Depressão e envelhecimento na contemporaneidadeDepressão e envelhecimento na contemporaneidade
Depressão e envelhecimento na contemporaneidade
Outubro 12, 2012
“O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã.”Leonardo da Vinci
A depressão é um problema muito comum na velhice que
se reflete numa piora significativa do estado geral do idoso e num
decréscimo importante na sua qualidade de vida.
O envelhecimento é inevitável e atinge a todos os
seres vivos. Ocorre gradualmente desde o nascimento e de modo diferente,
dependendo da influência de circunstâncias histórico-culturais, de
fatores intelectuais, de personalidade e da incidência de patologias
durante o envelhecimento normal.
E mesmo quando o idoso esteja a levar uma vida mais
produtiva que no passado, o declínio de certas capacidades, pode
prejudicar a sua qualidade de vida.
O desejo de controlar o envelhecimento é um anseio
legítimo. Embora o normal seria aceitar o envelhecimento como realidade e
compreender de que se pode ser plenamente feliz em qualquer idade, a
terceira idade sofre uma rejeição decorrente de um mecanismo de defesa
natural do homem.
O envelhecimento causa a diminuição da plasticidade
comportamental, o que também leva à diminuição da capacidade de reagir e
recuperar-se do efeito de eventos stressantes. No entanto, os
mecanismos de autorregulação, mantêm-se intactos na velhice, havendo a
continuação do funcionamento psicossocial e bem-estar subjetivo, mesmo
na presença de doenças e de outros fatores externos, que possam ser
considerados incompatíveis com a satisfação, por pessoas mais jovens.
Há também o desenvolvimento de um equilíbrio entre os
ganhos e as perdas. Assim, o desenvolvimento pode assumir diferentes
direções e ocorrer crescimento em um domínio, e declínio em outro, sendo
que o idoso pode ter um declínio na memória operacional, e um
crescimento na memória declarativa ou também pode progredir em relação
ao controle das emoções e sentimentos.
O envelhecimento bem-sucedido é visto como uma
competência adaptativa do individuo, conforme a sua capacidade para
responder com flexibilidade aos desafios resultantes do corpo, da mente e
do ambiente. Esses desafios podem ser biológicos, mentais, conceituais,
interpessoais ou socioeconómicos. Essa competência adaptativa é
emocional, no sentido de estratégias e habilidades do individuo, para
lidar com os fatores stressantes, em relação à capacidade para a
resolução de problemas e no sentido de desempenho e da competência
social.
A experiência mostra que assim como as
características físicas do envelhecimento, as de caráter psicológico
também estão relacionadas com a hereditariedade, com a história e com a
atitude de cada individuo.
As pessoas envelhecem de forma diferente dependendo
de como organizam suas vidas, das circunstâncias históricas e culturais
em que vivem e viveram, da ocorrência de doenças durante o
envelhecimento e da interação entre fatores genéticos e ambientais.
A maior parte das características dos velhos não são
peculiares a uma faixa etária, uma pessoa não passa a ter determinada
personalidade porque envelheceu, simplesmente mantém ou acentua
características que já possuía anteriormente. Um adulto saudável e
feliz, provavelmente será um velho com as mesmas características. Nem
mesmo as doenças e as dificuldades físicas afectam a afetividade e
maneira de encarar a vida de acordo com a visão, mais ou menos, positiva
que tivermos do mundo. Flexibilidade e equilíbrio são duas condições
fundamentais para um envelhecimento sem traumas.
As pessoas mais saudáveis e otimistas têm mais
condições de se adaptarem às transformações trazidas pelo
envelhecimento, estão mais propensas a viverem a velhice como um tempo
de experiência acumulada de maturidade e liberdade para assumir novas
ocupações e até mesmo de liberação de certas responsabilidades.
Na velhice o acúmulo de perdas e a aproximação da morte podem produzir um estado de tristeza com fundo depressivo.
Segundo estudos recentes 15% dos idosos necessitam de
atendimento em saúde mental, e dentro desses 15%, 2% das pessoas com
mais de 65 anos apresentam quadro de depressão e podem apresentar
estados de paranóias, hipocondria e outros transtornos psicológicos.
O bem-estar psicológico na velhice está relacionado à
autoestima, autoconceito e autoimagem, que são conceitos essenciais
para o envelhecimento mental saudável, pois na velhice é exigido uma
auto-aceitação das próprias limitações em varias situações da vida, e
nesta aceitação é preciso também gostar de si próprio e reconhecer e
valorizar as habilidades.
