1. O passado no presente. A maior parte dos doentes
com Alzheimer passa a viver no passado, ou seja, a sua memória de longa duração
substitui a memória de curto prazo. Isto significa que, embora possam
lembrar-se nitidamente do que aconteceu há 30 anos atrás, não se conseguem
recordar daquilo que almoçaram há 2 horas atrás. Como contornar esta situação?
Não contornando, ou seja, deve-se aproveitar para conversar com o idoso sempre
que ele quiser, sobre aquilo que ele quiser.
2. Curto e
simples. Quando comunicar com um idoso que sofre de perda de memória, faça-o
com frases curtas e simples, ou seja, de muito fácil compreensão. Utilize um
vocabulário direto, evitando expressões e eufemismos que podem apenas confundir
o idoso. Para além disso, faça apenas uma pergunta ou solicitação de cada vez.
3. Tempo de resposta. Mesmo com uma comunicação
simples, direta e curta, quem vive com a perda de memória necessita de tempo
para responder àquilo que lhe foi perguntado ou pedido. Dê ao idoso todo o
tempo que precisar para pensar no que lhe foi dito e formular a sua resposta,
sem o apressar ou interromper o seu raciocínio. Se vir que pode ser útil,
repita o pedido ou a questão.
4. Repetições, repetições, repetições. A
comunicação com um idoso com perda de memória vai certamente estar recheada de
frases e perguntas repetidas. Embora possa ser frustrante para quem está a
ouvir, em vez de dizer “ainda agora acabei de te dizer”, tenha paciência e
volte a repetir a resposta ou a pergunta, de preferência igual ou muito
parecido com a resposta anterior, para evitar confundir o idoso.
5. Outras formas de comunicação. Infelizmente, a
perda de memória pode afetar a comunicação verbal de um idoso, que pode ter
dificuldade em expressar os seus pensamentos ou formular frases completas e
coerentes – algumas pessoas até deixam de falar. Se a fala representa um
obstáculo na comunicação com um idoso com perda de memória, mune-se de outras
formas de comunicar: esteja atento à linguagem corporal e às expressões faciais,
tanto do idoso como as suas – evite movimentos bruscos e revirar os olhos, por
exemplo. Por vezes, apontar para algum objeto pode facilitar a comunicação, por
isso, peça ao idoso para fazer o mesmo quando estiver com dificuldades em
transmitir alguma ideia.
6. Erros e
desentendimentos. Quem sofre de perda de memória nem sempre encontra as
palavras certas para comunicar o que pretende, podendo substitui-las por outras
que nada têm a ver com o assunto em questão. Esteja sempre muito atento ao
desenrolar de qualquer conversa, procurando entender, mesmo por meias palavras,
aquilo que o idoso está a tentar comunicar. Recorra a outras formas de
comunicação – caso da gestual – se for necessário, mas evite chamar a atenção
do idoso ou rir-se dele porque utilizou a palavra errada ou trocou o sentido a
uma frase. Fazer isso pode levar a sentimentos de frustração, raiva, tristeza,
falta de confiança e dignidade. O que importa é o significado daquilo que está
a ser dito e não a forma como é dito: focalize-se nisso.
7. Mimos e
carinhos. A perda de memória não significa a perda de emoção, por isso, mime o
idoso com carinhos especiais. O esquecimento e a dificuldade em comunicar pode
frustrar o idoso, levando-o à depressão e ao isolamento, o que significa que
precisa, mais do que nunca, do sentimento de pertença e de segurança. Faça-lhe
companhia numa das suas atividades preferidas, segure-lhe na mão, faça-lhe uma
carícia no rosto ou dê-lhe um abraço forte – são gestos tão ou mais poderosos
do que as palavras.
8. Vigilância atenta. Cerca de 60% dos doentes com
Alzheimer acabam por se perder, vagueando sem sentido e sem conseguir voltar ao
seu ponto de partida, devido à perda de memória. Para evitar situações como
esta, assegure que não deixa as portas e/ou janelas da casa abertas; se tem
receio que o idoso possa vaguear, não lhe peça para ir buscar o correio ou
levar o lixo sozinho; não deixe o idoso conduzir ou andar de transportes
públicos sozinho.
9. Personalidade própria. Apesar da perda de
memória, o idoso continua, no fundo, a ser a mesma pessoa, com os mesmos
gostos. Só porque a sua memória já não é o que era, não significa que não possa
desfrutar de atividades e momentos de lazer que sempre apreciou. Você, melhor
do que ninguém, conhece essa pessoa, por isso, faça por honrar a sua
personalidade: se o idoso gosta de passear, acompanhe-o; se gosta
particularmente de determinado programa televisivo, faça questão de ligar a TV
na hora da sua emissão.
10. Paciência
e disponibilidade. Se cuidar de um idoso já é exigente, lidar de perto com um
idoso que sofre de perda de memória pode ser um desafio ainda maior. Depois de
uma vida longa e preenchida, a terceira idade, com todos os seus obstáculos,
pode ser fonte de depressão e desânimo para muitos idosos, os quais contam com
os seus familiares e amigos diretos para os acompanhar nos últimos anos de
vida. Esse acompanhamento requer, acima de tudo, disponibilidade e paciência,
duas preciosidades para quem luta contra a velhice e as suas vicissitudes.
Nunca é demais lembrar que, para conseguir isso com sucesso e saúde, quem cuida
de alguém também tem de cuidar de si.
http://cuidamos.com/
PARABENS PELO ARTIGO....irei compartilhar com devido Créditos...só quem passa sabe da necessidade de INFORMAÇÕES. @siteoprodutor
ResponderExcluir