sexta-feira, 22 de maio de 2015

MITOS E VERDADES SOBRE ALZHEIMER


 
O primeiro sintoma do alzheimer é a perda da memória MITO: não é apenas a perda da memória que sinaliza o alzheimer. A doença atinge inicialmente a parte do cérebro que controla a linguagem, a memória e o raciocínio, outros sintomas podem indicar sua chegada. "Esquecimentos persistentes de fatos recentes, recados, compromissos, dificuldades com planejamento de atividades, cálculos, controle das finanças, desorientação no tempo e no espaço, dificuldade de executar tarefas rotineiras e alterações de comportamento (como comportamentos inesperados, inadequados, incomuns para aquela pessoa) são os primeiros sinais da doença de alzheimer", explica o psiquiatra Cássio Bottino, professor do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). 
 
 

Quem tem este mal esquece coisas que acabaram de acontecer, mas lembra fatos antigos. VERDADE: as primeiras alterações sofridas pelos pacientes é na memória recente, ou seja, a pessoa tem dificuldade de recordar eventos que acabaram de acontecer, mas consegue se lembrar sem problemas de algo que aconteceu na infância, por exemplo. "A doença afeta primeiramente o hipocampo, por isso as pessoas experimentam dificuldade em recordar fatos recentes, mas se lembra do que aconteceu muitos anos atrás", explica o psiquiatra Orestes Forlenza, professor pesquisador do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
 
 
Quem tem alzheimer não consegue compreender o que se passa ao seu redor. MITO: a pessoa com a doença, apesar das dificuldades de memória e dos outros sintomas, se mantém consciente do que acontece ao seu redor. Apenas nos estágios avançados isso pode mudar. "Há que se ressaltar que, embora precise de cuidados, o idoso com alzheimer não passa a ser uma criança. Ele continua sendo fonte de sabedoria e experiência e merece o respeito antes dispensado a ele e tem que ter garantido seu papel e espaço nas relações familiares", enfatiza a psicóloga Fernanda Gouveia Paulino, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).
 
 
Doenças cardiovasculares aumentam o risco de desenvolver a doença. VERDADE: doenças cardiovasculares e cerebrovasculares podem aumentar o risco de vários tipos de demência e também da doença de alzheimer. "Assim, é importante o diagnóstico e seguir as orientações do profissional de saúde, tratando qualquer tipo de doença, e principalmente mudando em qualquer idade a maneira de viver", afirma o geriatra Paulo Canineu, professor da Faculdade de Medicina da PUC São Paulo e diretor do Instituto Paulo Canineu.

 
Alimentos que contêm ômega 3 ajudam a prevenir o mal de Alzheimer. PARCIALMENTE VERDADE: a alimentação não evita a doença, mas se for saudável, pobre em gorduras e bem balanceada certamente contribui para menos problemas cardiovasculares que podem agravar o quadro de demência. "Alimentos ricos em vitamina B12, cálcio e flavonoides contribuem para retardar o quadro ao menos em estudos de grandes populações", aponta o psiquiatra Jerson Laks, coordenador do Centro para Doença de Alzheimer e outros transtornos relacionados ao idoso e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
 
 
Esquecer as coisas significa ter o mal de Alzheimer. MITO: problemas de memória podem estar relacionados a diversos fatores, como outras demências, ou até mesmo estresse e depressão. Além disso, a doença de alzheimer vai atingir as memórias recentes, enquanto memória de fatos acontecidos há mais tempo (como na infância) são preservadas. "A pessoa com alzheimer tem sua memória de curto prazo comprometida, demonstrando dificuldade cada vez maior de memorizar, de registrar novas informações, de aprender coisas novas. No entanto, sua memória episódica, ou seja, de longo prazo, está preservada", aponta o psiquiatra Orestes Forlenza, professor pesquisador do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
 
 
Receber um diagnóstico de alzheimer significa que a vida acabou. MITO: receber um diagnóstico de alzheimer é chocante e assustador, tanto para a pessoa quanto para a família. Mas não significa que a vida acabou. Atualmente, com o tratamento adequado, uma pessoa com a doença pode te ruma sobrevida de até 20 anos. "Muitos pacientes, se bem estimulados, têm excelente qualidade de vida, divertem-se, relacionam-se de maneira prazerosa e agradável e levam uma vida bem organizada", afirma a psicóloga Fernanda Gouveia Paulino, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).
 
