sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O QUE PRECISAMOS FAZER PARA ENVELHECER COM TRANQUILIDADE?


Meu amigo, você acha que vai, um dia, ficar velho?
Primeiro precisamos entender que velho é um ser humano com idade avançada que já não sonha mais, não planeja mais, não se interessa por leitura alguma, por programa algum, seja de televisão ou outro qualquer, prefere o reduto e o silêncio de sua casa a encontros com pessoas, que espera apenas a morte chegar porque já está velho demais para visitar amigos e parentes, para fazer mudanças em sua vida, pensar em coisas diferentes.

Temos tratado o tempo com um certo desprezo, uma porção de descaso, e um incontável número de negligência. O tempo passa paulatinamente e, às vezes, chegamos a nos sentir donos do tempo. Só nos damos conta da velhice quando esta bate à nossa porta, entra sem ser convidada e ainda exige de nós coisas que nunca arranjamos tempo para pensar e fazer.

Há, sem dúvida, jovens que são velhos e velhos que são jovens. A questão que queremos levantar é a do tempo que passa e das coisas que deixamos de fazer porque acreditamos que nunca iremos envelhecer. A velhice chega, nos empurra para o sofá da debilidade física ou para a cama das dores, doenças e amarguras, e ainda vem pedir contas do que fizemos da vida.

Então começamos a pensar e questionar: temos nos preparado para envelhecer com tranquilidade? O que temos feito de nossas forças físicas enquanto ainda as temos? O que temos modificado em nós que precisa ser modificado a fim de facilitar a vida e a convivência com aqueles que estão ao nosso redor?

Tenho ouvido algumas pessoas que já chegaram à senectude da vida e podem dizer com conhecimento de causa o que é preciso fazer para envelhecer com tranquilidade.

Desapego. Desapegar-se das coisas, das roupas, dos sapatos. Lembro-me de uma senhora que mencionou o item desapego quando disse: “Tenho tantas roupas e sapatos e uma dificuldade imensa em doar algum deles... Creio sempre que irá me ser útil em algum momento. Mesmo não usando, uma hora o será. Preciso trabalhar a minha vaidade”.

Existe também o apego emocional. Tão nocivo quanto o material. É quando nos sentimos proprietários de tal pessoa ou de tal coisa. Isto é terrível porque tudo o que pensamos que é nosso hoje, deixará de ser a qualquer momento e isso nos trará grandes sofrimentos, porque o apego que temos hoje continuará existindo depois que cerrarmos os nossos olhos para o colorido da vida.

Precisamos fazer mudanças enquanto estamos envelhecendo dia a dia para que, quando a velhice chegar e nos empurrar para o sofá ou para a cama, seja apenas para que descansemos um pouco a fim de nos prepararmos para a grande viagem de volta.
(Denize do Nascimento Gonçalves)

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