Existem muitos fatores que podem desencadear ou mesmo
predispor ao aparecimento do estado depressivo. Seus principais
sintomas são: tristeza duradoura e profunda, acompanhada de desânimo,
apatia, desinteresse, problemas de sono, falta de apetite, fadiga, dores
de cabeça e nas costas, podem ter maus pensamentos, sentimentos de
culpa, de inutilidade, perder o gosto pela vida, e em casos mais
extremos a depressão pode vir acompanhada pelo risco de suicídio.
Outro fator que pode levar à depressão nos idosos
está relacionado, sobretudo, à morte de parentes, de amigos, irmãos,
assim como perdas financeiras, perda de status e de papéis sociais.
A depressão produz com frequência uma queda na
imunidade, diminuindo a resistência física às doenças e quando severa, o
idoso pode apresentar um estado confusional semelhante ao que ocorre
com a demência.
O tratamento passa por acompanhamento
psicoterapêutico e apoio psicológico propiciando o alívio dos sintomas e
recuperação da qualidade de vida.
A atividade, tanto física como mental, é de grande
relevância no tratamento da depressão, bem como a estimulação por jogos
de memória, passeios, discussões, leituras e conversas, com o objetivo
de aumentar a auto-estima e contribuir para a melhora global das
habilidades e para evitar o declínio que naturalmente acompanha a
velhice.
Temos que ter em consideração que mesmo com a idade
avançada há sempre novas possibilidades de mudanças. A criatividade
continua durante a vida. As emoções de luto e de angústia, as perdas, a
deterioração física, a aceitação da morte, são questões que podem ser
trabalhadas em psicoterapia para alcançar a libertação do passado e
atingir um novo nível de consciência.
O apoio da família nessa fase é de extrema
importância, já que nessa fase da vida muitos idosos sentem solidão, e
muitas vezes são desprezados e rejeitados tanto pela sociedade, quanto
pela própria família.
Para uma velhice saudável é necessário encarar o
futuro com esperança, mantendo uma atitude positiva, a mente ativa,
viver um dia de cada vez sem preocupar-se exageradamente com o futuro,
procurar não guardar mágoas, ter um bom relacionamento com a família e
com grupos sociais, manter atividades estimuladoras e viver com afeto,
com sentimento de identidade, com capacidade de tomar decisões e de se
adaptar às novas situações.
A busca de uma vida saudável é sempre fundamental. O
envelhecer pode ser um orgulho, se vivido com tranquilidade e dignidade,
sem stress, sem negação, aceitando o inevitável num armazenar de saber,
de experiência, de maturidade, para criar novos sentidos para a vida.
O envelhecimento é inevitável e
atinge a todos os seres vivos. Ocorre gradualmente desde o nascimento e de modo
diferente, dependendo da influência de circunstâncias histórico-culturais, de
fatores intelectuais, de personalidade e da incidência de patologias durante o
envelhecimento normal.
E mesmo quando o idoso esteja a
levar uma vida mais produtiva que no passado, o declínio de certas capacidades,
pode prejudicar a sua qualidade de vida.
O desejo de controlar o
envelhecimento é um anseio legítimo. Embora o normal seria aceitar o
envelhecimento como realidade e compreender de que se pode ser plenamente feliz
em qualquer idade, a terceira idade sofre uma rejeição decorrente de um
mecanismo de defesa natural do homem.
O envelhecimento causa a
diminuição da plasticidade comportamental, o que também leva à diminuição da
capacidade de reagir e recuperar-se do efeito de eventos estressantes. No
entanto, os mecanismos de autorregulação, mantêm-se intactos na velhice,
havendo a continuação do funcionamento psicossocial e bem-estar subjetivo,
mesmo na presença de doenças e de outros fatores externos, que possam ser
considerados incompatíveis com a satisfação, por pessoas mais jovens.
Há também o desenvolvimento de um
equilíbrio entre os ganhos e as perdas. Assim, o desenvolvimento pode assumir
diferentes direções e ocorrer crescimento em um domínio, e declínio em outro,
sendo que o idoso pode ter um declínio na memória operacional, e um crescimento
na memória declarativa ou também pode progredir em relação ao controle das
emoções e sentimentos.
O envelhecimento bem-sucedido é
visto como uma competência adaptativa do individuo, conforme a sua capacidade
para responder com flexibilidade aos desafios resultantes do corpo, da mente e
do ambiente. Esses desafios podem ser biológicos, mentais, conceituais,
interpessoais ou socioeconômicos. Essa competência adaptativa é emocional, no
sentido de estratégias e habilidades do individuo, para lidar com os fatores estressantes, em relação à capacidade para a resolução de problemas e no sentido
de desempenho e da competência social.
