terça-feira, 4 de março de 2014

DEPRESSÃO E ENVELHECIMENTO NA CONTEMPORANEIDADE

Depressão e envelhecimento na contemporaneidadeDepressão e envelhecimento na contemporaneidade

Depressão e envelhecimento na contemporaneidade

“O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã.”
Leonardo da Vinci

A depressão é um problema muito comum na velhice que se reflete numa piora significativa do estado geral do idoso e num decréscimo importante na sua qualidade de vida.
O envelhecimento é inevitável e atinge a todos os seres vivos. Ocorre gradualmente desde o nascimento e de modo diferente, dependendo da influência de circunstâncias histórico-culturais, de fatores intelectuais, de personalidade e da incidência de patologias durante o envelhecimento normal.
E mesmo quando o idoso esteja a levar uma vida mais produtiva que no passado, o declínio de certas capacidades, pode prejudicar a sua qualidade de vida.
O desejo de controlar o envelhecimento é um anseio legítimo. Embora o normal seria aceitar o envelhecimento como realidade e compreender de que se pode ser plenamente feliz em qualquer idade, a terceira idade sofre uma rejeição decorrente de um mecanismo de defesa natural do homem.
O envelhecimento causa a diminuição da plasticidade comportamental, o que também leva à diminuição da capacidade de reagir e recuperar-se do efeito de eventos stressantes. No entanto, os mecanismos de autorregulação, mantêm-se intactos na velhice, havendo a continuação do funcionamento psicossocial e bem-estar subjetivo, mesmo na presença de doenças e de outros fatores externos, que possam ser considerados incompatíveis com a satisfação, por pessoas mais jovens.
Há também o desenvolvimento de um equilíbrio entre os ganhos e as perdas. Assim, o desenvolvimento pode assumir diferentes direções e ocorrer crescimento em um domínio, e declínio em outro, sendo que o idoso pode ter um declínio na memória operacional, e um crescimento na memória declarativa ou também pode progredir em relação ao controle das emoções e sentimentos.
O envelhecimento bem-sucedido é visto como uma competência adaptativa do individuo, conforme a sua capacidade para responder com flexibilidade aos desafios resultantes do corpo, da mente e do ambiente. Esses desafios podem ser biológicos, mentais, conceituais, interpessoais ou socioeconómicos. Essa competência adaptativa é emocional, no sentido de estratégias e habilidades do individuo, para lidar com os fatores stressantes, em relação à capacidade para a resolução de problemas e no sentido de desempenho e da competência social.
A experiência mostra que assim como as características físicas do envelhecimento, as de caráter psicológico também estão relacionadas com a hereditariedade, com a história e com a atitude de cada individuo.
As pessoas envelhecem de forma diferente dependendo de como organizam suas vidas, das circunstâncias históricas e culturais em que vivem e viveram, da ocorrência de doenças durante o envelhecimento e da interação entre fatores genéticos e ambientais.
A maior parte das características dos velhos não são peculiares a uma faixa etária, uma pessoa não passa a ter determinada personalidade porque envelheceu, simplesmente mantém ou acentua características que já possuía anteriormente. Um adulto saudável e feliz, provavelmente será um velho com as mesmas características. Nem mesmo as doenças e as dificuldades físicas afectam a afetividade e maneira de encarar a vida de acordo com a visão, mais ou menos, positiva que tivermos do mundo. Flexibilidade e equilíbrio são duas condições fundamentais para um envelhecimento sem traumas.
As pessoas mais saudáveis e otimistas têm mais condições de se adaptarem às transformações trazidas pelo envelhecimento, estão mais propensas a viverem a velhice como um tempo de experiência acumulada de maturidade e liberdade para assumir novas ocupações e até mesmo de liberação de certas responsabilidades.
Na velhice o acúmulo de perdas e a aproximação da morte podem produzir um estado de tristeza com fundo depressivo.
Segundo estudos recentes 15% dos idosos necessitam de atendimento em saúde mental, e dentro desses 15%, 2% das pessoas com mais de 65 anos apresentam quadro de depressão e podem apresentar estados de paranóias, hipocondria e outros transtornos psicológicos.
O bem-estar psicológico na velhice está relacionado à autoestima, autoconceito e autoimagem, que são conceitos essenciais para o envelhecimento mental saudável, pois na velhice é exigido uma auto-aceitação das próprias limitações em varias situações da vida, e nesta aceitação é preciso também gostar de si próprio e reconhecer e valorizar as habilidades.
Existem muitos fatores que podem desencadear ou mesmo predispor ao aparecimento do estado depressivo. Seus principais sintomas são: tristeza duradoura e profunda, acompanhada de desânimo, apatia, desinteresse, problemas de sono, falta de apetite, fadiga, dores de cabeça e nas costas, podem ter maus pensamentos, sentimentos de culpa, de inutilidade, perder o gosto pela vida, e em casos mais extremos a depressão pode vir acompanhada pelo risco de suicídio.
Outro fator que pode levar à depressão nos idosos está relacionado, sobretudo, à morte de parentes, de amigos, irmãos, assim como perdas financeiras, perda de status e de papéis sociais.
A depressão produz com frequência uma queda na imunidade, diminuindo a resistência física às doenças e quando severa, o idoso pode apresentar um estado confusional semelhante ao que ocorre com a demência.
O tratamento passa por acompanhamento psicoterapêutico e apoio psicológico propiciando o alívio dos sintomas e recuperação da qualidade de vida.
A atividade, tanto física como mental, é de grande relevância no tratamento da depressão, bem como a estimulação por jogos de memória, passeios, discussões, leituras e conversas, com o objetivo de aumentar a auto-estima e contribuir para a melhora global das habilidades e para evitar o declínio que naturalmente acompanha a velhice.
Temos que ter em consideração que mesmo com a idade avançada há sempre novas possibilidades de mudanças. A criatividade continua durante a vida. As emoções de luto e de angústia, as perdas, a deterioração física, a aceitação da morte, são questões que podem ser trabalhadas em psicoterapia para alcançar a libertação do passado e atingir um novo nível de consciência.
O apoio da família nessa fase é de extrema importância, já que nessa fase da vida muitos idosos sentem solidão, e muitas vezes são desprezados e rejeitados tanto pela sociedade, quanto pela própria família.
Para uma velhice saudável é necessário encarar o futuro com esperança, mantendo uma atitude positiva, a mente ativa, viver um dia de cada vez sem preocupar-se exageradamente com o futuro, procurar não guardar mágoas, ter um bom relacionamento com a família e com grupos sociais, manter atividades estimuladoras e viver com afeto, com sentimento de identidade, com capacidade de tomar decisões e de se adaptar às novas situações.
A busca de uma vida saudável é sempre fundamental. O envelhecer pode ser um orgulho, se vivido com tranquilidade e dignidade, sem stress, sem negação, aceitando o inevitável num armazenar de saber, de experiência, de maturidade, para criar novos sentidos para a vida.
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O envelhecimento é inevitável e atinge a todos os seres vivos. Ocorre gradualmente desde o nascimento e de modo diferente, dependendo da influência de circunstâncias histórico-culturais, de fatores intelectuais, de personalidade e da incidência de patologias durante o envelhecimento normal.

