A idéia de um indivíduo desmemoriado vem sempre associada com a idéia de seu deslocamento do mundo dos significados sociais, de sua fragmentação como sujeito em decorrência da perda de sua história pessoal, de sua trajetória social, de suas referências de pertencimento".
(Ferreira, 2003:208).
A memória é a ligação do homem
com o mundo e consigo mesmo. É através da memória que o homem elabora seu senso
de unidade e continuidade e constrói sua identidade. A impossibilidade de
reconhecer sua própria história retira do sujeito a sua individualidade,
transformando-o em uma espécie de
morto-vivo.
A desconexão gradual do sujeito com Alzheimer
é vista por muitos familiares como um mergulho na escuridão, uma morte lenta.
No entanto, o demenciado pode viver muitos anos sob os cuidados afetuosos da
família, ainda que como um completo desconhecido.
A angustia de conviver com uma
pessoa querida que não pode mais reconhecer a família, os amigos e a si mesmo,
pode provocar o sentimento de estar cuidando de um corpo possuído por um
espírito desconhecido. O indivíduo já não está presente e a família sofre uma
“perda” antecipada do sujeito.
Os grupos de apoio aos familiares
e cuidadores de portadores de Alzheimer pode
propiciar suporte para a superação dos conflitos domésticos e do
sofrimento causado pelo processo de
evolução da doença. Além de oferecer informações e orientações sobre a DA, a
possibilidade de troca de experiências e, principalmente, um espaço de
cumplicidade e solidariedade, os grupos de apoio oferecem também, por haver uma
identificação entre os participantes, que compartilham de situações
semelhantes, a possibilidade de se
construir relações de afetividade que podem proporcionar a sensação de
acolhimento a família e ao cuidador.
(Recorte documento de Mariana Alcantara Gomes)
(Recorte documento de Mariana Alcantara Gomes)
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