O ato de cuidar é complexo. O
cuidador e a pessoa a ser cuidada podem apresentar sentimentos diversos e
contraditórios, tais como: raiva, culpa, medo, angústia, confusão, cansaço,
estresse, tristeza, nervosismo, irritação, choro, medo da morte e da invalidez.
Esses sentimentos podem aparecer juntos na mesma pessoa, o que é bastante
normal nessa situação. Por isso precisam ser compreendidos, pois fazem parte da
relação do cuidador com a pessoa cuidada. É importante que o cuidador perceba
as reações e os sentimentos que afloram, para que possa cuidar da pessoa da
melhor maneira possível. O cuidador deve compreender que a pessoa cuidada tem
reações e comportamentos que podem dificultar o cuidado prestado, como quando o
cuidador vai alimentar a pessoa e essa se nega a comer ou não quer tomar banho.
É importante que o cuidador reconheça as dificuldades em prestar o cuidado
quando a pessoa cuidada não se disponibiliza para o cuidado e trabalhe seus
sentimentos de frustração sem culpar-se.
O estresse pessoal e emocional do cuidador
imediato é enorme. Esse cuidador necessita manter sua integridade física e
emocional para planejar maneiras de convivência. Entender os próprios
sentimentos e aceitá-los, como um processo normal de crescimento psicológico,
talvez seja o primeiro passo para a manutenção de uma boa qualidade de vida. É
importante que o cuidador, a família e a pessoa a ser cuidada façam alguns
acordos de modo a garantir uma certa independência tanto a quem cuida como para
quem é cuidado. Por isso, o cuidador e a família devem reconhecer quais as
atividades que a pessoa cuidada pode fazer e quais as decisões que ela pode
tomar sem prejudicar os cuidados. Incentive-a a cuidar de si e de suas coisas.
Negociar é a chave para se ter uma relação de qualidade entre o cuidador, a
pessoa cuidada e sua família. O “não”, “não quero” ou “não posso”, pode indicar
várias coisas, como por exemplo: não quero ou não gosto de como isso é feito,
ou agora não quero, vamos deixar para depois? O cuidador precisa ir aprendendo
a entender o que essas respostas significam e quando se sentir impotente ou
desanimado, diante de uma resposta negativa, é bom conversar com a pessoa, com
a família, com a equipe de saúde. Também é importante conversar com outros cuidadores
para trocar experiências e buscar alternativas para resolver essas questões.
Procure se informar sobre grupos de cuidadores.
É importante tratar a pessoa a
ser cuidada de acordo com sua idade. Os adultos e idosos não gostam quando os
tratam como crianças. Mesmo doente ou com limitações, a pessoa a ser cuidada
precisa e tem direito de saber o que está acontecendo ao seu redor e de ser
incluída nas conversas. Por isso é importante que a família e o cuidador
continuem compartilhando os momentos de suas vidas, demonstrem o quanto a
estimam, falem de suas emoções e sobre as atividades que fazem, mas acima de
tudo, é muito importante escutar e valorizar o que a pessoa fala. Cada pessoa
tem uma história que lhe é particular e intransferível, e que deve ser
respeitada e valorizada. Muitas vezes, a pessoa cuidada parece estar dormindo,
mas pode estar ouvindo o que falam a seu redor. Por isso, é fundamental
respeitar a dignidade da pessoa cuidada e não discutir em sua presença, fatos
relacionados com ela, agindo como se ela não entendesse, não existisse, ou não
estivesse presente. Isso vale tanto para o cuidador e família como para os
amigos e profissionais de saúde. Encoraje o riso. O bom humor é uma boa maneira
de contornar confusões e mal entendidos.
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