grupo com características semelhantes às suas, eleva a auto estima de qualquer pessoa em qualquer idade!

Site Pe. Marcelo – Qual deve ser o papel dos parentes dentro desse processo?

Olga Tessari – Parentes muitas vezes costumam ter uma atitude preconceituosa diante do idoso em função das dificuldades típicas desta fase da vida. É importante respeitar os limites impostos pela idade, não exigindo do idoso mais do que ele pode fazer. Além disso, o idoso tem necessidade de atenção (como todos temos) e os familiares devem se organizar para manterem um contato constante para conversar com ele e ouvi-lo, para entendê-lo e satisfazer as suas necessidades. Pedir a ele que relate suas experiências passadas, que conte histórias da família, que fale sobre aquilo que gosta de falar. Idosos não devem ser tratados como pessoas inválidas, eles apenas tem mais limites inerentes à idade, portanto, deve-se delegar a eles apenas tarefas que possam ser executadas sem sacrifícios (como cozinhar, se eles gostarem, bordar, fazer um determinado conserto, etc...). Os idosos adoram se sentir úteis e ficam felizes em poder ajudar ou satisfazer um desejo/necessidade de um parente ou conhecido! A família jamais deve dar a perceber que se incomoda ou que não tem vontade de ajudá-los ou de ouvi-los, pelo contrário, deve agir no sentido de permitir, na medida do possível, a manutenção da autonomia, da independência e da dignidade dos idosos. Tratá-los com respeito é ensinar às novas gerações como elas devem tratar a si mesmos no futuro (porque, se não morrermos antes, todos nós nos tornaremos idosos).

Site Pe. Marcelo – O que o idoso pode fazer para manter uma vida saudável e bem consigo mesmo?

Olga Tessari – Existe um mito de que a velhice seja uma etapa de restrições, privações e sofrimentos, o que é uma inverdade, pois os idosos podem gozar de bem estar e saúde até o final da vida, tudo vai depender da forma como viveram e como cuidaram de si mesmos ao longo dela. As doenças podem surgir em qualquer fase da vida, o que ocorre nesta fase são algumas limitações que, se bem administradas, não impedem que o idoso tenha uma vida plena, saudável e feliz. Cuidar para ter uma alimentação saudável, praticar uma atividade física regular sempre com orientação profissional, fazer um check-up médico periódico, manter a atividade sexual, manter o contato com amigos, parentes e afins, procurar ter momentos de lazer constantes, ou seja, cuidar de si mesmo como um todo, ocupando-se com atividades que tragam prazer, alegria e satisfação: todos estes fatores juntos colaboram para uma vida plena, saudável e feliz! (Matéria publicada no site do Padre Marcelo por Rodrigo Herrero em 21/01/2006)

A FILOSOFIA PARA A VELHICE

terça-feira, 10 de setembro de 2013

MAL DE ALZHEIMER


O mal de Alzheimer é uma doença que leva o nome do neurologista alemão Alois Alzheimer, que viveu no século XlX. Manifesta-se por volta dos 50 anos de idade como uma demência caracterizada por uma deterioração profunda e maciça da inteligência, associada a uma desorientação temporal e espacial.

Daniel G. Amem, neurologista e psiquiatra americano autor do livro “Transforme Seu Cérebro, Transforme sua Vida”, concluiu através de seus estudos de radiografia do cérebro que esses pacientes têm perfusão (passagem de líquido – inclusive sangue – através de um órgão) diminuída nos lobos temporais e uma atividade diminuída nos lobos parietais, algumas vezes encontradas nesses cérebros, de três a seis anos antes do surgimento dos sintomas. Também garante que pode ser difícil distinguir se trata-se do mal de Alzheimer ou de uma depressão, pois os sintomas são muito semelhantes.

Pela medicina convencional essa doença ainda é considerada incurável, embora existam remédios específicos que conseguem estabilizar, por algum tempo, o funcionamento das partes afetadas do cérebro.

A medicina chinesa e os estudos psicológicos de correlação das doenças com os padrões mentais do ser humano mostram que o mal de Alzheimer ocorre com pessoas que teimaram a vida inteira em não aceitar a vida como ela é. Na verdade sempre procuraram controlar os acontecimentos ou os pensamentos dos outros à sua maneira, mas, quando contrariados, acabaram gerando para sim mesmas frustração e raiva.

Todos sabemos o quanto é difícil alguém se contrapor ao livre-arbítrio de uma pessoa, seja através de crítica seja de sugestões.

Por isso, a única saída para aqueles que resistem em mudar seu modo de ver a vida é começar a esquecê-la, o que vai revelar o outro extremo de seu ego controlador e indefeso. Essas pessoas perdem, inconscientemente, a esperança de transformar o ambiente em que vivem e partem para um estado de demência a fim de relaxar.

Aos familiares e amigos de idosos com esse mal aconselho conversarem com eles normalmente, mostrando-lhes novas maneiras de perceber os acontecimentos. Procurem contar-lhes casos engraçados e suaves para estimular seu bom humor. Devem falar-lhes sobre o perdão e a alegria de viver, pois eles precisam aprender a libertar para alcançar a sua própria liberdade.

Entenda que enquanto a consciência foge dos processos da vida pelos estranhos caminhos da amnésia, da demência, das drogas ou do sono, o inconsciente do ser humano permanece intacto e ativo em seu ritmo instintivo de emoções e de necessidades fisiológicas e biológicas.

Procure entendê-lo tratando-o com amor e paciência, mesmo que ele se mostre violento e esquecido, pois esse comportamento é típico de sua obstinada resistência em não querer ajuda. Ele sabe, inconscientemente, que essa ajuda, certamente, vai curá-lo, o que o obrigaria a ter de dar o braço a torcer contra a sua vontade.

Querido leitor, para combater esse orgulho cego só existe um caminho: ame-o sinceramente e compreenda que o mal de Alzheimer foi a única forma encontrada para sua sobrevivência, uma vez que suas crenças errôneas estão profundamente enraizadas em sua mente. Converse com seu subconsciente como se estivesse conversando com uma pessoa normal, o que, na realidade, ele é, apenas carrega medos maiores  que sua vontade.

Portanto, ignore as aparências e ame a sua essência.

Se todos os familiares tratarem-no com muito amor, não como a um doente, mas como uma pessoa saudável, ele perceberá em sua própria alma que vale a pena lembrar de seus entes queridos.

Cuidado com o que você pensa a respeito dele, pois o inconsciente coletivo tem muito mais força de transmissão do que o verbo. Não duvide daquilo que ainda você não tem total conhecimento, as coisas não são exatamente como vemos com os olhos físicos. Seu pensamento é uma arma poderosa, portanto,para ajudar alguém só será possível fazê-lo através do amor verdadeiro em seus pensamentos, suas palavras e suas atitudes.

Faça-o captar o seu amor por todos os poros e aprenda que idade não impede ninguém de progredir e construir sonhos para o futuro. O futuro pode ser tão longo quanto se acreditar.

É oportuno destacar que o índice populacional de idosos ativos com mais de cem anos de idade cresce a cada ano em todo o mundo, principalmente em países orientais.

Você que tem um familiar, amigo ou conhecido portador do mal de Alzheimer, precisa acreditar, de coração, que vale a pena colaborar para que ele se recupere e transforme sua vida para melhor.

O perdão, o desapego e o amor sem imposições são as ferramentas ideais para se reconstruir uma vida. Assim, permita que seu consciente experimente a liberdade de soltar sem medo e sem culpas seus familiares e você verá o quanto seu comportamento anterior limitava o desenvolvimento das pessoas ao seu redor e a sua própria liberdade para evoluir. (Texto extraído do livro “Linguagem do Corpo” de Cristina Cairo)

terça-feira, 3 de setembro de 2013

VELHICE E SABEDORIA


Se pudesse viver de novo minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, viveria mais frouxo.
Seria mais bobo do que fui;
de fato, levaria a sério só umas poucas coisas.
Seria menos higiênico.
Correria mais riscos, faria mais viagens, contemplaria muitos crepúsculos,
escalaria mais montanhas, nadaria em muitos rios.
Iria a mais lugares desconhecidos, comeria mais sorvetes e menos vagens,
teria mais problemas reais e menos imaginários.
Fui uma pessoa dessas que viveu sensata e pacificamente cada minuto;
e é claro que tive muitos momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar atrás, trataria de ter somente bons momentos.
Pois, caso não saibam, disto é feita a vida, só de momentos.
Nunca percam o agora.
Eu era um desses que nunca vão a lugar algum sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas.
Se pudesse voltr a viver, andaria descalço desde o começo da primavera até o fim do outono.
Andaria de carrocinha, contemplaria mais alvoradas e brincaria com as crianças,
se tivesse a vida pela frente.
Mas, vejam, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.
http://www.novamensagem.com.br/

A VELHICE PEDE DESCULPAS

idoso-queda

Tão velho estou como árvore no inverno,
vulcão sufocado, pássaro sonolento.
Tão velho estou, de pálpebras baixas,
acostumado apenas ao som das músicas,
à forma das letras.

Fere-me a luz das lâmpadas, o grito frenético
dos provisórios dias do mundo:
Mas há um sol eterno, eterno e brando
e uma voz que não me canso, muito longe, de ouvir.

Desculpai-me esta face, que se fez resignada:
já não é a minha, mas a do tempo,
com seus muitos episódios.

Desculpai-me não ser bem eu:
mas um fantasma de tudo.
Recebereis em mim muitos mil anos, é certo,
com suas sombras, porém, suas intermináveis sombras.

Desculpai-me viver ainda:
que os destroços, mesmo os da maior glória,
são na verdade só destroços, destroços.

Cecília Meireles, in 'Poemas (1958)'