sexta-feira, 21 de março de 2014

ANSIEDADE E DEPRESSÃO AFETAM CUIDADORES DE PACIENTES COM ALZHEIMER


Conviver com pacientes portadores da doença de Alzheimer e outras demências pode provocar depressão e ansiedade. A maioria das famílias dos pacientes não está preparada para lidar com a enfermidade, que exige cuidados especiais. As demências afetam 36 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo que a doença de Alzheimer é responsável por cerca de 1,2 milhão de pessoas no Brasil.

O diagnóstico da doença é um divisor de águas na vida dos pacientes e também dos familiares. “É preciso se preparar para acompanhar o paciente de uma doença degenerativa como o Alzheimer, que, embora não tenha cura, com o tratamento adequado pode ter a sua evolução controlada. Além das questões do dia a dia, quem convive com o paciente enfrentará uma série de dilemas e dificuldades que gerará estresse, ansiedade e até depressão. Portanto esse cuidador também precisa de atenção e orientação”, explica o neurologista Rodrigo Rizek Schultz, um dos responsáveis pelo Projeto de Reuniões de Cuidadores do Núcleo de Envelhecimento Cerebral da Universidade Federal de São Paulo.

De acordo com Schultz, desconhecer a doença pode provocar angústia no cuidador. “Cada fase da doença possui características próprias. Além disso, cada paciente tem uma evolução diferenciada e necessidades específicas. É difícil para o leigo lidar com tudo isso. É normal o cuidador se sentir ansioso, por isso é recomendável ele conhecer a doença e lembrar que ele também necessita de cuidados”, acrescenta o especialista.


O Alzheimer, uma doença progressiva e degenerativa, causada pela deterioração das células do cérebro (neurônios), representa de 50 a 70% das demências. A demência é considerada uma síndrome (grupo de sinais físicos e sintomas) que apresenta três características principais: esquecimento ou problemas de memória, alterações no comportamento (agitação, insônia, choro fácil) e perda de habilidades (dirigir, vestir-se, cozinhar). A doença de Alzheimer se manifesta, primeiramente, na memória recente, aquela que armazena as informações mais novas. Na evolução, pode acometer a linguagem, a habilidade de encontrar palavras, dar nome a objetos, lembrar-se de nome de parentes. A enfermidade tem três fases: a inicial, a moderada e a grave.


“Embora não haja cura para a doença, alguns medicamentos podem melhorar a agitação do paciente e também diminuir a velocidade de progressão dos sintomas cognitivos. É o caso da memantina, indicada na fase moderada a grave. A substância impede os efeitos de níveis patologicamente elevados de glutamato, que podem levar à disfunção neuronal, e evita que o neurônio fique exposto a um fluxo excessivo de cálcio, um dos mecanismos responsáveis pela morte celular”, finaliza o especialista.
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