“Quando
vivenciamos o fascínio do amor... Fazemos da pessoa amada uma divindade,
transformamos a dureza do trabalho numa prazerosa ocupação.”
(Leonardo
Boff)
Algumas
das descobertas mais incríveis do ser humano, como andar e falar,
acontecem na infância, quando a cada dia algo novo é apresentado a
alguém que está em processo de formação. Mas, ao longo da vida,
surgem várias outras descobertas e redescobertas. Algumas pessoas
até dizem que, quando o ser humano vai ficando velho, ele volta a
ser criança, precisando de atenção e cuidado especial de
indivíduos que estejam dispostos a ensiná-los, por mais difícil
que seja, a lição. Contudo a idade, além de novas experiências,
traz consigo consequências do tempo e, muitas vezes, da falta de
cuidado com a saúde. Exemplo disso são as demências, com destaque
o ALZHEIMER.
O
Alzheimer é uma doença silenciosa que compromete o desenvolvimento
cognitivo e afeta os processos de raciocínio, percepção, memória,
linguagem e atenção causando a perda da autonomia da pessoa. Sem
memória, uma pessoa não se reconhece.
Ela se despedaça … Deixa de existir. Neste sentido, toda pessoa é
memória, embora, não seja, apenas memória.
As lembranças que podemos invocar à vontade ou os restos
registrados de nossas experiências vividas são a matéria-prima da
memória humana. Tudo
isto, é devastado pelo ALZHEIMER.
Com
a evolução do
Alzheimer,
faz-se necessário
adaptações
e modificações no ambiente de maneira a
facilitar o
cotidiano,
como: o banho, o erguer, o alimentar, o vestir, entre outras, no
entanto,
a maior de todas as adaptações é a emocional.
Manter o equilíbrio
psicológico, quando você vê a sua mãe, aquela mulher, que foi o
teu norte, que te ensinou a viver, que te ensinou os valores da vida,
precisando ser amparada, não tendo mais controle de si mesma. É
perder diariamente a
consciência de quem foi, de quem é, de quem ama … é perder
referências.
Além
destas adaptações, o tratamento
do Alzheimer requer intervenções
farmacológicas (medicamentosas) e não farmacológicas.
É importante ressaltar que as medicações têm efeito sintomático
e eficácia modesta, embora beneficiando uma parcela significativa
dos pacientes. A participação de outros profissionais de saúde,
particularmente aqueles que trabalham no campo da reabilitação,
como Fisioterapeuta
e Terapeuta Ocupacional,
é
de grande importância.
Se
houver estimulação motora, haverá como consequência,
uma melhora do quadro intelectual , mesmo que seja pouca a resposta é
fundamental o estímulo continuado, realizado
por um terapeuta ocupacional. O exercício físico é importante para
esses pacientes, pois com a melhora da parte física, o psiquismo do
doente também melhora, já que ele evita o recolhimento em si e
continua a executar as atividades do mundo externo.
Em
relação ao tratamento de minha amada mãe, conto com excelentes
profissionais, Terapeuta Ocupacional e Fisioterapeuta. Referidos
profissionais já fazem parte do nosso cotidiano familiar.
Em função dos problemas familiares, em especial com a irmã que mora com a minha amada mãe, tive que contratar uma cuidadora, que após uma rejeição inicial, está em processo de adaptação, estando sob supervisão e acompanhamento de minha parte.
A
solidariedade e o convívio da família são de fundamental
importância para que o tratamento do paciente tenha um melhor efeito
ajudando-o a ter uma melhor qualidade de vida. Acima de tudo, não
esquecer também do fundamental : o AMOR, mesmo que o
paciente em alguma fase da doença não reconheça algumas coisas ou
pessoas, mas ele saberá diferenciar onde existe carinho e amor.
Enfim,
é renovar o amor, a paciência, a tolerância a cada dia, a cada
momento.
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