terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

PARA MELHORAR A MEMÓRIA

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Tente fazer as rotinas diárias diferentemente do normal, para que o cérebro se acostume a trabalhar, pois alguns especialistas dizem que a memória é um músculo e ele deve ser exercitado, então guarde suas chaves em local diferente do que você guarda, passe por outro caminho para ir ao trabalho e tente fazer sempre as atividades diárias de maneira diferente.

Os cientistas dizem que as atividades intelectuais ajudam a preservar a memória; que pensar faz bem para ela. Estudos sugerem que as perdas da memória com a idade são menores em quem exercita bastante o cérebro; a massa de neurônios seria maior.

O mal de Alzheimer é uma doença irreversível; há uma correlação entre ela e a inatividade mencionada. Mas o esquecimento não é privilégio dos que têm idade avançada. Há muitos jovens esquecidos. Muitas vezes, as causas não são fisiológicas, senão psicológicas, mentais.

Regras mnemônicas ajudam a recordar o nome de uma pessoa, de uma rua. Não sobrecarregar a memória com informações inúteis, também. A mnemônica é uma arte ou técnica de fortalecer a memória através da associação daquilo que deve ser memorizado com dados já conhecidos. A palavra vem de Mnemosine, a deusa grega da memória, irmã de Cronos e Oceanos, a mãe das musas, a que saberia tudo o que foi, o que é, o que será. Possuído pelas musas, o poeta inspira-se diretamente no conhecimento de Mnemosine.

As instrutivas metáforas gregas nos ilustram sobre a importância e beleza da memória, quando devidamente cultivada e desenvolvida.

Uma forma e combater o esquecimento ou falta de memória é interessar-se pelo que se faz, pois quando existe o interesse, as experiências fixam-se fortemente nos arquivos mentais, sendo dificilmente esquecidas. E há interesse quando há atenção. Ao agir rotineira, mecânica e desatentamente, os fatos não se fixam, evaporam-se, são esquecidos.

A palavra interesse tem sua origem no latim e significa estar entre. Podemos dizer que é uma postura mental ativa diante de algo que nos chama a atenção. Leva-nos a aprofundar no objeto que estamos vendo ou analisando com os olhos mentais: a observação e o entendimento. Quando existe o interesse, os fatos, as sensações e as experiências fixam-se fortemente nos arquivos da vida, os da mente e da sensibilidade, sendo jamais esquecidos. Podemos nos interessar por uma pessoa, um animal, um objeto, uma paisagem, um conhecimento. Deveríamos, antes de tudo, interessar-nos por nós mesmos; pelo que somos e poderemos ser. O interesse implica sempre uma responsabilidade, uma profundidade, e nunca na superficialidade, como no caso da curiosidade, que pôde ter sua utilidade nas primeiras etapas da vida do homem na Terra, como o tem para as crianças que reproduzem aquela fase da evolução da espécie, mas que quando adultas deverão substituir a curiosidade pelo interesse, a superficialidade pela profundidade.

Existe um tempo para a curiosidade e um para o interesse, como um para infância e outro para a maturidade, embora devamos procurar manter em nossas mentes e corações a criança que fomos um dia como um tributo de gratidão àquela fase iluminada e feliz.

Em cartas a um jovem poeta, Rainer Maria Rilke escreveu:” Mesmo que estivesse em uma prisão, cujos muros não permitissem que nenhum ruído do mundo chegasse a seus ouvidos, o senhor não teria sempre a sua infância, essa riqueza preciosa, régia, esse tesouro de recordações? Volte a ela a atenção. Procure trazer à tona as sensações submersas desse passado tão vasto; sua personalidade ganhará firmeza, sua solidão se ampliará e se tornará uma habitação a meia-luz, da qual passa longe o burburinho dos outros”.

Pensar é diferente de recordar. Pensar é criar, resolver problemas; não é fácil e nem difícil, exige constância, dedicação. Ninguém tem dificuldade de recordar o que pensou, o que criou, como um filho, que está sempre presente na recordação.

 A revivescência de fatos felizes é sempre conveniente, traz a felicidade de volta, colore a vida, e pode ser um fator de inestimável ajuda para quem esteja vivendo uma dificuldade, uma tristeza. Não recordar aqueles momentos é sinal de ingratidão, sinônimo de esquecimento, egoísmo e isolamento.

Pensar faz bem. Recordar também. Pensar faz bem para a mente que reside no cérebro, para o corpo e para o espírito que se renova com essa atividade criativa, pois pensar é criar, respirar espiritualmente.

O exercício diário da função de pensar, onde entrarão em jogo o interesse, a atenção e o entendimento, fortalece a inteligência nas leituras e na criação pessoal que qualquer um pode realizar. Será também necessário aprender a ler a própria realidade pessoal e interior, e modificá-la caso seja necessário. A ninguém está vedado desenvolver a própria capacidade mental e liberar-se da rotina monótona dos dias que se sucedem sem nenhuma renovação; basta querer, pensar e realizar.

Não existe maior triunfo para o homem que pensar com liberdade e criar um futuro feliz através da própria inspiração. (Nagib Anderáos Neto)

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