"A liberdade é como um
pássaro que voa para todo lugar sem limites mas, não tira a liberdade do vôo do
outro"
Os movimentos, formas e cores
compõem nossas vidas as quais surgem os desafios, como cuidar de um ser amado com
demência significa colocarmo-nos em
constante estresse, a dor bate violentamente e
muitas vezes acompanhado da
revolta e paralelo a estas emoções o leve estremecer da alma nos confundem, a
oscilação dos momentos de nosso familiar adoentado retratando
fases em que eles ora estão
agitados e querendo “ir para casa”. Frases desconhecidas, ora ligadas ao passado em que historicamente
faziam parte, ora dão ensejo ao delírio seja pela fragilidade orgânica ostensiva que os arrebata através de
infecções que são notadas em exames de sangue, urina ou fezes, nem sempre acompanhada de febre, ora são
velhos e crianças simultaneamente, vencendo o calvário da doença que os aflige
intensamente .
Todo o nosso cotidiano como
cuidadores se transforma, em inquietação e o desânimo são nossos companheiros aliados, súbitos e inesperados. Ao dar os medicamentos
necessários no tratamento que visa amenizar os sintomas ou retardar a evolução
da doença, muitas vezes eles na
imprecisão de suas habilidades e emoções , os jogam fora ou escondem embaixo da
língua.
Assim sem fronteiras somos sistematicamente convidados a enfrentar
grandes desafios como um dos mais graves: O desmembramento da família
quando os antigos desacertos se fazem
presentes e tornam-se mais ostensivos frente a doença incurável e é sempre na
figura dos cuidados e responsabilidades que geralmente recaem em um só responsável
mesmo oriundo de uma numerosa família.
Para ilustrar melhor sobre o
assunto família, cito o exemplo da minha amiga Tina que desabafa:Houve um tempo que eu via minha
mãe andar, fazer a comida pra 9 irmãos, papai e ainda um tio nosso (irmão dela)
achava que aquela mulher tão forte e tão cheia de energia jamais iria envelhecer, que ela estaria sempre lá, nos
olhando, educando, falando, dando os tapinhas na hora certa, penteando nossos
cabelos e nos indicando o caminho certo, o caminho que ela conhecia dentro das
possibilidades da educação dela, mas, era um bom caminho. E hoje quandoo olho pra
ela, e vejo que não sabe nem onde quer ficar sentada, nem escolhe o que quer
comer, minha ficha cai : "Como será o meu futuro"? Só a Deus
pertence!!!!
Um adendo: A Tina embora tenha uma numerosa família constituída, cuida sozinha de sua mãe Marieta, sendo que embora seus irmãos moram muito próximos, raramente a visita, assim como eu, com dois irmãos, nunca se preocuparam com a saúde física ou mental da minha mãe.
Assim estagnação e a dor se fazem presente,
estancam-se os esforços físicos e emocionais intensos para gerir o desgaste do
acompanhamento deste familiar adoecido, como é difícil fincar os pés no chão se
presenciamos a perda do ente querido que esteja se distanciando do que nos
representou, seja através de diálogos cada vez mais raros, o olhar mais
distanciado, os passos mais incertos, o corpo menos resistente Usamos a força do braço num
abraço, sempre chamados a tentar novos desafios a romper limites.
O esgotamento físico e emocional do cuidador se torna parceria, mesmo por que evitar o desgaste é uma estratégia muito difícil, procuramos, entretanto, estabelecer rotina, relatórios , promovemos toda a organização do lar em torno deles e muitas vezes nos perdemos nas sutilezas das mudanças bruscas do humor que acompanha o doente , sentimo-nos partidos e cansados. A doença se transforma em sua essência como uma ladeira em declive vislumbrando as surpresas diárias: o inesperado.
Fazer acompanhamento de rotina com exames e consultas, quando vivemos em torno de um doente com DA é imprescindível, porém com toda a situação que vivenciamos, machucamos-nos intimamente gerando em nós angustia em relação aos baques que a dor do ser amado nos provoca de forma intensa e incluindo os sustos quase que diários , mesmo que não queiramos percebemos que a solidão torna-se uma constante, ficamos numa ilha sem direito ao olhar pelas frestas e perante uma porta travada pela insegurança e muitas vezes o medo a denunciar as baladas de uma suposta campainha.
O esgotamento físico e emocional do cuidador se torna parceria, mesmo por que evitar o desgaste é uma estratégia muito difícil, procuramos, entretanto, estabelecer rotina, relatórios , promovemos toda a organização do lar em torno deles e muitas vezes nos perdemos nas sutilezas das mudanças bruscas do humor que acompanha o doente , sentimo-nos partidos e cansados. A doença se transforma em sua essência como uma ladeira em declive vislumbrando as surpresas diárias: o inesperado.
