quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A VALORIZAÇÃO DA VELHICE

A Valorização da Velhice

O fato de que todos nós envelheceremos e um dia iremos morrer é bem conhecido, porém tentamos de todas as maneiras, pensar nisso o mínimo possível.

Mesmo não aceitando muito bem esse fenômeno natural, sabemos que a velhice se aproxima a cada dia e que as mudanças causadas pelo envelhecer aparecem em nossa pele, em nossos músculos e articulações e em nosso pensamento.

As pesquisas no campo do envelhecimento celular e os avanços da medicina não estão conseguindo prolongar a vida do homem, mas estão fazendo com que mais gente chegue à velhice. Desta maneira, aqueles que vivem mais têm que se preparar para essas mudanças.

A nossa sociedade tem que entender que o idoso não é simplesmente aquele que já viveu bastante, mas aquele que está vivo e precisa estar vinculado à sociedade que ele ajudou a criar, tendo um relacionamento afetivo digno com seus parentes e amigos.

É necessário que façamos nossa parte, mudando as mentalidades que julgam ser o idoso, alguém totalmente limitado e sem interesses. A velhice não deve ser tida como sinônimo de muitos anos e poucos interesses, mas de muitos anos e muitos interesses.

O idoso bem inserido na sociedade e na família, onde o interesse pela vida é grande e onde as experiências passadas sejam valorizadas e aproveitadas como ensinamentos aos mais jovens, não se sentirá sozinho. 

Sabemos que a inatividade, característica da fase pós-aposentadoria, é a maior inimiga da velhice sadia e por isso, devemos criar estruturas, sejam particulares ou através das instituições governamentais, para manter o idoso ativo, ocupado com tarefas adequadas às suas possibilidades físicas. É necessário que ele possa se comunicar e estabelecer laços de amizade com seus semelhantes, na sociedade em que ele está inserido.

O isolamento do idoso é algo que só ele sente. O fato de não ter com quem se comunicar, de estar desintegrado com a sociedade, de não ver as pessoas de sua relação e não ter o seu afeto, são fontes de desânimo que o isolamento produz.

O idoso sente necessidade de ser útil aos outros, e devemos olhar isto como uma grande fonte de recursos humanos, pois sabemos que ele pode ter um papel fundamental na sociedade quando transmite seus conhecimentos práticos, suas experiências de vida, sua cultura, para gerações novas que dirigirão o mundo futuro. Devemos resgatar esses valores que darão à vida, uma tonalidade verdadeiramente humana.

Os idosos guardam em suas vidas, tesouros de sabedoria e de princípios de conduta moral, que de nenhuma outra forma poderiam ser adquiridos, senão com a sua convivência entre nós. A sociedade moderna deve aproveitar mais estas experiências de vida e nós, como educadores de nossos filhos, devemos ensinar-lhes a valorizar a velhice, para que um dia eles possam aplicar nossos ensinamentos, ao proporcionar uma qualidade de vida digna a seus pais. 

Dr. Paulo M. Mesquita
Diretor do Residencial Longevittá

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