Costuma-se dizer que a idade
cronológica determinante da velhice é 65 anos, esta é um processo pessoal,
natural, indiscutível e inevitável para qualquer ser humano na evolução da
vida. Nessa fase sempre ocorrem mudanças biológicas, fisiológicas, psicossociais,
econômicas e políticas que compõe o cotidiano das pessoas.
A Velhice
... "velhice, isso não
existe! Há apenas pessoas menos jovens do que as outras, e nada mais. Para a
sociedade, a velhice aparece como uma espécie de segredo vergonhoso, do qual é
indecente falar. Sobre a mulher, a criança, o adolescente, existe em todas as
áreas uma abundante literatura; fora das obras especializadas, as alusões à
velhice são muito raras". (BEAUVOIR, 2003, p.8).
A velhice é um resultado dinâmico
de um processo global de modificações progressivas e incessantes no
funcionamento do organismo, fazendo com que o indivíduo tenha dificuldades em
se adaptar ao meio ambiente e tornando-o consequentemente mais vulnerável a
ele.
Socialmente, a função da velhice
é de lembrar e dar expressão às suas lembranças, sendo o papel da memória
valorizado entre os mais velhos, pois suas lembranças constituem patrimônio
coletivo, expresso e revivido permanentemente no contato com novas gerações.
Nossa sociedade consumista oferece pouca oportunidade ao idoso para exercitar e
ativar a lembrança. O ciclo permanente de produção e consumo exige a destruição
e o desaparecimento do que foi produzido no passado e a criação permanente de
novas formas de produção e consumo, o material humano só interessa enquanto
produz. O idoso, incapaz de suprir as suas necessidades muitas vezes representa
uma carga.
Em nossa sociedade nada difere da
ideia descrita pela escritora francesa Simone de Beauvoir quando diz que:
(...) se os velhos manifestam os
mesmos desejos, os mesmos sentimentos, as mesmas reivindicações que os jovens,
eles escandalizam (...)
A imagem sublimada deles mesmos
que lhes é proposta é a do Sábio aureolado de cabelos brancos, rico de
experiência e venerável, que domina de muito alto a condição humana; se dela se
afastam, caem no outro estremo: a imagem que se opõe à primeira é a do velho
louco que caduca e delira e de quem zombam. De qualquer maneira, por sua
virtude ou por sua abjeção, os velhos situam-se fora da humanidade. Pode-se,
portanto, sem delicadeza de caráter, recusar-lhes o mínimo julgado necessário
para levar uma vida digna. (2003, p.10).
A Biologia descreve algumas
etapas que fazem parte do desenvolvimento humano como: concepção,
desenvolvimento intra-uterino, nascimento, infância, adolescência, maturidade,
velhice e morte. Cada etapa tem um desenvolvimento determinado por perdas ou
ganhos em nossa qualidade de vida.
(...) a velhice aparece como uma
desgraça: mesmo nas pessoas que consideramos conservadas, as mudanças físicas
que ela traz salta aos olhos. Pois a espécie humana é aquela em que as mudanças
causadas pelos anos são as mais espetaculares (...) (BEAUVOIR, 2003, P.12)
O indivíduo sofre as
conseqüências de sua classe social, grupo profissional, cultura e outros
fatores, que podem encurtar ou prolongar sua vida. Tudo isso influi no processo
da longevidade. O tempo decorrido desde o
nascimento de um indivíduo até sua morte, chama-se idade cronológica. A idade
social de uma pessoa, pode não coincidir com sua idade cronológica, nem com sua
idade biológica. Ela é determinada em função da sua vivência, educação e história
de vida.
Viver bem com sua própria idade e
envelhecer bem tirando proveito das dificuldades que surgem não é um processo
muito fácil, porém, o que faz uma pessoa estar saudável ou não é a capacidade
de seu organismo responder às necessidades do dia-a-dia independentemente de
sua idade cronológica, biológica ou social.
Envelhecer é um processo que
atinge todo o corpo, e atingirá a todos nós ao longo da vida. As alterações
consideradas normais podem provocar desconforto e dificuldades para a vida
diária, devendo, na medida do possível, serem minimizadas. (Adaptação do texto "A
Velhice" de Lucia Orsolon.)
http://daianetrisch.blogspot.com.br/
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