French for preschool, childcare, primary schools and secondary schools 
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Um estudo publicado esta semana pelo prestigiado periódico Brain apontou que idosos com mais anos de educação demoram mais tempo para desenvolver a doença.

A pesquisa acompanhou quase 4 mil idosos franceses por 20 anos consecutivos fazendo avaliações cognitivas a cada cinco anos.  Um pouco mais de 400  idosos desenvolveram a Doença de Alzheimer e aqueles com maior nível educacional começaram a ter um leve declínio cognitivo 15 a 16 anos antes do diagnóstico de demência.  Já aqueles com menos anos de escola começaram a ter declínio sete anos antes do diagnóstico.  Os anos a mais de escola retardaram o aparecimento da doença em cerca de sete anos.

Já se conhece bastante sobre as alterações cerebrais morfológicas e fisiológicas associadas ao processo de envelhecimento normal. Há uma progressiva redução do número de conexões entre os neurônios e significativo acúmulo de substâncias associadas ao envelhecimento que dificultam o pleno funcionamento cerebral.

Do ponto de vista funcional, essas alterações estruturais só começam a ter impacto após a sexta década de vida. Em média, só a partir dos 60 anos é possível confirmar declínio de capacidades psicométricas, com exceção da fluência verbal que declina levemente já na quinta década de vida. O declínio dessas capacidades é muito modesto até os 80 anos, quando se torna mais acentuado em pelo menos 50% dos indivíduos.

Um conceito fundamental para entendermos melhor como investir bem em nosso cérebro é o conceito de Reserva Cerebral. Se o nosso cérebro tem uma tendência natural a perder um pouco de seu desempenho em idades mais avançadas, quanto mais conexões formarmos no decorrer da vida, quanto mais aumentarmos nosso repertório, menor a chance de que pequenas perdas estruturais tenham repercussão funcional. 

E o que dirá quando o indivíduo apresenta doença cerebral como a Doença de Alzheimer? Maiores reservas fazem com que mais tempo de doença seja necessário para que ela se manifeste clinicamente.  Mais conexões permitem que o cérebro lance mão de vias alternativas para driblar a doença. E foi isso que a presente pesquisa sugere.
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