O fato de que todos nós
envelheceremos e um dia iremos morrer é bem conhecido, porém tentamos de
todas as maneiras, pensar nisso o mínimo possível.
Mesmo não aceitando muito bem esse fenômeno natural, sabemos que a
velhice se aproxima a cada dia e que as mudanças causadas pelo
envelhecer aparecem em nossa pele, em nossos músculos e articulações e
em nosso pensamento.
As pesquisas no campo do envelhecimento celular e os avanços da medicina
não estão conseguindo prolongar a vida do homem, mas estão fazendo com
que mais gente chegue à velhice. Desta maneira, aqueles que vivem mais
têm que se preparar para essas mudanças.
A nossa sociedade tem que entender que o idoso não é simplesmente aquele
que já viveu bastante, mas aquele que está vivo e precisa estar
vinculado à sociedade que ele ajudou a criar, tendo um relacionamento
afetivo digno com seus parentes e amigos.
É necessário que façamos nossa parte, mudando as mentalidades que julgam
ser o idoso, alguém totalmente limitado e sem interesses. A velhice não
deve ser tida como sinônimo de muitos anos e poucos interesses, mas de
muitos anos e muitos interesses.
O idoso bem inserido na sociedade e na família, onde o interesse pela
vida é grande e onde as experiências passadas sejam valorizadas e
aproveitadas como ensinamentos aos mais jovens, não se sentirá sozinho.
Sabemos que a inatividade, característica da fase pós-aposentadoria, é a
maior inimiga da velhice sadia e por isso, devemos criar estruturas,
sejam particulares ou através das instituições governamentais, para
manter o idoso ativo, ocupado com tarefas adequadas às suas
possibilidades físicas. É necessário que ele possa se comunicar e
estabelecer laços de amizade com seus semelhantes, na sociedade em que
ele está inserido.
O isolamento do idoso é algo que só ele sente. O fato de não ter com
quem se comunicar, de estar desintegrado com a sociedade, de não ver as
pessoas de sua relação e não ter o seu afeto, são fontes de desânimo que
o isolamento produz.
O idoso sente necessidade de ser útil aos outros, e devemos olhar isto
como uma grande fonte de recursos humanos, pois sabemos que ele pode ter
um papel fundamental na sociedade quando transmite seus conhecimentos
práticos, suas experiências de vida, sua cultura, para gerações novas
que dirigirão o mundo futuro. Devemos resgatar esses valores que darão à
vida, uma tonalidade verdadeiramente humana.
Os idosos guardam em suas vidas, tesouros de sabedoria e de princípios
de conduta moral, que de nenhuma outra forma poderiam ser adquiridos,
senão com a sua convivência entre nós. A sociedade moderna deve
aproveitar mais estas experiências de vida e nós, como educadores de
nossos filhos, devemos ensinar-lhes a valorizar a velhice, para que um
dia eles possam aplicar nossos ensinamentos, ao proporcionar uma
qualidade de vida digna a seus pais.
Dr. Paulo M. Mesquita
Diretor do Residencial Longevittá
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