sábado, 29 de novembro de 2014

CONFUSÃO MENTAL DO DOENTE COM ALZHEIMER

¨I have lost myself!¨, dizia Auguste D., paciente do Dr. Lois Alzheimer.
¨Eu perdi a mim mesma!¨

É muito importante que todos os familiares dos doentes com Alzheimer tenham sempre esta frase em mente, pois ela representa o verdadeiro sentimento do doente, expressando toda confusão mental que vivencia no seu dia a dia. As versões do doente com Alzheimer dos fatos e acontecimentos podem estar contaminadas por esta confusão mental.

Por vezes, usa o pensamento mágico, relatando histórias que parecem de verdade. Inventa histórias para justificar seus lapsos de memória. Outras vezes confunde fantasia com realidade, assistindo um programa ou filme na TV, conversando com os personagens das novelas. Nas conversas, confunde fatos do passado com os do presente. Pode ter alucinações e delírios.

Sempre, ele, o doente com Alzheimer será o dono indiscutível da verdade. É preciso saber escutar e não discutir. Acatar o que nosso familiar doente com Alzheimer nos relata. Perceber como ele está, que sentimento ou emoção está expressando, se assustado, se nervoso, se agitado, se ansioso, se triste, se inseguro, com medo… Acolher o sentimento, a emoção, compartilhar e procurar acalmá-lo. Assim, damos a ele apoio e segurança, além de abertura para expressar o que sente. Aos poucos, ir mudando de ambiente ou de assunto, ou para alguma atividade que ele goste de fazer.

É claro que, em alguns momentos, vamos precisar ter atitudes firmes, colocar limites. Mas, se conseguirmos ter em mente que nosso familiar está confuso na maior parte do tempo, vamos aprendendo a reconhecer suas reações e a lidar com elas da melhor maneira possível.

¨Eu recuava alarmada a cada perda adicional de memória e concentração. Mas não confiava aos membros da minha família, quando elas ocorriam. Ao invés disso, eu continuava a fazer um jogo de camuflagem chamado – Eu Tenho Um Segredo, – mesmo depois que todos já estavam cientes das minhas novas deficiências. Em meu medo e desespero, cada perda tomava proporções maiores, mas ainda assim eu continuava com minha tentativa tola de iludir os outros.¨ Mc Gowin, Diana em Vivendo no Labirinto, Alzheimer na visão do paciente.

A tentativa de se colocar no lugar do outro – o doente com Alzheimer – , que chamamos de EMPATIA, de muito ajudará o familiar/cuidador a lidar com as dificuldades de comportamento do doente. Não é fácil não! Mas, de posse de conhecimentos e informações sobre a Doença de Alzheimer, vamos tentando compreender o nosso doente.
http://www.taniascripilliti.com.br/

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