 
A prática de exercícios físicos é importante para pessoas com alzheimer. VERDADE: exercitar-se pode retardar a manifestação da doença, assim como amenizar seus sintomas. "O exercício físico ao longo da vida retarda o aparecimento da doença. Também ajuda - e muito - os pacientes e seus cuidadores a terem uma melhor qualidade de vida", ressalta Jerson Laks, coordenador do Centro para Doença de Alzheimer e Outros Transtornos Relacionados ao Idoso e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
 
 
É possível evitar o mal de Alzheimer. PARCIALMENTE VERDADE: é possível tentar prevenir, mas ainda não existem evidências científicas mostrando que é possível evitar a doença. "Atividades cognitivas, boa alimentação e exercícios físicos podem contribuir para retardar o início, porque aumentam a reserva cognitiva e podem ajudar a pessoa a desenvolver estratégias para lidar com os deficits, mas não impedem o desenvolvimento da doença", aponta Cássio Bottino, professor do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Especialistas também concordam que prevenir as doenças cardiovasculares pode colaborar para prevenir o alzheimer.
 
 
É possível evitar o mal de Alzheimer. PARCIALMENTE VERDADE: é possível tentar prevenir, mas ainda não existem evidências científicas mostrando que é possível evitar a doença. "Atividades cognitivas, boa alimentação e exercícios físicos podem contribuir para retardar o início, porque aumentam a reserva cognitiva e podem ajudar a pessoa a desenvolver estratégias para lidar com os deficits, mas não impedem o desenvolvimento da doença", aponta Cássio Bottino, professor do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Especialistas também concordam que prevenir as doenças cardiovasculares pode colaborar para prevenir o alzheimer .

 
O alzheimer atinge apenas idosos. MITO: apesar de a doença atingir mais os idosos, ela também pode se desenvolver em pessoas com menos de 65 anos. "A Doença de Alzheimer de Início Precoce (Daip), que atinge pessoas com menos de 65 anos, é mais rara (cerca de 10% do total) e é caracterizada por um declínio mais rápido das funções cognitivas", explica o psiquiatra Orestes Forlenza, professor pesquisador do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
 
 
Se alguém na minha família tem ou teve alzheimer, eu também terei. MITO: não há evidências científicas que comprovem com segurança a hereditariedade da doença. "Ainda não sabemos todos os mecanismos genéticos envolvidos na doença de alzheimer. Alguns genes já estão reconhecidos, mas ainda há um bom caminho a andar nesse sentido para sabermos exatamente quais os principais responsáveis", aponta Jerson Laks, coordenador do Centro para Doença de Alzheimer e outros transtornos relacionados ao idoso e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) .

 
Mal de Alzheimer não tem cura. VERDADE: infelizmente não há cura. Porém, existem tratamentos que retardam a evolução da doença e outros que minimizam os distúrbios no humor e comportamento. "Existem medicamentos que podem retardar a progressão da doença e que possibilitam uma melhora expressiva. Nas fases mais avançadas, também é possível contar com terapias não medicamentosas, como terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia etc, que ajudam muito a amenizar os sintomas e a melhorar qualidade de vida", explica o psiquiatra Orestes Forlenza, professor pesquisador do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
 
 
Pancadas na cabeça podem acarretar o mal de Alzheimer. VERDADE: estudo da Universidade da Pensilvânia (EUA) realizado pelo neurologista Tracy McIntosh e publicado no "Journal of Neuroscience" relacionou pancadas e ferimentos na cabeça com o desenvolvimento do alzheimer. De acordo com a pesquisa, a concentração cerebral de proteínas que contribuem para a formação das placas senis (um dos fatores por trás da doença) aumenta após um traumatismo craniano. Outra pesquisa, feita pela Universidade de Rochester (EUA), afirma que receber pancadas repetidas na cabeça criam lesões permanentes, mas imperceptíveis, que podem desencadear doenças neurológicas. Isso poderia explicar o caso de boxeadores como o brasileiro Maguila, recentemente diagnosticado com alzheimer.

 
Mulheres têm mais chances de desenvolver alzheimer. VERDADE: o mal de Alzheimer afeta duas vezes mais as mulheres que os homens, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2012. Para quem chegou aos 65 anos, o risco futuro de surgir alzheimer é de 12% a 19% no sexo feminino; e de 6% a 10% nos homens. Como a doença está relacionada com a idade, parte da explicação está no fato de que as mulheres tendem a viver mais. Porém os mecanismos biológicos por trás dessa diferença tão grande ainda não foram completamente compreendidos.
 http://noticias.uol.com.br/saude/

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