sexta-feira, 14 de março de 2014

ALZHEIMER: A EVOLUÇÃO DA DEMÊNCIA - AGRAVAMENTOS

A demência é definida como uma síndrome de perda global da função cognitiva, especialmente memória, o que é suficiente para prejudicar o desempenho social ou ocupacional do indivíduo.

O início da demência é gradual e depois a doença se torna mais rapidamente progressiva. Em geral, inicia-se com a deterioração da memória para fatos recentes, enquanto o indivíduo ainda pode reter a capacidade de recordar experiências remotas. O indivíduo começa a apresentar dificuldade para lembrar nomes, tais como nomes próprios, nomes de pessoas, nomes de ruas, de objetos, entre outros. Esse fato passa desapercebido dos familiares e do próprio paciente por não se tratar de algo muito marcante. Com o passar do tempo, entretanto, essa perda de memória vai se acentuando, comprometendo assim a comunicação com os familiares e outras pessoas. Essa falha de memória tende a retroceder progressivamente, até envolver, por fim, os primeiros anos de vida.

Os transtornos de memória vão se agravando, e o paciente passa a ficar angustiado e tenso, pois percebe o que está acontecendo consigo, havendo um declínio de interesses, tornando-se cada vez mais egocêntrico, agitado e intolerante. Passa a ter dificuldade para se relacionar com os amigos, deixando de frequentar festas, reuniões familiares e de participar em atividades comuns e de lazer. Isso é reforçado pelo grupo social, que percebe as dificuldades de memória e raciocínio que a pessoa começa a apresentar, e deixam de solicitar sua opinião em conversas, não levam em consideração o que ela diz, trocam olhares com outras pessoas quando o indivíduo começa a falar, deixando-o cada vez mais isolado e fora do grupo, o que é percebido pela pessoa em questão, que, desolada, passa a não querer mais ter um contato constante com o grupo, evitando assim constrangimentos.


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O discernimento passa a ser defeituoso, as emoções tendem ao embotamento e o indivíduo mostra-se propenso ao mau humor e às alterações. Aos poucos seu vocabulário vai se empobrecendo e a pessoa vai ficando retraída, apática, distante e isolada, não se interessando por nada, afastando-se cada vez mais do meio em que vive, dos fatos e situações. Deixa de executar também atividades corriqueiras, apresentando dificuldades no uso de objetos diários, esquecendo-se também onde guardou as coisas.

Com o passar do tempo, essas perdas cognitivas vão se acentuando, e a pessoa perde a noção de tempo e espaço. Nesse estádio, começa a se perder pelas ruas, não encontrando o caminho de casa, perdendo-se pelo bairro, e com a evolução da doença perde também a noção de hora, dia, mês e ano, e das atividades que costumava realizar durante o dia. As perturbações de postura e modo de andar tornam-se notórias, passando a ser vacilante e desajeitado em seus movimentos. Aparecem alterações do ritmo do sono, podendo o paciente tornar-se inquieto e apresentar atitudes repetitivas e perseverantes.

Todo esse quadro isola o indivíduo do convívio do seu ambiente e do convívio social, passando a viver somente no seu próprio mundo de quietude. Os estádios terminais da doença caracterizam-se por uma demência extremamente grave e uma existência vegetativa, com progressiva deterioração física, e eventualmente ficam restritos à cadeira de rodas ou à cama. Todo esse processo é característico de um verdadeiro quadro demencial, que é evolutivo e irreversível. O curso da doença é tipicamente prolongado, com progressão lenta.

Apesar de no momento não haver cura para a demência de Alzheimer, pode-se retardar a sua evolução, procurando-se profissionais especializados que possam orientar a família quanto ao tratamento a ser dado ao paciente, amenizando assim a ansiedade dos familiares, do paciente e os transtornos da doença. As pesquisas continuam, e esperamos que em um futuro próximo possamos ter a cura da demência de Alzheimer.
(Rita Maria Henriques da Silva é psicóloga clínica.)
http://idmed.terra.com.br/

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