domingo, 30 de novembro de 2014
NÃO TEM SIDO FÁCIL ...
A VOCÊ FAMILIAR/CUIDADOR
“Cuidar é um
exercício constante de amor e compaixão, sem o qual nos tornamos meros
executores de normas pré-estabelecidas, que nos orientam, mas são
insuficientes diante dos enigmas do ser humano”.
" A
missão é grande.Tenham fé em vossos corações.A realidade é dura,mas o
amor vence todas as barreiras.Tenham forças,não desanimem,pois o
paciente necessita de amparo,carinho, fé e amor.
É difícil, as lágrimas
vertem,as forças vão se esvaindo,mas a missão é linda.Que jamais se
deixem vencer pelas dificuldades,problemas,pois são parte natural de
nossa existência.Que cada lágrima,seja renovada numa fé maior,para que
vossa resistência seja fortalecida.Você vai vencer os obstáculos.
Abras a
janela de sua alma e deixe o sol,invadir cada pedacinho de você e ele
levará as tristezas e decepções para bem longe.Tenhas certeza que o
esforço não será em vão.Que Deus os abençoe e proteja fortalecendo a
certeza que estão cumprindo com seriedade e plenitude no sucesso
infinito.
Queremos expressar todo o nosso carinho e dedicação e pedir que
Deus seja o refúgio nas horas mais difíceis de vossas vidas.Unam-se
numa fé maior. Lembrem-se, o dia de hoje a ti pertence e os minutos
estão a sua disposição,para aproveitá-los da melhor maneira, sempre em
caminhos dignos e acompanhados com disciplina,responsabilidade e
solidariedade.
Este é o teu dia de hoje! E o teu futuro como será?
Cumpras tua missão com carinho e amor,pois Deus nos dá aquilo que
podemos suportar,nem mais nem menos. Continuem acreditando e orando para
que tudo aconteça em vossas vidas,como uma experiência viva de amor.Que a
energia divina abençoe a cada um de vocês,trazendo forças renovadas a
cada amanhecer de vossas vidas.
Lembre-se! Você é o começo e um novo tempo que chegou para conduzir o paciente ao caminho da eterna felicidade. Que esta fase nova na vida de vocês, seja de muito amor e carinho e que o amor pulse fortemente em vossos corações,pois vocês estão dentro de nossos corações. Com carinho. Sandra"(direitos Autorias Reservados)
ANJO DE VIDRO - FILME
Um filme tocante. Anjo de
Vidro é uma produção lançada nos cinemas em 2005 que encantou o publico
ao trazer um ótimo elenco num belíssimo painel de pequenas histórias que
se cruzam na noite de natal. Susan Sarandon, Paul Walker, Penélope Cruz
e Robin Willians são alguns dos nomes presentes em Anjo de Vidro,
dirigido por Chaz Palminteri, em sua primeira aparição nos créditos da
sétima arte. Durante o filme, o diretor surge como o personagem Arizona,
numa participação mínima.
É
Natal em Nova York. As ruas estão cobertas de neve, músicas natalinas
estão por toda parte e as pessoas andam apressadas em direção às lojas,
para comprar os presentes de última hora. Porém um grupo de pessoas está
completamente à parte deste clima. Alguns deles são Rose (Susan
Sarandon), uma mulher emocionalmente frágil cuja mãe está no hospital, e
Mike (Paul Walker), um policial que briga com um homem mais velho (Alan
Arkin). Porém alguns encontros na véspera de Natal fazem com que eles
repensem a vida. Nesse enredo ainda há espaço para Nina (Penélope Cruz,
linda e provocante) como a mulher do ciumento policial Mike.
Anjo de Vidro ensaia temas como espiritismo (reencarnação), porém, não se aprofunda na questão, deixando a trama mais ligada as relações pessoais e a carência de muitas pessoas, que aprendem a viver sozinhas, sem auto flagelar-se com a situação em que vivem, repleta de solidão. Amor, amizade e companheirismo são algumas das palavras-chave que definem essa produção refinada.