A experiência mostra que assim
como as características físicas do envelhecimento, as de caráter psicológico
também estão relacionadas com a hereditariedade, com a história e com a atitude
de cada individuo.
As pessoas envelhecem de forma
diferente dependendo de como organizam suas vidas, das circunstâncias
históricas e culturais em que vivem e viveram, da ocorrência de doenças durante
o envelhecimento e da interação entre fatores genéticos e ambientais.
A maior parte das características
dos velhos não são peculiares a uma faixa etária, uma pessoa não passa a ter
determinada personalidade porque envelheceu, simplesmente mantém ou acentua características
que já possuía anteriormente. Um adulto saudável e feliz, provavelmente será um
velho com as mesmas características. Nem mesmo as doenças e as dificuldades
físicas afetam a afetividade e maneira de encarar a vida de acordo com a
visão, mais ou menos, positiva que tivermos do mundo. Flexibilidade e
equilíbrio são duas condições fundamentais para um envelhecimento sem traumas.
As pessoas mais saudáveis e
otimistas têm mais condições de se adaptarem às transformações trazidas pelo
envelhecimento, estão mais propensas a viverem a velhice como um tempo de
experiência acumulada de maturidade e liberdade para assumir novas ocupações e
até mesmo de liberação de certas responsabilidades.
Na velhice o acúmulo de perdas e
a aproximação da morte podem produzir um estado de tristeza com fundo
depressivo.
Segundo estudos recentes 15% dos
idosos necessitam de atendimento em saúde mental, e dentro desses 15%, 2% das
pessoas com mais de 65 anos apresentam quadro de depressão e podem apresentar
estados de paranoias, hipocondria e outros transtornos psicológicos.
O bem-estar psicológico na
velhice está relacionado à autoestima, autoconceito e autoimagem, que são
conceitos essenciais para o envelhecimento mental saudável, pois na velhice é
exigido uma auto-aceitação das próprias limitações em varias situações da vida,
e nesta aceitação é preciso também gostar de si próprio e reconhecer e
valorizar as habilidades.
Existem muitos fatores que podem
desencadear ou mesmo predispor ao aparecimento do estado depressivo. Seus
principais sintomas são: tristeza duradoura e profunda, acompanhada de
desânimo, apatia, desinteresse, problemas de sono, falta de apetite, fadiga,
dores de cabeça e nas costas, podem ter maus pensamentos, sentimentos de culpa,
de inutilidade, perder o gosto pela vida, e em casos mais extremos a depressão
pode vir acompanhada pelo risco de suicídio.
Outro fator que pode levar à
depressão nos idosos está relacionado, sobretudo, à morte de parentes, de
amigos, irmãos, assim como perdas financeiras, perda de status e de papéis
sociais.
A depressão produz com frequência
uma queda na imunidade, diminuindo a resistência física às doenças e quando
severa, o idoso pode apresentar um estado confusional semelhante ao que ocorre
com a demência.
O tratamento passa por
acompanhamento psicoterapêutico e apoio psicológico propiciando o alívio dos
sintomas e recuperação da qualidade de vida.
A atividade, tanto física como
mental, é de grande relevância no tratamento da depressão, bem como a
estimulação por jogos de memória, passeios, discussões, leituras e conversas,
com o objetivo de aumentar a auto-estima e contribuir para a melhora global das
habilidades e para evitar o declínio que naturalmente acompanha a velhice.
Temos que ter em consideração que
mesmo com a idade avançada há sempre novas possibilidades de mudanças. A
criatividade continua durante a vida. As emoções de luto e de angústia, as
perdas, a deterioração física, a aceitação da morte, são questões que podem ser
trabalhadas em psicoterapia para alcançar a libertação do passado e atingir um
novo nível de consciência.
O apoio da família nessa fase é
de extrema importância, já que nessa fase da vida muitos idosos sentem solidão,
e muitas vezes são desprezados e rejeitados tanto pela sociedade, quanto pela
própria família.
Para uma velhice saudável é
necessário encarar o futuro com esperança, mantendo uma atitude positiva, a
mente ativa, viver um dia de cada vez sem preocupar-se exageradamente com o
futuro, procurar não guardar mágoas, ter um bom relacionamento com a família e
com grupos sociais, manter atividades estimuladoras e viver com afeto, com
sentimento de identidade, com capacidade de tomar decisões e de se adaptar às
novas situações.
A busca de uma vida saudável é
sempre fundamental. O envelhecer pode ser um orgulho, se vivido com
tranquilidade e dignidade, sem stress, sem negação, aceitando o inevitável num
armazenar de saber, de experiência, de maturidade, para criar novos sentidos
para a vida.
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