sábado, 1 de fevereiro de 2014

A PERDA DE MEMÓRIA


A perda de memória é o principal sintoma cognitivo que causa impacto no dia a dia da pessoa com doença de Alzheimer e na dinâmica familiar, porque falhas na memória recente alteram as atividades habituais, a rotina da vida da pessoa. 

A linguagem é outro sintoma que causa sérios problemas para o portador de doença de Alzheimer. Ocorre uma desestruturação da linguagem, um declínio na capacidade de comunicação. É comum ocorrer dificuldade de lidar com conceitos, categorias, nomeação, repetição, lidar com significados ambíguos, fazer inferências, encontrar palavras durante a conversação, manter coerência no relato, manter-se atento num tópico do discurso.

As atividades programadas para estimular um paciente com doença de Alzheimer, principalmente na fase inicial, devem considerar esses sintomas, como estão os desempenhos da pessoa para diversas tarefas, o que ainda se mantém, sua capacidade de aprender coisas novas e resgatar as experiências do passado, as lembranças e as reminiscências. 

Assim podem ser utilizados diversos exercícios que envolvam a memória de figuras e sons, exercícios de linguagem, memória discursiva, história oral, jogos de mesa adaptados, música, arte de todo tipo, teatro, literatura, atividade física, interação social e até atividades com animais de estimação para que o paciente exercite sua capacidade funcional.

Quanto às atividades com música, a pessoa em geral já possui um repertório favorito, pode-se trabalhar com músicas do contexto e cultura do paciente, tais como músicas folclóricas, religiosas, música de fundo que evoque lembranças, vinhetas de programas de televisão, mesclando com atividades novas que trabalhe elementos dos sons e da música contemporânea.

Um aspecto a ser lembrado é a segurança, em todas as atividades para pacientes com doença de Alzheimer, é preciso eliminar tarefas que coloquem em risco a vida do paciente, como utilizar objetos cortantes, sair de casa sozinho, cuidados com quedas e eliminar materiais que possam infantilizar o paciente. O ambiente ideal é aquele que o paciente não se estresse, seja amplo e arejado, claro, cores tranquilas, espaço para convivência, para realizar atividades artísticas, fácil acesso e de preferência com música.

Quanto à rotina dessas atividades de preferência que seja uma programação diária, que tenha horários definidos, que dê continuidade nos exercícios de forma sistemática. As atividades em grupo são mais dinâmicas e estimuladoras, aumentam a participação, diminuem a agitação e problemas de comportamento. O sentido de pertencer a um grupo e ser aceito são sentimentos importantes para a pessoa com doença de Alzheimer, a interação social propicia a manutenção de sua identidade.

Ainda não é possível reverter o quadro dessa doença, mas a inserção em um programa de manutenção, prevenção e reabilitação cognitiva e física ajuda o paciente e a família a enfrentar o desafio desse diagnóstico e a ter uma melhor qualidade de vida.

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