terça-feira, 31 de dezembro de 2013

IMPACTOS DA DOENÇA DE ALZHEIMER NA ESFERA FAMILIAR



A idéia de um indivíduo desmemoriado vem sempre associada com a idéia de seu deslocamento do mundo dos significados sociais, de sua fragmentação como sujeito em decorrência da perda de sua história pessoal, de sua trajetória social, de suas referências de pertencimento".
(Ferreira, 2003:208).

A memória é a ligação do homem com o mundo e consigo mesmo. É através da memória que o homem elabora seu senso de unidade e continuidade e constrói sua identidade. A impossibilidade de reconhecer sua própria história retira do sujeito a sua individualidade, transformando-o      em uma espécie de morto-vivo. 

 A desconexão gradual do sujeito com Alzheimer é vista por muitos familiares como um mergulho na escuridão, uma morte lenta. No entanto, o demenciado pode viver muitos anos sob os cuidados afetuosos da família, ainda que como um completo desconhecido.

A angustia de conviver com uma pessoa querida que não pode mais reconhecer a família, os amigos e a si mesmo, pode provocar o sentimento de estar cuidando de um corpo possuído por um espírito desconhecido. O indivíduo já não está presente e a família sofre uma “perda” antecipada do sujeito.

Os grupos de apoio aos familiares e cuidadores de portadores de Alzheimer pode  propiciar suporte para a superação dos conflitos domésticos e do sofrimento causado  pelo processo de evolução da doença. Além de oferecer informações e orientações sobre a DA, a possibilidade de troca de experiências e, principalmente, um espaço de cumplicidade e solidariedade, os grupos de apoio oferecem também, por haver uma identificação entre os participantes, que compartilham de situações semelhantes, a  possibilidade de se construir relações de afetividade que podem proporcionar a sensação de acolhimento a família e ao cuidador.
(Recorte documento de Mariana Alcantara Gomes)

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