A demência é definida como uma
síndrome de perda global da função cognitiva,
especialmente memória, o que é suficiente para
prejudicar o desempenho social ou ocupacional do indivíduo.
O início da demência é
gradual e depois a doença se torna mais rapidamente
progressiva. Em geral, inicia-se com a deterioração
da memória para fatos recentes, enquanto o indivíduo ainda
pode reter a capacidade de recordar experiências remotas.
O indivíduo começa a apresentar dificuldade para lembrar
nomes, tais como nomes próprios, nomes de pessoas, nomes de ruas, de
objetos, entre outros. Esse fato passa desapercebido dos
familiares e do próprio paciente por não se tratar de algo muito
marcante. Com o passar do tempo, entretanto, essa perda de
memória vai se acentuando, comprometendo assim a comunicação com
os familiares e outras pessoas. Essa falha de memória tende
a retroceder progressivamente, até envolver, por fim, os primeiros
anos de vida.
Os transtornos de memória
vão se agravando, e o paciente passa a ficar
angustiado e tenso, pois percebe o que está acontecendo
consigo, havendo um declínio de interesses, tornando-se cada
vez mais egocêntrico, agitado e intolerante. Passa a ter
dificuldade para se relacionar com os amigos, deixando de
frequentar festas, reuniões familiares e de participar em atividades
comuns e de lazer. Isso é reforçado pelo grupo
social, que percebe as dificuldades de memória e raciocínio
que a pessoa começa a apresentar, e deixam de solicitar sua
opinião em conversas, não levam em consideração o que ela diz,
trocam olhares com outras pessoas quando o indivíduo começa a
falar, deixando-o cada vez mais isolado e fora do grupo, o que é
percebido pela pessoa em questão, que, desolada, passa a não querer
mais ter um contato constante com o grupo, evitando assim
constrangimentos.
O discernimento passa a ser
defeituoso, as emoções tendem ao embotamento e o indivíduo
mostra-se propenso ao mau humor e às alterações. Aos poucos seu
vocabulário vai se empobrecendo e a pessoa vai ficando retraída,
apática, distante e isolada, não se interessando por nada,
afastando-se cada vez mais do meio em que vive, dos fatos e
situações. Deixa de executar também atividades
corriqueiras, apresentando dificuldades no uso de objetos diários,
esquecendo-se também onde guardou as coisas.
Com o passar do tempo, essas perdas
cognitivas vão se acentuando, e a pessoa perde a noção de tempo e
espaço. Nesse estádio, começa a se perder pelas ruas, não
encontrando o caminho de casa, perdendo-se pelo bairro, e com a
evolução da doença perde também a noção de hora, dia, mês e
ano, e das atividades que costumava realizar durante o dia. As
perturbações de postura e modo de andar tornam-se notórias,
passando a ser vacilante e desajeitado em seus movimentos.
Aparecem alterações do ritmo do sono, podendo o paciente
tornar-se inquieto e apresentar atitudes repetitivas e perseverantes.
Todo esse quadro isola o indivíduo do convívio
do seu ambiente e do convívio social, passando a viver
somente no seu próprio mundo de quietude. Os estádios
terminais da doença caracterizam-se por uma demência
extremamente grave e uma existência vegetativa, com progressiva
deterioração física, e eventualmente ficam restritos à cadeira de
rodas ou à cama. Todo esse processo é característico de
um verdadeiro quadro demencial, que é evolutivo e irreversível. O
curso da doença é tipicamente prolongado, com progressão lenta.
Apesar de no momento não haver cura para
a demência de Alzheimer, pode-se retardar a sua evolução,
procurando-se profissionais especializados que possam orientar a
família quanto ao tratamento a ser dado ao paciente, amenizando
assim a ansiedade dos familiares, do paciente e os transtornos da
doença. As pesquisas continuam, e esperamos que em um futuro próximo
possamos ter a cura da demência de Alzheimer.
(Rita Maria Henriques da Silva é psicóloga
clínica.)
http://idmed.terra.com.br/
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