Anjo de Vidro ensaia temas como espiritismo (reencarnação), porém, não se aprofunda na questão, deixando a trama mais ligada as relações pessoais e a carência de muitas pessoas, que aprendem a viver sozinhas, sem auto flagelar-se com a situação em que vivem, repleta de solidão. Amor, amizade e companheirismo são algumas das palavras-chave que definem essa produção refinada.
sábado, 29 de novembro de 2014
EXERCITANDO A MENTE
Veja se você consegue
dizer a sequência de cores abaixo. Mas preste atenção!!! Você não pode
ler as palavras, mas apenas dizer quais são as cores que você está vendo
em sequência rapidamente.
ADEUS LUCIDEZ
“Um
problema de ser-se velho é o de julgarem que ainda devemos aprender
coisas quando, na verdade, estamos a desaprendê-las, e faz todo sentido
que assim seja para que nos afundemos inconscientemente na iminência do
desaparecimento.
A inconsciência apaga as dores, claro, e apaga as
alegrias, mas já não são muitas as alegrias e no resultado da conta é
bem visto que a cabeça dos velhos se destitua da razão para que, tão de
frente à morte, não entremos em pânico.
A repreensão contínua passa por
essa esperança imbecil de que amanhã estejamos mais espertos quando,
pelas leis mais definidoras da vida, devemos só perder capacidades.
A
esperança que se deposita na criança tem de ser inversa a que nos
dirige. E quando eu fico bloqueado, tão irritado com isso, sem dúvida,
não é por estar imaturo e esperar vir a ser melhor, é por estar maduro
de mais e como que apodrecendo, igual aos frutos.
Nós sabemos que
erramos e sabemos que, na distração cada vez maior, na perda de
reflexos e de agilidade mental, fazemos coisas sem saber e não as
fazemos por estupidez. Fazemos por descoordenação entre o que está certo
e o que nos parece certo e até sabemos que isso de certo ou errado é
muito relativo. É tudo mais forte do que nós.”
(Valter Hugo Mãe – A Máquina de Fazer Espanhóis)
AS CORES DO CREPÚSCULO : A ESTÉTICA DO ENVELHECER - (LIVRO)
Neste livro Rubem Alves fala da velhice comparando-a ao crepúsculo. Segundo ele, a velhice é bela como a tarde imóvel
“Por
oposição aos gerontologistas, que analisam a velhice como um
processo biológico, eu estou interessado na velhice como um
acontecimento estético. A velhice tem a sua beleza, que é a beleza
do crepúsculo. A juventude eterna, que é o padrão estético
dominante em nossa sociedade, pertence à estética das manhãs. As
manhãs tem uma beleza única, que lhes é própria.
Mas
o crepúsculo tem um outro tipo de beleza, totalmente diferente da
beleza das manhãs. A beleza do crepúsculo é tranquila, silenciosa
– talvez
solitária. No crepúsculo tomamos consciência do tempo. Nas manhãs
o céu é como um mar azul, imóvel.
No
crepúsculo as cores se põem em movimento: o azul vira verde, o
verde vira amarelo, a amarelo vira abóbora, o abóbora vira
vermelho, o vermelho vira roxo – tudo
rapidamente.
Ao
sentir a passagem do tempo nós percebemos que é preciso viver o
momento intensamente.Tempus
fugit
– o
tempo foge – portanto,carpe
diem
– colha
o dia. No crepúsculo sabemos que a noite está chegando.
Na
velhice sabemos que a morte está chegando. E isso nos torna mais
sábios e nos faz degustar cada momento como uma alegria única. Quem
sabe que está vivendo a despedida olha para a vida com olhos mais
ternos...”
(Rubem
Alves)
CONFUSÃO MENTAL DO DOENTE COM ALZHEIMER
¨I have lost myself!¨, dizia Auguste D., paciente do Dr. Lois Alzheimer.
¨Eu perdi a mim mesma!¨
É muito importante que todos os familiares dos doentes com Alzheimer
tenham sempre esta frase em mente, pois ela representa o verdadeiro
sentimento do doente, expressando toda confusão mental que vivencia no
seu dia a dia. As versões do doente com Alzheimer dos fatos e acontecimentos podem estar contaminadas por esta confusão mental.
Por vezes, usa o pensamento mágico, relatando histórias que parecem
de verdade. Inventa histórias para justificar seus lapsos de memória.
