“ A ideia de um indivíduo desmemoriado vem
sempre associada com a ideia de seu
deslocamento do mundo dos significados sociais, de sua fragmentação como
sujeito em decorrência da perda de sua história pessoal, de sua trajetória
social, de suas referências de pertencimento”
A memória é a ligação do homem
com o mundo e consigo mesmo. É através da memória que o homem elabora seu senso
de unidade e continuidade e constrói sua identidade. A impossibilidade de
reconhecer sua própria história retira do sujeito a sua individualidade,
transformando-o em uma espécie de morto-vivo.
A desconexão gradual do sujeito com Alzheimer
é vista por muitos familiares como um mergulho na escuridão, uma morte lenta.
No entanto, o demenciado pode viver muitos anos sob os cuidados afetuosos da
família, ainda que como um completo desconhecido.
A angustia de conviver com uma pessoa querida
que não pode mais reconhecer a família, os amigos e a si mesmo, pode provocar o
sentimento de estar cuidando de um corpo possuído por um espírito desconhecido.
O indivíduo já não está presente e a família sofre uma “perda “ antecipada do
sujeito.
( Recortes do documento : OS IMPACTOS DA DOENÇA DE ALZHEIMER NA ESFERA FAMILIAR by
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