Você já reparou como o número de
pessoas mais velhas está aumentando?
O Brasil, que até pouco tempo era
identificado como um “país jovem”, atualmente encontra-se no rol dos países com
um importante crescimento de sua população idosa.
O envelhecimento acelerado que
estamos constatando é decorrência da queda brusca da fertilidade e do aumento
da longevidade humana. A redução da taxa de mortalidade infantil, as novas
tecnologias, o avanço da medicina e a melhoria da qualidade de vida
contribuíram, entre outros fatores, para aumentar a expectativa de vida do
brasileiro.
Segundo dados do IBGE, em 1991 a
população brasileira com 65 anos ou mais atingiu 7 milhões de pessoas. Conforme
projeções, atualmente uma em cada 13 pessoas faz parte da população idosa e prevê-se
que até o ano 2025 o número de idosos com 60 anos ou mais chegará a 32 milhões.
(Berquó, 1996)
Essa mudança na estrutura
demográfica da sociedade precisa ser acompanhada por mudanças de atitudes,
mentalidades e da organização de toda a sociedade para enfrentar os novos
desafios gerados pela também nova demanda.
Infelizmente, para envelhecer
numa sociedade que tem como modelo a juventude, é necessário enfrentar o
preconceito e valores estigmatizados que evidenciam mais os aspectos negativos
dessa etapa da vida.
Envelhecer é um processo natural
que envolve perdas, mas também importantes aquisições. O conhecimento e a
experiência acumulada ao longo do tempo traz para a pessoa idosa a capacidade
para enfrentar situações do cotidiano com equilíbrio e ponderação.
Valorizar a sabedoria como um
aspecto positivo do envelhecimento é uma atitude a ser adotada pelo próprio
idoso e por toda a sociedade para alterar a imagem social da velhice.
O convívio em grupos de idosos ou
terceira idade é um espaço importante para desencadear, tanto na pessoa idosa
quanto na comunidade, a mudança de mentalidade que leve à inserção e ao
fortalecimento do papel social do idoso.
A criação de programas e projetos
que estimulem a participação do idoso em diferentes atividades, é tarefa do
poder público que deve destinar recursos que atendam as necessidades e garantam
a melhoria na sua qualidade de vida.
A Política Nacional do Idoso,
criada pela lei no 8842 de 04/01/96 e regulamentada pelo decreto no 1948 de
03/07/96, está voltada para assegurar os direitos sociais do idoso e as
condições para a promoção de sua autonomia, integração e participação na
sociedade. O papel da assistência social nesta Política é a de efetivar ações
de proteção e inclusão social.
No entanto, os direitos
conquistados em lei pela população brasileira em geral, e pelos idosos em
particular, não garantiram a implementação de políticas e ações que respondam
às reais necessidades de proteção social. Os serviços de atenção à população
idosa na cidade de São Paulo são insuficientes frente à grande demanda,
especialmente para os mais pobres que utilizam e dependem totalmente dos
recursos da rede pública.
É grande a queixa dos idosos
sobre a falta de educação e de como são tratados, por exemplo, nos transportes
coletivos por inúmeros motoristas e cobradores, demonstrando o desrespeito e a
falta de preparo da população em geral para o convívio com os mais velhos.
O crescimento do número de velhos
trouxe mais visibilidade ao segmento, mas a sociedade precisa reformular sua
concepção de velhice. É necessário que se lance um novo olhar para o idoso e
tratá-los com mais respeito e dignidade.
Simone de Beauvoir no livro “A
Velhice”, diz:
…”para reencontrar uma visão de
nós mesmos, somos obrigados a passar pelo outro: como esse outro me vê?
Pergunto-o ao meu espelho. A resposta é incerta: as pessoas nos vêem ,cada uma
à sua maneira e nossa própria percepção, certamente não coincide com nenhuma
das outras”. (Beauvoir, 1990:363)
http://www.partes.com.br/
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