domingo, 2 de fevereiro de 2014

SENTINDO OS EFEITOS DA IDADE AVANÇADA


Para captar os efeitos da idade avançada, é preciso entender que a marcha inexorável do tempo vai deixando suas marcas nas pessoas.  Pode-se combater seus efeitos, tomando-se uma série de medidas (nem sempre eficazes), mas a causa principal permanecerá, pois o tempo não volta para trás e sempre irá paulatinamente cobrando seu tributo, por mais cuidados que se tome.  Seus efeitos serão minimizados, e assim, a passagem do tempo poderá ser menos sentida, mas é inexorável. Prosseguirá sem interrupção até o final.

A melhor maneira de se conviver com o fantasma da idade é sua aceitação.  É, sobretudo, aceitar as limitações que ela nos começar a impor. Dentro dessa aceitação, definir bem o que se poderá ou não fazer, e não adianta rebelar-se, tentando manter um ritmo de vida incompatível com as possibilidades físicas.  Não podemos nos esquecer de que cada caso é um caso, não servindo comparações com determinada pessoa para querer acompanhar seu ritmo. 

Temos que saber analisar nossas reais possibilidades.  Conhecer bem nosso organismo, sabendo até onde poderemos chegar, não sendo aconselhável uma “forçada de barra”, pois seus efeitos poderão ser catastróficos, precipitando a chegada de certos efeitos indesejados.

Quais seriam então os desejos masculinos ante o fantasma da velhice? Basicamente o principal desejo que 15 entre 10 homens terá, será “ter a energia dos 20 anos, com a experiência de vida dos 60”.  Simples, não? Seria realmente o ideal de vida.  Mas há que se cair na real, e acontece que para muitos essa aceitação é complicada.

Então, começa a inútil “busca da juventude perdida”.  Esses homens, tentando mostrar que ainda tem todo o pique, começam a procurar a companhia de garotas jovens, frequentando lugares da moda, procurando vestir-se como os jovens, tentando aparentar que ainda são jovens.

Nada contra, se for uma pessoa livre, e se ainda tiver um certo pique, não precisando de certos estimulantes para obter os resultados almejados.  Não podemos nos esquecer de que tais medicamentos sempre acabam cobrando um tributo.  Há que se tomar cuidado, nunca dispensando a opinião médica. Caso contrário, ao invés da “juventude perdida”, poderão encontrar sérios problemas de saúde.

Muitas vezes, contudo, nessa busca infrutífera, acabam abandonando a família que sempre esteve a seu lado, trocando-a por companhias mais jovens. Conheço muitos casos bem tristes do que ocorreu com nossos heróis, vendo depois a velhice chegar muito mais rapidamente, encontrando-o sós e sem recursos.  Valeu a pena o gosto do reencontro com a juventude?

O que mais angustia os homens que não souberam preparar-se física e emocionalmente para a idade, é quando notam que sua virilidade parece estar diminuindo. É óbvio que a potência e frequencia sexuais diminuem com o tempo.  E como é difícil de aceitar esse fato.  É muito difícil encontrar alguém que aceite numa boa as limitações do tempo.  O mais comum, é estufarem o peito dizendo que “comigo não tem disso não”.  Mas que tem, tem, essa é a irrefutável verdade.

É impossível deter os efeitos causados pela idade.  Contudo, uma das soluções bem encontradas, é o “aprimoramento” da coisa. É substituir a potência pela experiência. Sabendo usar, não vai faltar,  e sabendo usar bem, melhor ainda.

Essa é a principal angústia que desmotiva muitos idosos, transformando-os em velhos. Costuma se dizer que o principal problema do homem, “não é a primeira vez em que não dá a segunda, mas sim, a segunda vez que não dá a primeira...”.  O que muitos homens precisam entender, é que a coisa não funciona como um botão de “liga e desliga”.  Faz parte do organismo, e sujeito a falhas, até mesmo quando somos jovens, que dirá mais tarde.

Não é motivo para angústia ou desespero.  Precisamos encarar a fera de frente.  Sempre caberá uma consulta ao urologista (com dedo e tudo), para saber se poderá estar ocorrendo uma causa clínica.  Na maioria das vezes, são problemas psicológicos.  O pior, será assustar-se com uma eventual disfunção, passando a julgar que se está impotente.

Isso acontecendo, muitos se entregam  totalmente ao desespero, julgando-se “acabado para a vida”, e nesse caso, muitas vezes fecham-se em sua angustia, tornando-se até agressivos com suas companheiras, que não entendendo o que se está passando, ao invés de ajudar, brigam mais ainda, reclamando da falta de sexo, o que vem aumentar mais ainda a crise existencial. E nesse caso, o que se impõe é um diálogo aberto, franco e esclarecedor.

O mais importante, será manter o equilíbrio, aceitando certos fatos da vida, e procurando adequar-se à situação, sempre tendo presente que a vida é e sempre será bela e gostosa para ser vivida, basta que saibamos aceita-la com suas benesses e com seus problemas. (Marcial Salaverry).

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