As
pessoas não se precisam, elas se completam…Não por serem metades,
mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns,
alegrias e vida. (Mário Quitanda)
Mais
uma noite de natal passado com a minha amada mãe. Tudo muito
simples. Reunimos na casa da filha mais nova para troca de presentes
e confraternização. Contamos com a presença do irmão que mora
fora, acompanhado da esposa e enteado.
Como ela estava linda, com a mesma elegância de sempre, roupa nova, cabelos penteados (brancos, lembrando "algodão"), com fios acinzentados, batom cor da pele, perfume e um longo sorriso. Sempre a perguntar : “Estou bem? Esperando claro, por uma resposta: “Linda e elegante como sempre”. A velhice, com certeza tem a sua beleza.
Como ela estava linda, com a mesma elegância de sempre, roupa nova, cabelos penteados (brancos, lembrando "algodão"), com fios acinzentados, batom cor da pele, perfume e um longo sorriso. Sempre a perguntar : “Estou bem? Esperando claro, por uma resposta: “Linda e elegante como sempre”. A velhice, com certeza tem a sua beleza.
De repente passo a contemplar a minha amada mãe e observo as marcas do
tempo em seu rosto. O que é o viver senão sentir a transformação
do encanto esplêndido da juventude na potente força da maturidade,
e depois na beleza peculiar da velhice.
Um turbilhão de sentimentos e emoções invadindo o meu ser. Estou a debruçar na janela do tempo, rememorando os acontecimentos e fragmentos mais importantes de minha estrada da vida junto a minha amada mãe. “O tempo é um rio que corre”, segundo Lya Luft. Assim, a vida humana possui o mesmo processo do fluxo do rio. Um processo incessante, formado por ritmos singulares em que surgem obstáculos, correntezas, redemoinhos, destino incerto, beleza e força contínuas.
Um turbilhão de sentimentos e emoções invadindo o meu ser. Estou a debruçar na janela do tempo, rememorando os acontecimentos e fragmentos mais importantes de minha estrada da vida junto a minha amada mãe. “O tempo é um rio que corre”, segundo Lya Luft. Assim, a vida humana possui o mesmo processo do fluxo do rio. Um processo incessante, formado por ritmos singulares em que surgem obstáculos, correntezas, redemoinhos, destino incerto, beleza e força contínuas.
A vida é
dinâmica e não cessa. Quando me refiro à vida, remeto-me
diretamente ao processo do envelhecimento, porque envelhecer e viver
são processos indissociáveis. Desenvolvemos uma infinita rede de
relações por meio de várias histórias que colhemos e tecemos
durante todo o percurso de nossas vidas. Estamos desde a concepção,
envelhecendo e vivendo, vivendo e envelhecendo, nunca sendo os
mesmos, porque envelhecer é um processo contínuo de transformação
do ser humano como único em seu tempo vivido.
Somos
proprietários de um tempo e queremos contar aos outros a respeito
dele. Porventura, em nosso íntimo, desejamos deixar para os outros
uma lembrança de nós mesmos, a fim de continuarmos a fazer parte da
história deles como personagens de um tempo que já se foi. Queremos
permanecer na memória daqueles que continuarão a trilhar a vida. O
que é viver se não podemos deixar nossos rastros?
De
volta a realidade: A noite foi bastante animada, com os netos, amigos
e demais familiares, compartilhando momentos de alegria, risos e
brincadeiras. Na hora da ceia, ela pouco comeu, sentindo-se cansada e
pedindo para dormir. Fomos para casa e após muitos beijos e abraços
carinhosos, ela logo pegou no sono.
Em
se tratando do Alzheimer, cada dia mais invadindo sem escrúpulo,
todo o seu ser. Frágil, dependente, dificuldade motora e de
comunicação, dentre outros sintomas. Surgimento
recente de movimentação das pernas incessantemente. Após consulta
ao neurologista, foi solicitado um Eletroneuromiografia, com
suspeita de “sindrome das pernas
inquietas”. Um novo
desafio a ser enfrentado. Marcado exame para Janeiro.
Em
relação a passagem de ano novo, nada de comemoração. Todos os
filhos viajando, como sempre, estarei com ela. Vamos passar a noite
bem agarradinhas, agradecendo
ao meu bom DEUS, o ano transcorrido
e pedindo que
em 2016 tenha forças para
superação dos obstáculos
advindos da evolução da DA.
Como
te amo amada mãe.
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