E mesmo quando o idoso esteja a levar uma vida mais produtiva que no passado, o declínio de certas capacidades, pode prejudicar a sua qualidade de vida.

O desejo de controlar o envelhecimento é um anseio legítimo. Embora o normal seria aceitar o envelhecimento como realidade e compreender de que se pode ser plenamente feliz em qualquer idade, a terceira idade sofre uma rejeição decorrente de um mecanismo de defesa natural do homem.

O envelhecimento causa a diminuição da plasticidade comportamental, o que também leva à diminuição da capacidade de reagir e recuperar-se do efeito de eventos estressantes. No entanto, os mecanismos de autorregulação, mantêm-se intactos na velhice, havendo a continuação do funcionamento psicossocial e bem-estar subjetivo, mesmo na presença de doenças e de outros fatores externos, que possam ser considerados incompatíveis com a satisfação, por pessoas mais jovens.

Há também o desenvolvimento de um equilíbrio entre os ganhos e as perdas. Assim, o desenvolvimento pode assumir diferentes direções e ocorrer crescimento em um domínio, e declínio em outro, sendo que o idoso pode ter um declínio na memória operacional, e um crescimento na memória declarativa ou também pode progredir em relação ao controle das emoções e sentimentos.

O envelhecimento bem-sucedido é visto como uma competência adaptativa do individuo, conforme a sua capacidade para responder com flexibilidade aos desafios resultantes do corpo, da mente e do ambiente. Esses desafios podem ser biológicos, mentais, conceituais, interpessoais ou socioeconômicos. Essa competência adaptativa é emocional, no sentido de estratégias e habilidades do individuo, para lidar com os fatores estressantes, em relação à capacidade para a resolução de problemas e no sentido de desempenho e da competência social.