Outras vezes confunde fantasia com realidade, assistindo um programa ou
filme na TV, conversando com os personagens das novelas. Nas conversas,
confunde fatos do passado com os do presente. Pode ter alucinações e
delírios.
Sempre, ele, o doente com Alzheimer será o dono indiscutível da
verdade. É preciso saber escutar e não discutir. Acatar o que nosso
familiar doente com Alzheimer nos relata. Perceber como ele está, que
sentimento ou emoção está expressando, se assustado, se nervoso, se
agitado, se ansioso, se triste, se inseguro, com medo… Acolher o
sentimento, a emoção, compartilhar e procurar acalmá-lo. Assim, damos a
ele apoio e segurança, além de abertura para expressar o que sente. Aos
poucos, ir mudando de ambiente ou de assunto, ou para alguma atividade
que ele goste de fazer.
É claro que, em alguns momentos, vamos precisar ter atitudes firmes,
colocar limites. Mas, se conseguirmos ter em mente que nosso familiar
está confuso na maior parte do tempo, vamos aprendendo a reconhecer suas
reações e a lidar com elas da melhor maneira possível.
¨Eu recuava alarmada a cada perda adicional de memória e
concentração. Mas não confiava aos membros da minha família, quando elas
ocorriam. Ao invés disso, eu continuava a fazer um jogo de camuflagem
chamado – Eu Tenho Um Segredo, – mesmo depois que todos já estavam
cientes das minhas novas deficiências. Em meu medo e desespero, cada
perda tomava proporções maiores, mas ainda assim eu continuava com minha
tentativa tola de iludir os outros.¨ Mc Gowin, Diana em Vivendo no
Labirinto, Alzheimer na visão do paciente.
A tentativa de se colocar no lugar do outro – o doente com Alzheimer –
, que chamamos de EMPATIA, de muito ajudará o familiar/cuidador a lidar
com as dificuldades de comportamento do doente. Não é fácil não! Mas, de posse de conhecimentos e informações sobre a
Doença de Alzheimer, vamos tentando compreender o nosso doente.
http://www.taniascripilliti.com.br/
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
A MELHOR IDADE
Melhor idade por quê? Porque estamos ficando velhos?
A Terceira Idade é uma fase da vida pela qual a maioria dos
indivíduos de uma sociedade bem equilibrada e igualitária tende a
passar. Quando esses fatores não se apresentam, muito dificilmente
teremos o envelhecimento sadio dos sujeitos dessa sociedade. Embora seja
ainda a época da vida em que esses indivíduos sejam apresentados a
doenças e males que nunca antes tinham aparecido enquanto eram jovens, a
terceira idade vem com a promessa de uma nova visão de mundo, uma
postura renovada, que passa a condizer com a condição de idoso.
Às vezes chamá-los de idosos pode entristecê-los, ou desanimá-los de
uma forma indescritível. E é aí que se apresenta uma saída para essa
nomenclatura: a melhor idade. Ela existe? A melhor idade é de fato o
melhor período da vida do homem em geral? Ou apresenta-se como um termo
mais agradável para tratar daqueles que muito viveram e ainda estão
entre nós para contar a vivência de seus muitos anos de vida?
Eufemismo ou não, o que se sabe e pode-se afirmar é que a terceira
idade garante ao indivíduo a abertura de um amanhecer diferente de todos
aqueles pelos quais ele já passou em outras fases da sua vida. E por
isso é, ainda que não seja tão palpável assim, a melhor idade para
(re)descobrir o mundo ao redor daqueles que a compõem; além, é claro, de
fazer desse um universo cheio de possibilidades, embora as condições
físicas – ou mentais – estejam de certa forma comprometidas.
A melhor idade vem para aqueles que saibam aproveitar sua chegada,
independente do tempo em que se dê por completa. O que é realmente
considerável é o momento no qual o indivíduo está, sob qual espírito ele
receberá sua nova fase; como ele irá aproveitá-la, se de forma intensa
ou mais pacata. E a partir desses conceitos é que se considera concreta a
verdade em torno da melhor idade da sua vida.
http://www.aterceiraidade.com/a-melhor-idade/
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
ALZHEIMER - CARTA PARA O FILHO
O dia em que este velho já não for o mesmo, tenha paciência e me compreenda.
