É comum os idosos terem dificuldades de se
lembrar de determinados eventos. Se esses esquecimentos se mantêm
estáveis ou pioram lentamente, os médicos os consideram sintomas normais
do envelhecimento. Nesses casos, métodos de imageamento revelam pequena
redução do volume cerebral e certa limitação das atividades do lobo
frontal.
Os distúrbios cognitivos leves se distinguem pela recorrência dos lapsos
de memória. Além disso, os pacientes têm problemas para memorizar
acontecimentos atuais. O cérebro deles sofre atrofia em certas regiões,
especialmente no hipocampo e no lobo temporal. A atividade do córtex
cingular posterior e da região intermediária entre os lobos temporal e
parietal (lobo temporoparietal) também se reduz. A evolução desse tipo
de distúrbio é variável e deve ser supervisionada por um médico em
intervalos regulares de tempo.
Quando os problemas de memória e alterações anatômicas do cérebro
aumentam rapidamente, é quase certo que o diagnóstico seja a doença de
Alzheimer. Além de não se lembrarem dos acontecimentos passados, os
pacientes têm dificuldades de memorizar novas informações.
Os primeiros
indícios geralmente revelam mais de uma função cognitiva afetada, como
fala e concentração. Nos estágios mais avançados, todas elas costumam
ficar comprometidas. Os exames de imagens mostram nítida diminuição do
tamanho do hipocampo desses pacientes, bem como do córtex cingular
posterior e do lobo temporoparietal. Na fase final da doença as lesões
comprometem também todo o córtex frontal.
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A notícia do Alzheimer | ||||||
A notícia do Alzheimer abala qualquer
família, e poucas estão preparadas para a responsabilidade e a
sobrecarga que é cuidar de um portador da doença.
A Associação
Brasileira de Alzheimer (Abraz) oferece apoio e orientação sobre
tratamento e aspectos cotidianos do acompanhamento do paciente. Formada
por parentes de portadores e profissionais de saúde, a Abraz está
presente em 16 estados. Tel.: 0800-55-1906. Site: www.abraz.org.br
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Promessas diagnósticas | ||||||
Além dos testes
neuropsicológicos, da ressonância magnética e da tomografia por emissão
de pósitrons, os cientistas contam com uma nova ferramenta para
identificar as alterações anatômicas típicas da doença de Alzheimer: o
imageamento por tensor de difusão (DTI, na sigla em inglês). Trata-se de um tipo de ressonância magnética que permite a
caracterização da estrutura de tecidos fibrosos (como as fibras
nervosas) por meio de medidas locais da difusão de moléculas de água.
Nos tecidos saudáveis, elas correm ao longo dos axônios; na doença de
Alzheimer a membrana axonal é danificada, atrapalhando a movimentação
dessas moléculas. A DTI mede essa diferença e revela lesões muito
precoces. Outra inovação na área de diagnóstico por imagem foi anunciada em 2005
por pesquisadores japoneses do Instituto Riken de Pesquisas Cerebrais,
em Saitama.
Eles conseguiram tornar visíveis as placas de proteína
amilóide no cérebro de ratos com Alzheimer, no qual foi injetada uma
molécula capaz de ultrapassar a barreira hematoencefálica e se fixar nos
depósitos de proteína. A substância injetada foi marcada com flúor-19,
que aparece em destaque nas imagens de ressonância magnética e, logo,
revela a localização precisa das placas amilóides. O procedimento ainda
está em fase de testes em animais.
Alterações na bioquímica cerebral também podem ser usadas para fins
diagnósticos. Harald Hampel, da Universidade Ludwig-Maximillian, em
Munique, aposta na proteína tau modificada. Nos pacientes com Alzheimer
ela apresenta fosfato em excesso, o que compromete sua função de suporte
e faz com que os neurônios percam estabilidade. Como a proteína tau é
encontrada também no liquor, pode ser facilmente coletada e
converter-se, no futuro, em um marcador biológico da doença de
Alzheimer.
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quarta-feira, 5 de março de 2014
LIMITES DO CONHECIMENTO
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