Não se acomode na arquibancada da vida
ou como um lenço solto refém da ventania
como um barco sem leme ao sabor da tormenta
como um nômade seguindo uma horda estrangeira
ou um segurado por grilhões, no imobilismo do medo
no conforto irreal de um refugiado de si, um sedentário
Encare-se, reaja, tome-se e desça para o picadeiro
rabisque, rascunhe, projete, viva seu itinerário
mesmo que seja para reescrevê-lo, reeditá-lo
segundo as exigências sempre mutantes da realidade -
mais sagaz que supunham todos os visionários
mas, mordaz para quem só toma de um escapulário
Não tema a magnitude da montanha gelada
nem os mistérios oceânicos ou os vastos desertos
sua essência é indômita, forjada para o frio e o fogo
nela dormita um gigante hercúleo, um bravo guerreiro
um aguerrido tirano dos muros, um desbravador de mundos
é bastante sacar da coragem guardada no seu relicário
Seja referência, reverencie-se... Não se apequene!
Faça-se, refaça-se e faça, agora mesmo!
Simone Moura e Mendes
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