O
testemunho, que se tornou livro, de uma poetisa e enfermeira da Coréia
do Sul. O livro recebeu um prêmio do Ministério da Saúde e do Bem-estar,
na Coréia.
“Minha mãe, octogenária, iniciou os primeiros passos no caminho florido: aos poucos deixou de usar a razão e olhava as coisas com o coração! Mais tarde, deixou de lado o coração e permaneceram somente os seus olhos puros!
Frequentemente ela torna-se uma criança de seis ou sete anos e pede notícias das suas amiguinhas,
Vez ou outra ela chora, porque deseja encontrar a sua mãe ou o seu pai; mas, sorri ingenuamente alternando a entrada e a saída do caminho florido! Algumas vezes, seguindo a mamãe, eu também passeio pelo caminho florido e os pesos angustiantes do mundo tornam-se nuvens do céu, eu também me torno somente uma flor, no campo tranquilo de minha mãe!”
Assim começa o prefácio de “O caminho florido de minha mãe”,
um livro que recolhe alguns episódios que enternecem o coração, da
autora coreana Maria Goretti Jeung Ae Jang, poetisa e enfermeira. Esta
obra narra o tempo vivido ao lado da própria mãe que contraíra
Alzheimer.
O livro-testemunho recebeu o Prêmio Nacional 2013: um reconhecimento
conferido pelo Ministério da Saúde e do Bem-estar da Coréia do Sul pela
boa práxis no acompanhamento de pessoas com a doença de Alzheimer. A
entrega do prêmio foi realizada no dia 16 de outubro na Sala de
Conferências de Coex, em Seul, pelo próprio ministro.
“Quando eu escrevia os episódios vividos com minha mãe – nos conta a
autora, demonstrando certa surpresa – eu nem sabia da existência de um
prêmio deste gênero. A única coisa que eu desejava é que pudesse
tornar-se uma pequena contribuição para as famílias nas quais algum
membro tenha esta mesma grave doença. Foi uma dádiva que jamais
imaginara recebê-la.
A única coisa que eu fiz foi amar a minha mãe que
contraiu a doença de Alzheimer e, depois, eu pensei em partilhar esta
experiência com outras pessoas. Mas eu estou muito feliz porque esta é
uma ocasião para que este livro seja conhecido pelo maior número
possível de pessoas as quais poderão refletir sobre o fato de que
nenhuma doença pode excluir a dignidade humana.”
“A doença de Alzheimer – continua a autora coreana – é um caminho
cansativo tanto para a pessoa que o vive quanto para a família. Mas, eu
tenho a convicção de que o sofrimento nos purifica. Eu gostaria de
sugerir que não se tenha medo do Alzheimer, mas, aceitá-lo como uma
doença a qual toda e qualquer pessoa está sujeita a contraí-la,
encará-la e procurar o tratamento adequado e olhar esta situação com os
olhos das pessoas que estão doentes.”
E conclui, com a força e a
convicção que resultam de uma experiência vivida: “Tiremos do nosso
coração os pensamentos negativos e cuidemos destes doentes com amor.
Deste modo o Alzheimer torna-se um aspecto da vida com o qual é possível
conviver!”
“Agradeço com todo coração a Chiara Lubich, que considero a minha mãe espiritual – declara Maria Goretti – porque ela me ensinou como amar. A espiritualidade da unidade,
de fato, ajudou-me a treinar para ver o semblante de Jesus que sofre na
minha mãe, olhando para além da doença que, aos poucos, a debilitou.
Foi o segredo que me fez reconhecer nela uma pessoa realmente preciosa e
que conservava a sua plena dignidade. Ressoavam em mim as palavras
fortes de Chiara, que ouvi há anos: ‘Vocês devem ser mães da vossa
própria mãe…’: para mim foi um real e verdadeiro mandato.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário