O
primeiro sintoma do alzheimer é a perda da memória MITO: não é apenas a
perda da memória que sinaliza o alzheimer. A doença atinge inicialmente
a parte do cérebro que controla a linguagem, a memória e o raciocínio,
outros sintomas podem indicar sua chegada. "Esquecimentos persistentes
de fatos recentes, recados, compromissos, dificuldades com planejamento
de atividades, cálculos, controle das finanças, desorientação no tempo e
no espaço, dificuldade de executar tarefas rotineiras e alterações de
comportamento (como comportamentos inesperados, inadequados, incomuns
para aquela pessoa) são os primeiros sinais da doença de alzheimer",
explica o psiquiatra Cássio Bottino, professor do Instituto de
Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
USP (FMUSP) e diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer
(Abraz).
Quem
tem este mal esquece coisas que acabaram de acontecer, mas lembra fatos
antigos. VERDADE: as primeiras alterações sofridas pelos pacientes é na
memória recente, ou seja, a pessoa tem dificuldade de recordar eventos
que acabaram de acontecer, mas consegue se lembrar sem problemas de algo
que aconteceu na infância, por exemplo. "A doença afeta primeiramente o
hipocampo, por isso as pessoas experimentam dificuldade em recordar
fatos recentes, mas se lembra do que aconteceu muitos anos atrás",
explica o psiquiatra Orestes Forlenza, professor pesquisador do
Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
Quem
tem alzheimer não consegue compreender o que se passa ao seu redor.
MITO: a pessoa com a doença, apesar das dificuldades de memória e dos
outros sintomas, se mantém consciente do que acontece ao seu redor.
Apenas nos estágios avançados isso pode mudar. "Há que se ressaltar que,
embora precise de cuidados, o idoso com alzheimer não passa a ser uma
criança. Ele continua sendo fonte de sabedoria e experiência e merece o
respeito antes dispensado a ele e tem que ter garantido seu papel e
espaço nas relações familiares", enfatiza a psicóloga Fernanda Gouveia
Paulino, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).
Doenças
cardiovasculares aumentam o risco de desenvolver a doença. VERDADE:
doenças cardiovasculares e cerebrovasculares podem aumentar o risco de
vários tipos de demência e também da doença de alzheimer. "Assim, é
importante o diagnóstico e seguir as orientações do profissional de
saúde, tratando qualquer tipo de doença, e principalmente mudando em
qualquer idade a maneira de viver", afirma o geriatra Paulo Canineu,
professor da Faculdade de Medicina da PUC São Paulo e diretor do
Instituto Paulo Canineu.
Alimentos
que contêm ômega 3 ajudam a prevenir o mal de Alzheimer. PARCIALMENTE
VERDADE: a alimentação não evita a doença, mas se for saudável, pobre em
gorduras e bem balanceada certamente contribui para menos problemas
cardiovasculares que podem agravar o quadro de demência. "Alimentos
ricos em vitamina B12, cálcio e flavonoides contribuem para retardar o
quadro ao menos em estudos de grandes populações", aponta o psiquiatra
Jerson Laks, coordenador do Centro para Doença de Alzheimer e outros
transtornos relacionados ao idoso e professor do Instituto de
Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Esquecer
as coisas significa ter o mal de Alzheimer. MITO: problemas de memória
podem estar relacionados a diversos fatores, como outras demências, ou
até mesmo estresse e depressão. Além disso, a doença de alzheimer vai
atingir as memórias recentes, enquanto memória de fatos acontecidos há
mais tempo (como na infância) são preservadas. "A pessoa com alzheimer
tem sua memória de curto prazo comprometida, demonstrando dificuldade
cada vez maior de memorizar, de registrar novas informações, de aprender
coisas novas. No entanto, sua memória episódica, ou seja, de longo
prazo, está preservada", aponta o psiquiatra Orestes Forlenza, professor
pesquisador do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da
USP (FMUSP).
Receber
um diagnóstico de alzheimer significa que a vida acabou. MITO: receber
um diagnóstico de alzheimer é chocante e assustador, tanto para a pessoa
quanto para a família. Mas não significa que a vida acabou. Atualmente,
com o tratamento adequado, uma pessoa com a doença pode te ruma
sobrevida de até 20 anos. "Muitos pacientes, se bem estimulados, têm
excelente qualidade de vida, divertem-se, relacionam-se de maneira
prazerosa e agradável e levam uma vida bem organizada", afirma a
psicóloga Fernanda Gouveia Paulino, presidente da Associação Brasileira
de Alzheimer (Abraz).
A
prática de exercícios físicos é importante para pessoas com alzheimer.
VERDADE: exercitar-se pode retardar a manifestação da doença, assim como
amenizar seus sintomas. "O exercício físico ao longo da vida retarda o
aparecimento da doença. Também ajuda - e muito - os pacientes e seus
cuidadores a terem uma melhor qualidade de vida", ressalta Jerson Laks,
coordenador do Centro para Doença de Alzheimer e Outros Transtornos
Relacionados ao Idoso e professor do Instituto de Psiquiatria da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
É
possível evitar o mal de Alzheimer. PARCIALMENTE VERDADE: é possível
tentar prevenir, mas ainda não existem evidências científicas mostrando
que é possível evitar a doença. "Atividades cognitivas, boa alimentação e
exercícios físicos podem contribuir para retardar o início, porque
aumentam a reserva cognitiva e podem ajudar a pessoa a desenvolver
estratégias para lidar com os deficits, mas não impedem o
desenvolvimento da doença", aponta Cássio Bottino, professor do
Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP (FMUSP) e diretor científico da Associação Brasileira de
Alzheimer (Abraz). Especialistas também concordam que prevenir as
doenças cardiovasculares pode colaborar para prevenir o alzheimer.
É
possível evitar o mal de Alzheimer. PARCIALMENTE VERDADE: é possível
tentar prevenir, mas ainda não existem evidências científicas mostrando
que é possível evitar a doença. "Atividades cognitivas, boa alimentação e
exercícios físicos podem contribuir para retardar o início, porque
aumentam a reserva cognitiva e podem ajudar a pessoa a desenvolver
estratégias para lidar com os deficits, mas não impedem o
desenvolvimento da doença", aponta Cássio Bottino, professor do
Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP (FMUSP) e diretor científico da Associação Brasileira de
Alzheimer (Abraz). Especialistas também concordam que prevenir as
doenças cardiovasculares pode colaborar para prevenir o alzheimer .
O
alzheimer atinge apenas idosos. MITO: apesar de a doença atingir mais
os idosos, ela também pode se desenvolver em pessoas com menos de 65
anos. "A Doença de Alzheimer de Início Precoce (Daip), que atinge
pessoas com menos de 65 anos, é mais rara (cerca de 10% do total) e é
caracterizada por um declínio mais rápido das funções cognitivas",
explica o psiquiatra Orestes Forlenza, professor pesquisador do
Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
Se
alguém na minha família tem ou teve alzheimer, eu também terei. MITO:
não há evidências científicas que comprovem com segurança a
hereditariedade da doença. "Ainda não sabemos todos os mecanismos
genéticos envolvidos na doença de alzheimer. Alguns genes já estão
reconhecidos, mas ainda há um bom caminho a andar nesse sentido para
sabermos exatamente quais os principais responsáveis", aponta Jerson
Laks, coordenador do Centro para Doença de Alzheimer e outros
transtornos relacionados ao idoso e professor do Instituto de
Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) .
Mal
de Alzheimer não tem cura. VERDADE: infelizmente não há cura. Porém,
existem tratamentos que retardam a evolução da doença e outros que
minimizam os distúrbios no humor e comportamento. "Existem medicamentos
que podem retardar a progressão da doença e que possibilitam uma melhora
expressiva. Nas fases mais avançadas, também é possível contar com
terapias não medicamentosas, como terapia ocupacional, fonoaudiologia,
fisioterapia etc, que ajudam muito a amenizar os sintomas e a melhorar
qualidade de vida", explica o psiquiatra Orestes Forlenza, professor
pesquisador do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da
USP (FMUSP).
Pancadas
na cabeça podem acarretar o mal de Alzheimer. VERDADE: estudo da
Universidade da Pensilvânia (EUA) realizado pelo neurologista Tracy
McIntosh e publicado no "Journal of Neuroscience" relacionou pancadas e
ferimentos na cabeça com o desenvolvimento do alzheimer. De acordo com a
pesquisa, a concentração cerebral de proteínas que contribuem para a
formação das placas senis (um dos fatores por trás da doença) aumenta
após um traumatismo craniano. Outra pesquisa, feita pela Universidade de
Rochester (EUA), afirma que receber pancadas repetidas na cabeça criam
lesões permanentes, mas imperceptíveis, que podem desencadear doenças
neurológicas. Isso poderia explicar o caso de boxeadores como o
brasileiro Maguila, recentemente diagnosticado com alzheimer.
Mulheres
têm mais chances de desenvolver alzheimer. VERDADE: o mal de Alzheimer
afeta duas vezes mais as mulheres que os homens, segundo dados da OMS
(Organização Mundial da Saúde) de 2012. Para quem chegou aos 65 anos, o
risco futuro de surgir alzheimer é de 12% a 19% no sexo feminino; e de
6% a 10% nos homens. Como a doença está relacionada com a idade, parte
da explicação está no fato de que as mulheres tendem a viver mais. Porém
os mecanismos biológicos por trás dessa diferença tão grande ainda não
foram completamente compreendidos.
http://noticias.uol.com.br/saude/
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