É natural que haja sempre a negação e aquela
famosa pergunta que surge lá do fundo;
“por que eu?”, quando uma imensa e pesada missão cai do nada nas nossas mãos –
a de cuidar de quem sempre cuidou de nós. A troca dos papéis aonde viramos os
pais dos nossos pais.
Passaremos a proteger quem sempre nos protegeu. Aquela
pessoa que era tudo, o exemplo, o nosso porto seguro, se tornou um ser frágil,
muito frágil, indefeso e confuso. Mais confusa ainda fica a nossa vida, nossa
mente, nossas expectativas, nossos planos para o futuro, nossa vida
profissional e sentimental.
Só quem passa pela mesma situação poderá entender
do que estou falando. É preciso viver junto à loucura para entendê-la, é
preciso se despir de qualquer preconceito e de ressentimentos para aceitá-la. É
PRECISSO SE ENCHER DE AMOR E PACIÊNCIA para que não haja remorso ou culpa no futuro. É preciso ter
coragem de viver o dia-a-dia de uma doença progressiva e ter a humildade diante
da incapacidade de mudar essa situação.
Com o passar do tempo à aceitação nos
trará o conforto, em pensar que afinal, somos capazes sim, de cuidar e de amar
incondicionalmente e esse é o maior aprendizado e a maior recompensa é o bem
que faz à alma, quando conseguimos
driblar os obstáculos, superar a cada dia nossos medos e nossas
angústias para cumprirmos nossa missão. Certamente ao final dessa caminhada,
estaremos sozinhos, pois muitos nos deixarão na estrada, mas isso não vai
importar muito pois a alma estará em paz. ( Telma Lomba).
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