- Quando eu derramar
comida sobre minha camisa e esquecer como amarrar meus sapatos, tenha
paciência comigo e se lembre das horas que passei te ensinando a fazer
as mesmas coisas.
- Se quando conversa
comigo, repito e repito as mesmas palavras e sabes de sobra como
termina, não me interrompas e me escute. Quando era pequeno, para que
dormisse, tive que contar-lhe milhares de vezes a mesma estória até que
fechasse os olhinhos.
- Quando estivermos
reunidos e, sem querer, fizer minhas necessidades, não fique com
vergonha e compreenda que não tenho a culpo disto, pois já não as posso
controlar. Pensa quantas vezes quando menino te ajudei e estive
pacientemente a seu lado esperando que terminasse o que estava fazendo.
- Não me reproves
porque não queira tomar banho; não me chames a atenção por isto.
Lembre-se dos momentos que te persegui e os mil pretextos que tive que
inventar para tornar mais agradável o seu banho.
- Quando me vejas
inútil e ignorante na frente de todas as coisas tecnológicas que já não
poderei entender, te suplico que me dê todo o tempo que seja necessário
para não me machucar com o seu sorriso sarcástico. Lembre-se que fui eu quem te ensinou tantas coisas. Comer, se vestir e como enfrentar a vida tão bem com o faz, são produto de meu esforço e perseverança.
- Quando em algum
momento, enquanto conversamos, eu chegue a me esquecer do que estávamos
falando, me dê todo o tempo que seja necessário até que eu me lembre, e
se não posso fazê-lo não fique impaciente; talvez não fosse importante o
que falava e a única coisa que queria era estar contigo e que me
escutasse nesse momento.
- Se alguma vez já não quero comer, não insistas. Sei quando posso e quando não devo.
- Também compreenda que, com o tempo, já não tenho dentes para morder, nem gosto para sentir.
- Quando minhas
pernas falharem por estarem cansadas para andar, dá-me sua mão terna
para me apoiar, como eu o fiz quando começou a caminhar com suas fracas
perninhas.
- Por último,
quando algum dia me ouvir dizer que já não quero viver e só quero
morrer, não te enfades. Algum dia entenderás que isto não tem a ver com
seu carinho ou o quanto te amei. Trate de compreender que já não vivo, senão que sobrevivo, e isto não é viver.
- Sempre quis o melhor para você e preparei os caminhos que deve percorrer. Então pense que com
este passo que me adianto a dar, estarei construindo para você outra
rota em outro tempo, porém sempre contigo.
- Não se sinta triste,
enojado ou impotente por me ver assim. Dá-me seu coração, compreenda-me
e me apóie como o fiz quando começaste a viver.
- Da mesma maneira que te acompanhei em seu caminho, te peço que me acompanhe para terminar o meu. Dê-me amor e paciência, que te devolverei gratidão e sorrisos com o imenso amor que tenho por você.
Atenciosamente,
Papai e Mamãe
(autor desconhecido)
REALIDADE - APENAS UM DESABAFO
Não existir dói. O homem não foi preparado para representar o
vazio. Em que parte se está guardado? Em que outra se está esquecido?
O
que forma a identidade de uma pessoa? Sem dúvida, a personalidade, o
meio social, a influência familiar e a educação, entre outros fatores.
Eles se entrelaçam pela vivência, pelos acontecimentos do dia-a-dia e,
principalmente, por aquilo que fica como recordação. A memória é,
portanto, o cofre, ou melhor ainda, o arquivo dessa identidade.
Imagine agora cada gaveta pouco a pouco sendo esvaziada dos nomes dos
amigos, dos mapas das ruas, das fotos dos aniversários. De repente, as
imagens dos filhos, dos irmãos, das mulheres e dos maridos desaparecem.
Não há mais registro de rostos nem vozes familiares. Só lembranças,
poucas, de um passado distante. A identidade é praticamente nula. Tudo
vazio.
A Doença de Alzheimer é uma experiência devastadora. Para o doente, a perda gradual da memória é o apagar do mais essencial que possuímos, do que nos define e nos diferencia daquilo que faz de cada um de nós, humanos: nossa identidade.
