1. Distrair e redirecionar a atenção da pessoa
com DA.
Quando a pessoa com DA estiver
cansada, desorientada, com medo, frustrada, com desconforto por não ter alguma
necessidade sua satisfeita, ela pode responder a isso tendo comportamentos
alterados ou até reações catastróficas (atitudes explosivas) como: gritos,
tentativa de agressão, querer quebrar tudo, choro desesperado. Embora cada pessoa seja diferente
da outra, especialmente quem tem Doença de Alzheimer (DA), algumas estratégias
podem ser eficientes para ajudar o CUIDADOR a lidar melhor com isso:
- Afastar-se da pessoa com DA e
imediatamente analisar a situação: ver se ela corre algum perigo de fugir,
machucar a si ou outro alguém. Objetos cortantes, pesados e fáceis de atirar já
devem ter sido retirados do ambiente muito antes como medida de prevenção e
melhorar a segurança de todos.
- Falar com calma (de longe),
frases curtas que a acalmem ou a distraiam, que a confortem, lhe deem segurança
e que lhe sejam agradáveis, são atitudes mais indicadas. JAMAIS DISCUTIR OU
GRITAR COM ELA. Se perceber que ela não se agitou mais e que já esteja mais
calma, convide-a carinhosamente para ir a outro cômodo da casa para ajudar você
a fazer alguma coisa (que ela goste de fazer), ou tomar um lanche, um suco,
ligar para alguém que ela goste muito. Não é indicado convidá-la a passear num
momento desses.
- Caso não perceba melhora no comportamento, peça ajuda de algum
vizinho, amigo ou parente mais próximo.
- Após a situação estiver
controlada, é importante lembrar o que aconteceu antes e depois do
comportamento alterado para tentar descobrir o “gatilho”, ou seja, aquilo que
pode ter provocado reações como esta. Geralmente comportamentos difíceis ou
catastróficos provém do ambiente como:pouca iluminação, fralda suja, fome,
alguma visita que chegou, alguém que saiu, barulho, algum objeto (espelho, peça
de decoração, quadro), efeito de alguma medicação, atitude não adequada do
cuidador ou até mesmo sede, cansaço, dor, sono.
- O ideal é ter um caderninho para
fazer as anotações, cada vez que isto acontecer, de maneira organizada. Então,
escreva objetivamente nele: o que aconteceu ANTES, DURANTE (é o comportamento
que teve) e DEPOIS. Isto poderá ajudá-lo, com o tempo, a descobrir o que
provocou o comportamento difícil e tentar mudar o que seja possível, na
tentativa de evitar outros episódios como este.
- Se isto se repetir com mais
frequência, é indicado conversar com o médico para ver o que é possível fazer
para evitar ou aliviar esta situação.
2. "Calce os sapatos" da pessoa que
tem DA.
Quando seu ente querido estiver
com os sentimentos à flor da pele, calce os sapatos dele. Encarar as coisas sob
seu ponto poderá dar a você mais paciência
e a ele, mais conforto e calma. Sabemos que os resultados dependem muito
de cada um, do motivo que o leva a sentir e agir desta ou daquela maneira. Pode
ser: o ambiente físico em que vive, a abordagem do cuidador, a medicação, a
própria doença... mesmo assim, voz calma, toque suave, sorriso no rosto e
palavras doces, são as melhores estratégias de alívio da dor e aumento do amor.
Pense nisso.
3. Previna fugas quando sair de casa.
Sempre que sair de casa com a
pessoa com DA, coloque uma pulseira contendo nome e telefone de contato e, se
possível, que esteja escrito a informação de que ela tem dificuldades com a
memória, ou então na roupa dela, escrito o nome e um telefone, caso aconteça de
perder-se.
É recomendado que o cuidador
sempre tenha na carteira uma foto recente de seu rosto, para facilitar no
momento da procura, caso perca-se dela. Nunca deixe a pessoa com DA sozinha,
nem por alguns poucos instantes, nem em casa e muito menos quando estão fora de
casa. Mesmo que ela nunca tenha dado motivos como fugir ou pendurar-se em
alguma janela, por exemplo.
A pessoa com DA é imprevisível.
Você está numa loja ou num shopping, vai ao banheiro e diz assim para ela: “Não
saia daí porque eu estou aqui ao lado já volto!” Só que ela já não consegue
mais lembrar informações recentes, nem sabe mais o que é perigoso, então vai
esquecer o que você disse e agir conforme seus impulsos.
4. Distrair ao invés de discutir.
Quando seu ente amado teimar em
sair de casa sozinho, não diga “você não pode sair sozinho!!” E sim: “antes de
sair, você poderia me ajudar a dobrar essas roupas?” Tente por este caminho.
Distrair é a melhor opção, pois logo a pessoa poderá esquecer sua
intenção. Negar, brigar, gritar, perder
o controle, será muito pior, tenha certeza. Então, experimente pedir ajuda em
algo que seja significativo para ele e que goste fazer (tomar um suco, comer um
doce, procurar alguma foto, cuidar de plantas ou de um animalzinho de
estimação, arrumar uma cama, enfim, algo que ainda consiga fazer e mesmo que
faça mal feito). Se der uma tarefa difícil, poderá cansá-lo e isto é muito
ruim, pois poderá levá-lo a comportar-se de maneira agitada ou agressiva.
5. Quando seu amado com Doença de Alzheimer apresentar comportamento
de ficar andando de um lado para o outro sem rumo:
1. Fique atento quanto à sua segurança,
trancando portas e janelas, pois é um momento perigoso para fugas.
2. Não deixe à vista: chaves de carro, bolsas,
sapatos, óculos de sol, bonés, que possam lembrá-lo de sair.
3.
Retire do ambiente tapetes, móveis baixos e coloque protetor naqueles
cujas quinas possam ferir.
4. Dê
uma tarefa agradável para ele fazer, mudando-o de ambiente e pedindo sempre
para que o ajude nisso, na tentativa de distraí-lo.
5. Procure
acalmá-lo, com voz suave e com palavras que o conforte e acalme.
6. Se
este comportamento não estiver fazendo nenhum mal a ele ou a outros, deixe-o
andar por um tempo e tente distraí-lo novamente mais tarde. Mas não o recrimine
ou brigue com ele por isto, porque pode piorar a situação.
LEMBRE que seu amado não consegue refletir
sobre seu comportamento. Você sim.
http://www.institutoalzheimerbrasil.org.br/
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