¨I have lost myself!¨, dizia Auguste D., paciente do Dr. Lois Alzheimer.
¨Eu perdi a mim mesma!¨
É muito importante que todos os familiares dos doentes com Alzheimer
tenham sempre esta frase em mente, pois ela representa o verdadeiro
sentimento do doente, expressando toda confusão mental que vivencia no
seu dia a dia. As versões do doente com Alzheimer dos fatos e acontecimentos podem estar contaminadas por esta confusão mental.
Por vezes, usa o pensamento mágico, relatando histórias que parecem
de verdade. Inventa histórias para justificar seus lapsos de memória.
Outras vezes confunde fantasia com realidade, assistindo um programa ou
filme na TV, conversando com os personagens das novelas. Nas conversas,
confunde fatos do passado com os do presente. Pode ter alucinações e
delírios.
Sempre, ele, o doente com Alzheimer será o dono indiscutível da
verdade. É preciso saber escutar e não discutir. Acatar o que nosso
familiar doente com Alzheimer nos relata. Perceber como ele está, que
sentimento ou emoção está expressando, se assustado, se nervoso, se
agitado, se ansioso, se triste, se inseguro, com medo… Acolher o
sentimento, a emoção, compartilhar e procurar acalmá-lo. Assim, damos a
ele apoio e segurança, além de abertura para expressar o que sente. Aos
poucos, ir mudando de ambiente ou de assunto, ou para alguma atividade
que ele goste de fazer.
É claro que, em alguns momentos, vamos precisar ter atitudes firmes,
colocar limites. Mas, se conseguirmos ter em mente que nosso familiar
está confuso na maior parte do tempo, vamos aprendendo a reconhecer suas
reações e a lidar com elas da melhor maneira possível.
¨Eu recuava alarmada a cada perda adicional de memória e
concentração. Mas não confiava aos membros da minha família, quando elas
ocorriam. Ao invés disso, eu continuava a fazer um jogo de camuflagem
chamado – Eu Tenho Um Segredo, – mesmo depois que todos já estavam
cientes das minhas novas deficiências. Em meu medo e desespero, cada
perda tomava proporções maiores, mas ainda assim eu continuava com minha
tentativa tola de iludir os outros.¨ Mc Gowin, Diana em Vivendo no
Labirinto, Alzheimer na visão do paciente.
A tentativa de se colocar no lugar do outro – o doente com Alzheimer –
, que chamamos de EMPATIA, de muito ajudará o familiar/cuidador a lidar
com as dificuldades de comportamento do doente. Não é fácil não! Mas, de posse de conhecimentos e informações sobre a
Doença de Alzheimer, vamos tentando compreender o nosso doente.
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