Para o familiar, é a dor de um luto
prolongado, pois, embora esteja vivo, aquele à nossa frente vai, pouco a
pouco, deixando de ser quem um dia conhecemos e amamos.
A exclusão dos detalhes de uma relação, seja ela qual for, acontece
não por escolha, mas por uma debilidade cruel que apaga de forma
sorrateira as pegadas deixadas. Não existir dói. O homem não foi
preparado para representar o vazio.
O indivíduo existe por ser de carne e osso ou pelo fato de a
existência ser validada pela lembrança que os outros cultivam? Afinal, o
que faz com que cada um exista? Qual a importância dos rastros deixados
na vida de outra pessoa? Em que parte se está guardado? Em que outra se
está esquecido? Boas e más
lembranças são parte da história de cada um de nós. Seria interessante
mutilar essa parte da nossa história? Mutilação causada pelo ALZHEIMER.
Um cérebro danificado gera uma mente fragmentada. Aceitar que a personalidade de uma pessoa querida está se esvaindo é difícil para os familiares. Quanto mais danificado o cérebro, mais fragmentada a mente e menos consistente a personalidade.
É preciso fazer as pazes e se conformar com o problema. É necessário
saber aproveitar os momentos de lucidez e se felicitar com os momentos
de alegria. Igualmente importante é poder dar o conforto nos momentos de
aflição do paciente, quando a doença fala mais alto.
Como é triste o destino de alguém acometido pela doença de Alzheimer.
VIDA - CLARICE LISPECTOR
CUIDA BEM DE MIM - NANDO REIS
Deixa essa água no corpo lembrar nosso banho
Hum! Mas se um dia eu chegar muito louco
Deixa essa noite saber que um dia foi pouco
Cuida bem de mim
Então misture tudo dentro de nós
Porque ninguém vai dormir nosso sonho
Hum! Minha cara, pra que tantos planos?
Se quero te amar e te amar e te amar muitos anos
Hum! Tantas vezes eu quis ficar solto, como louco
Como se fosse uma lua a brincar no teu rosto
Cuida bem de mim
Então misture tudo dentro de nós.
CUIDADOR: PARE, PENSE E REFLITA
Hoje eu quero falar diretamente com você, sem meias palavras... E como
não pode ser olho no olho digamos que seja de coração a coração. O que
você está fazendo da sua vida? Como está lidando com essa situação? Eu, mais do que ninguém, posso falar, porque vivo os mesmos dramas que você.
Houve um tempo em que me sentia sozinha, triste, deprimida, achando que a
vida, essa vida, não era pra mim. Tinha sonhos e planos, queria ser
livre, sorrir, cantar, ser feliz...Mas os cuidados com minha mãe me
impediam de enxergar qualquer outro caminho a não ser o da doença, da
clausura involuntária, da solidão.
Ligava o meu computador e procurava achar sites, blogs, chats onde
houvessem pessoas que, como eu, viviam seus dramas familiares. Vertia
rios de lágrimas lendo histórias de pessoas, cuja situação eram bem
piores que a minha. Lia desabafos emocionados de seres à beira do
suicídio, procurando desesperadamente alguém que as confortasse.
Assistia a vídeos sempre muito tristes, melancólicos e achava que não
valia a pena viver para ter um final assim, tanto da ótica do doente
quanto da do cuidador. Desligava o computador pior do que antes, me
sentindo mais triste, não só pela minha dor, mas pela dos outros também.
Absorvia toda aquela carga negativa e me entregava às lamentações...
Pensava em como seria quando minha mãe chegasse àquele estágio da doença
e se aguentaria...
De repente, percebi que estava tudo errado. Eu estava criando pra mim
uma realidade que não era a minha. Chorando e sofrendo pela dor dos
outros, atraindo como um imã tudo aquilo em que pensava, sentia,
vibrava. Olhava para minha mãe com olhos de medo, pena, desespero... e
ela mesma reagia a tudo isso ficando mais agitada, mais deprimida e me
dando muito mais trabalho.
Parei. Resolvi mudar de postura. Abri as janelas de casa, deixei a luz
do sol entrar...liguei o rádio, coloquei uma música suave, dancei com o
vento, varri pra fora a tristeza e os maus pensamentos. Sorri com
ternura pra minha mãe, calei minha boca pra não mais maldizer a
situação, orei e agradeci por minha vida não ser triste assim.