A experiência mostra que assim como as características físicas do envelhecimento, as de caráter psicológico também estão relacionadas com a hereditariedade, com a história e com a atitude de cada individuo.

As pessoas envelhecem de forma diferente dependendo de como organizam suas vidas, das circunstâncias históricas e culturais em que vivem e viveram, da ocorrência de doenças durante o envelhecimento e da interação entre fatores genéticos e ambientais.

A maior parte das características dos velhos não são peculiares a uma faixa etária, uma pessoa não passa a ter determinada personalidade porque envelheceu, simplesmente mantém ou acentua características que já possuía anteriormente. Um adulto saudável e feliz, provavelmente será um velho com as mesmas características. Nem mesmo as doenças e as dificuldades físicas afetam a afetividade e maneira de encarar a vida de acordo com a visão, mais ou menos, positiva que tivermos do mundo. Flexibilidade e equilíbrio são duas condições fundamentais para um envelhecimento sem traumas.

As pessoas mais saudáveis e otimistas têm mais condições de se adaptarem às transformações trazidas pelo envelhecimento, estão mais propensas a viverem a velhice como um tempo de experiência acumulada de maturidade e liberdade para assumir novas ocupações e até mesmo de liberação de certas responsabilidades.

Na velhice o acúmulo de perdas e a aproximação da morte podem produzir um estado de tristeza com fundo depressivo.

Segundo estudos recentes 15% dos idosos necessitam de atendimento em saúde mental, e dentro desses 15%, 2% das pessoas com mais de 65 anos apresentam quadro de depressão e podem apresentar estados de paranoias, hipocondria e outros transtornos psicológicos.

O bem-estar psicológico na velhice está relacionado à autoestima, autoconceito e autoimagem, que são conceitos essenciais para o envelhecimento mental saudável, pois na velhice é exigido uma auto-aceitação das próprias limitações em varias situações da vida, e nesta aceitação é preciso também gostar de si próprio e reconhecer e valorizar as habilidades.

Existem muitos fatores que podem desencadear ou mesmo predispor ao aparecimento do estado depressivo. Seus principais sintomas são: tristeza duradoura e profunda, acompanhada de desânimo, apatia, desinteresse, problemas de sono, falta de apetite, fadiga, dores de cabeça e nas costas, podem ter maus pensamentos, sentimentos de culpa, de inutilidade, perder o gosto pela vida, e em casos mais extremos a depressão pode vir acompanhada pelo risco de suicídio.

Outro fator que pode levar à depressão nos idosos está relacionado, sobretudo, à morte de parentes, de amigos, irmãos, assim como perdas financeiras, perda de status e de papéis sociais.

A depressão produz com frequência uma queda na imunidade, diminuindo a resistência física às doenças e quando severa, o idoso pode apresentar um estado confusional semelhante ao que ocorre com a demência.

O tratamento passa por acompanhamento psicoterapêutico e apoio psicológico propiciando o alívio dos sintomas e recuperação da qualidade de vida.

A atividade, tanto física como mental, é de grande relevância no tratamento da depressão, bem como a estimulação por jogos de memória, passeios, discussões, leituras e conversas, com o objetivo de aumentar a auto-estima e contribuir para a melhora global das habilidades e para evitar o declínio que naturalmente acompanha a velhice.

Temos que ter em consideração que mesmo com a idade avançada há sempre novas possibilidades de mudanças. A criatividade continua durante a vida. As emoções de luto e de angústia, as perdas, a deterioração física, a aceitação da morte, são questões que podem ser trabalhadas em psicoterapia para alcançar a libertação do passado e atingir um novo nível de consciência.

O apoio da família nessa fase é de extrema importância, já que nessa fase da vida muitos idosos sentem solidão, e muitas vezes são desprezados e rejeitados tanto pela sociedade, quanto pela própria família.

Para uma velhice saudável é necessário encarar o futuro com esperança, mantendo uma atitude positiva, a mente ativa, viver um dia de cada vez sem preocupar-se exageradamente com o futuro, procurar não guardar mágoas, ter um bom relacionamento com a família e com grupos sociais, manter atividades estimuladoras e viver com afeto, com sentimento de identidade, com capacidade de tomar decisões e de se adaptar às novas situações.

A busca de uma vida saudável é sempre fundamental. O envelhecer pode ser um orgulho, se vivido com tranquilidade e dignidade, sem stress, sem negação, aceitando o inevitável num armazenar de saber, de experiência, de maturidade, para criar novos sentidos para a vida.
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