Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Esses
são versos do poema Memória, de Carlos Drummond de Andrade. Com a
devida licença poética, podem ser referência para a Doença de Alzheimer. Gente
que gradativamente perde a memória. Com a destruição dos
neurônios, apagam-se lembranças e referências. O perto fica longe.
O próximo, distante. O que era caseiro, doméstico e familiar é
esquecido, apagado, devastado. O paciente não sabe quem é, onde
mora, desconhece aqueles que o rodeiam. Parece perder tudo. Menos o
sentido do carinho que recebe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário