Quem cuida de pacientes com
doenças degenerativas convive diariamente com a dor e o sofrimento dos
pacientes e da sua família. Por isso, além de ter vocação e paciência, é
preciso saber cuidar de si próprio e preservar-se.
Um bom cuidador tem que se conhecer
o suficiente para saber se conseguirá conviver com a dor, com o sofrimento de
idosos com Alzheimer e outras demências. Deve saber se vai se adaptar, se terá
paciência. Isso depende mais de suas características pessoais que de seu
treinamento técnico. A capacitação técnica e o conhecimento são fundamentais,
mas não são suficientes se o perfil do cuidador não for adequado.
Não é mera coincidência o fato de
que a grande maioria dos cuidadores de idosos é do sexo feminino, acima dos 30
anos: são pessoas que já viveram tempo suficiente para saberem o que querem de
suas vidas. Em geral não são pessoas oportunistas, não trabalham exclusivamente
pelo dinheiro. Elas simplesmente gostam de idosos. Cuidar deles é sua vocação.
No entanto, nem a vocação mais
profunda elimina a necessidade do cuidador preservar sua saúde, tanto física
quanto mental. Atividades físicas são muito importantes, assim como suporte
psicológico. A convivência com amigos e outras fontes de lazer deve ser sempre
estimulada. Muitos cuidadores são pessoas de baixo poder aquisitivo e, às
vezes, não podem fazer tudo isso. Nesses casos, a saída é conviver com pessoas
de bom humor, visitar, ser visitado, praticar a religiosidade, qualquer
atividade que o faça relaxar.
Cuidar de idosos tem grande impacto
sobre a esfera emocional do cuidador. Faz com que ele se pergunte
constantemente como será sua própria velhice, o que pode ser muito angustiante.
A perspectiva da nossa própria finitude, o testemunho do abandono de familiares
e o sofrimento causado pelas doenças associadas à idade podem provocar quadros
depressivos profundos e até irreversíveis. Preservar a própria saúde mental é
absolutamente essencial.
Outro ponto importante é a falta
de profissionais capacitados no mercado. Hoje grande parte dos cuidados a
idosos é prestado por profissionais de enfermagem, em geral técnicos. No
entanto, embora tenham grande capacitação técnica, esses profissionais não
costumam ter treinamento específico para as limitações da velhice, como as
diversas maneiras de se lidar com demências, atividades de estímulo físico e
mental e até mesmo medidas para prevenção de complicações. Muitos deles,
inclusive, não têm nem mesmo o perfil de temperamento desejável para cuidar do
idoso, e acabam se restringindo a mantê-los limpos, alimentados e seguros - o
que é muito pouco perto do que seria um cuidado ideal. (Postado por : Ana Lucia
Coradazzi)
http://www.homeangels.com.br/
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