Se eu não podia ver o mundo lá fora, trazia o mundo para dentro da minha
casa. Sentava em frente ao computador e buscava coisas bonitas, textos
interessantes, mensagens otimistas. Procurava músicas antigas, que eu
gostava e que me traziam boas recordações. Buscava meus amigos nas redes
sociais para um papo virtual, trocava idéias, passava meu tempo em
saudável conversação. Achava blogs interessantes que traziam assuntos com o qual me identificava e, assim, ia ampliando o meu universo de conhecimento.
Minha relação com minha mãe passou a ser de cumplicidade, de troca de
experiências e carinho. Aprendi a ser mais paciente, a deixar que ela
faça as coisas no tempo dela, sem pressa. Achei também um tempo pra mim,
para fazer o que eu gosto, o que me dá prazer. Comecei a me arrumar,
cuidar da minha aparência, da minha saúde. Se não tenho meu dia livre,
me sobram as noites para eu fazer o que tenho vontade, fui fazer aquele
curso que sempre quis e não achava oportunidade.
Aprendi a ouvir o silêncio do meu coração, me conectei com meu Eu,
busquei força e conhecimento para ampliar meus horizontes, passei a ver
além da aparência, a sentir a energia das coisas, a vibração do universo
e, a isso, dou o nome de HARMONIA. Quando se está em harmonia tudo a
nossa volta tem um outro brilho, um sentido muito mais amplo. A nossa
compreensão da vida, dos "problemas", se abre para um mundo de
possibilidades, de caminhos e, com certeza, você tem sabedoria pra
escolher o melhor deles.
E, então, eu pergunto de novo: o que você está fazendo da sua vida? Com o
que quer se sintonizar? Vai continuar buscando histórias tristes pra
ler? Vai continuar achando desculpas pra não viver? Me desculpa, se é isso o que procura, aqui não vai encontrar... (Postado por
Crônicas da Vida por MD)
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
DIGNIDADE PARA DOENTES DE ALZHEIMER
Para os recém-diagnosticados com a
doença de Alzheimer, o medo de um futuro desconhecido lutando com essa
doença degenerativa que tem sido diagnosticada em pessoas muitos jovens,
agora precisa ser enfrentado.
Familiares vão começar a planejar seus papéis de cuidadores e vão gerir a
situação, dando apoio ao ente querido, lidando com a dor e a
experiência à medida que doença progride. Coloquei-me no papel da pessoa recém-diagnosticada e agora escrevo a forma digna que eu gostaria que me tratassem:
· Fale comigo diretamente - "Eu sou a pessoa com a doença".
· Diga a verdade - mesmo se você não tem todas as respostas.
· Recebendo o diagnóstico precoce me ajuda a viver mais
completamente e obtendo informações, talvez possa encontrar um ensaio
clínico.
· Leve minhas preocupações a sério, independentemente da minha
idade - não esqueçam que esta doença pode afetar até jovens de 40 anos.
· Quero informações em linguagem simples, mas sensível - me ajudará a entender.
· Seja sensível aos meus sentimentos.
· Expliquem-me a finalidade dos diferentes exames e testes e o
que esperam deles. Me informe : porque, quanto tempo vai levar e
deixe-me fazer uma pausa se necessário, e me deem tempo para fazer
perguntas.
· Dê-me as ferramentas para viver com esta doença - não me deixe
sozinha para lidar com ela após o diagnóstico, me fale sobre grupos de
apoio e como entrar em contato com a Associação de Alzheimer local.
· Dê-me opções de tratamento médico.
· Monte comigo um projeto para uma vida saudável- desejo
informações não apenas sobre medicamentos, mas boa alimentação, estilo
de vida e exercícios físicos.
· Reconheça que sou um indivíduo e o jeito que eu experimento
esta doença é exclusivo - lembre-se ao dar conselhos que cada pessoa é
afetada de forma diferente e em um ritmo diferente, cada pessoa é
“única”, respeite isso.
· Alzheimer é uma jornada, não um destino - continue a ser meu
defensor, não só para os meus cuidados médicos, mas para minha qualidade
de vida com a doença de Alzheimer.
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