quinta-feira, 7 de novembro de 2013

CUIDAR DE IDOSOS NÃO É PARA QUALQUER UM


Quem cuida de pacientes com doenças degenerativas convive diariamente com a dor e o sofrimento dos pacientes e da sua família. Por isso, além de ter vocação e paciência, é preciso saber cuidar de si próprio e preservar-se.

Um bom cuidador tem que se conhecer o suficiente para saber se conseguirá conviver com a dor, com o sofrimento de idosos com Alzheimer e outras demências. Deve saber se vai se adaptar, se terá paciência. Isso depende mais de suas características pessoais que de seu treinamento técnico. A capacitação técnica e o conhecimento são fundamentais, mas não são suficientes se o perfil do cuidador não for adequado.

Não é mera coincidência o fato de que a grande maioria dos cuidadores de idosos é do sexo feminino, acima dos 30 anos: são pessoas que já viveram tempo suficiente para saberem o que querem de suas vidas. Em geral não são pessoas oportunistas, não trabalham exclusivamente pelo dinheiro. Elas simplesmente gostam de idosos. Cuidar deles é sua vocação.

No entanto, nem a vocação mais profunda elimina a necessidade do cuidador preservar sua saúde, tanto física quanto mental. Atividades físicas são muito importantes, assim como suporte psicológico. A convivência com amigos e outras fontes de lazer deve ser sempre estimulada. Muitos cuidadores são pessoas de baixo poder aquisitivo e, às vezes, não podem fazer tudo isso. Nesses casos, a saída é conviver com pessoas de bom humor, visitar, ser visitado, praticar a religiosidade, qualquer atividade que o faça relaxar.

Cuidar de idosos tem grande impacto sobre a esfera emocional do cuidador. Faz com que ele se pergunte constantemente como será sua própria velhice, o que pode ser muito angustiante. A perspectiva da nossa própria finitude, o testemunho do abandono de familiares e o sofrimento causado pelas doenças associadas à idade podem provocar quadros depressivos profundos e até irreversíveis. Preservar a própria saúde mental é absolutamente essencial.

Outro ponto importante é a falta de profissionais capacitados no mercado. Hoje grande parte dos cuidados a idosos é prestado por profissionais de enfermagem, em geral técnicos. No entanto, embora tenham grande capacitação técnica, esses profissionais não costumam ter treinamento específico para as limitações da velhice, como as diversas maneiras de se lidar com demências, atividades de estímulo físico e mental e até mesmo medidas para prevenção de complicações. Muitos deles, inclusive, não têm nem mesmo o perfil de temperamento desejável para cuidar do idoso, e acabam se restringindo a mantê-los limpos, alimentados e seguros - o que é muito pouco perto do que seria um cuidado ideal. (Postado por : Ana Lucia Coradazzi)
http://www.homeangels.com.br/

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