Fazer acompanhamento de rotina com exames e consultas, quando vivemos em torno de um doente com DA é imprescindível, porém com toda a situação que vivenciamos, machucamos-nos intimamente gerando em nós angustia em relação aos baques que a dor do ser amado nos provoca de forma intensa e incluindo os sustos quase que diários , mesmo que não queiramos percebemos que a solidão torna-se uma constante, ficamos numa ilha sem direito ao olhar pelas frestas e perante uma porta travada pela insegurança e muitas vezes o medo a denunciar as baladas de uma suposta campainha.
O cuidador familiar é o alvo
certo destas horas incertas, precisamos estar cientes disto para sofrer menos,
sempre enfocando a palavra COMANDAR a
situação e a comparo a um barco com
âncoras de um porto mais seguro retratando a importância do conhecimento acerca
da doença, se cometermos o equívoco de ficar respondendo as perguntas repetitivas
e as acusações que fatalmente será alvo do paciente amado, discutindo os
pensamentos desequilibrastes, adoecemos.
Cuidar, afagar, organizar a
rotina com horários e agendas, comandar o lar com postura de CONHECIMENTO, é
exatamente a firmeza da qual o
cuidador deveria em tese ter, com atenção ao familiar, sem se deixar dominar
por ele a ponto de se sentir mal e angustiado.
Organização é a palavra chave, e o conhecimento das reações do portador sendo necessário para a construção do fortalecimento interior, este familiar adoentado com perdas significativas de memória irá retratar suas angústias com ataques pessoais em torno de seu acompanhante , com palavras pesadas e acusações, isto de certa forma dói intimamente , faz sofrer, martiriza, neste declive em que nos pega desprevenidos , uma boa estratégia é procurar dialogar com amigos e parentes sobre estes surtos e reações que inevitavelmente poderá ocorrer dentro do nosso lar, assim criamos mecanismo de defesa interior, para não se deixar influenciar por estas situações .
Organização é a palavra chave, e o conhecimento das reações do portador sendo necessário para a construção do fortalecimento interior, este familiar adoentado com perdas significativas de memória irá retratar suas angústias com ataques pessoais em torno de seu acompanhante , com palavras pesadas e acusações, isto de certa forma dói intimamente , faz sofrer, martiriza, neste declive em que nos pega desprevenidos , uma boa estratégia é procurar dialogar com amigos e parentes sobre estes surtos e reações que inevitavelmente poderá ocorrer dentro do nosso lar, assim criamos mecanismo de defesa interior, para não se deixar influenciar por estas situações .
Quando o paciente de
demência promove a desarmonia
doméstica, fruto do seu desajuste cognitivo, está de uma certa forma chamando a
atenção para si, podemos por outro lado, nos
socorrer a estratégias como mudança da conversa, ou afirmar suas insinuações,
que são decorrentes do mal estar gerado pela própria doença,neste momento
procuramos não entrar em conflito o contrariando em suas afirmações ou
acusações.
Lidar com este paciente requer
criatividade a todo o momento, podemos dar-lhes tarefas simples para que se
sinta útil como conservar uma caixa de
panos de prato e lençol, e pedir para que dobre as peças, dispor de caixas de
brinquedos não tóxicos como bolas de borracha, bonecas e brinquedos diversos, este familiar além de
sentir-se útil estará participando do ambiente em que vive.
Estabelecer rotinas inclui
deixá-los ouvir músicas com DVD apropriados para interagir com ele, procure
observar a reação de seu doentinho em frente
a televisão, evite programas que podem levá-lo ao desgaste emocional,
com tanto programas que visam abusos emocionais abordando assuntos sobre
crimes e noticiários descabidos, procure se precaver com horários e escolha de
canais ou sugestão de compras de DVD que o faça bem, com músicas e filmes
agradáveis, assim vamos criando em torno deles um ambiente mais favorável
possível.
O sol da manhã ou do final da
tarde contém vitaminas excelentes para o organismo do idoso e da criança, se
ele não conseguir andar, improvise uma cadeira de rodas, estas simples atitudes
podem contribuir para uma melhor qualidade de vida.
Nuca se esqueça
de você que cuida, tente sair, passear e arejar, ao menos dar umas
voltas no quarteirão, dialogar com vizinhos e os raros amigos que ainda
conservamos na função de cuidar de algum familiar com demência, você é importante
e só o tempo acalma a dor e vai embora deixe a luz do dia te iluminar
suavemente.
http://alzheimernafamilia.blogspot.com.br/
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