A
linguagem é outro sintoma que causa sérios problemas para o portador de doença
de Alzheimer. Ocorre uma desestruturação da linguagem, um declínio na
capacidade de comunicação. É comum ocorrer dificuldade de lidar com conceitos,
categorias, nomeação, repetição, lidar com significados ambíguos, fazer
inferências, encontrar palavras durante a conversação, manter coerência no
relato, manter-se atento num tópico do discurso.
As
atividades programadas para estimular um paciente com doença de Alzheimer,
principalmente na fase inicial, devem considerar esses sintomas, como estão os
desempenhos da pessoa para diversas tarefas, o que ainda se mantém, sua
capacidade de aprender coisas novas e resgatar as experiências do passado, as
lembranças e as reminiscências.
Assim podem ser utilizados diversos exercícios
que envolvam a memória de figuras e sons, exercícios de linguagem, memória
discursiva, história oral, jogos de mesa adaptados, música, arte de todo tipo,
teatro, literatura, atividade física, interação social e até atividades com animais
de estimação para que o paciente exercite sua capacidade funcional.
Quanto
às atividades com música, a pessoa em geral já possui um repertório favorito,
pode-se trabalhar com músicas do contexto e cultura do paciente, tais como
músicas folclóricas, religiosas, música de fundo que evoque lembranças,
vinhetas de programas de televisão, mesclando com atividades novas que trabalhe
elementos dos sons e da música contemporânea.
Um
aspecto a ser lembrado é a segurança, em todas as atividades para pacientes com
doença de Alzheimer, é preciso eliminar tarefas que coloquem em risco a vida do
paciente, como utilizar objetos cortantes, sair de casa sozinho, cuidados com
quedas e eliminar materiais que possam infantilizar o paciente. O ambiente
ideal é aquele que o paciente não se estresse, seja amplo e arejado, claro,
cores tranquilas, espaço para convivência, para realizar atividades artísticas,
fácil acesso e de preferência com música.
Quanto
à rotina dessas atividades de preferência que seja uma programação diária, que
tenha horários definidos, que dê continuidade nos exercícios de forma
sistemática. As atividades em grupo são mais dinâmicas e estimuladoras,
aumentam a participação, diminuem a agitação e problemas de comportamento. O
sentido de pertencer a um grupo e ser aceito são sentimentos importantes para a
pessoa com doença de Alzheimer, a interação social propicia a manutenção de sua
identidade.
Ainda
não é possível reverter o quadro dessa doença, mas a inserção em um programa de
manutenção, prevenção e reabilitação cognitiva e física ajuda o paciente e a
família a enfrentar o desafio desse diagnóstico e a ter uma melhor qualidade de
vida.
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