Conviver
com pacientes portadores da doença de Alzheimer e outras demências pode
provocar depressão e ansiedade. A maioria das famílias dos pacientes
não está preparada para lidar com a enfermidade, que exige cuidados
especiais. As demências afetam 36 milhões de pessoas em todo o mundo,
sendo que a doença de Alzheimer é responsável por cerca de 1,2 milhão de pessoas no Brasil.
O diagnóstico da doença é um divisor de águas na vida dos
pacientes e também dos familiares. “É preciso se preparar para
acompanhar o paciente de uma doença degenerativa como o Alzheimer, que,
embora não tenha cura, com o tratamento adequado pode ter a sua evolução
controlada. Além das questões do dia a dia, quem convive com o paciente
enfrentará uma série de dilemas e dificuldades que gerará estresse,
ansiedade e até depressão. Portanto esse cuidador também precisa de atenção e orientação”,
explica o neurologista Rodrigo Rizek Schultz, um dos responsáveis pelo
Projeto de Reuniões de Cuidadores do Núcleo de Envelhecimento Cerebral
da Universidade Federal de São Paulo.
De acordo com Schultz, desconhecer a doença pode provocar angústia no cuidador. “Cada fase da doença possui características
próprias. Além disso, cada paciente tem uma evolução diferenciada e
necessidades específicas. É difícil para o leigo lidar com tudo isso. É
normal o cuidador se sentir ansioso, por isso é recomendável ele
conhecer a doença e lembrar que ele também necessita de cuidados”,
acrescenta o especialista.
O Alzheimer, uma doença progressiva e degenerativa, causada pela
deterioração das células do cérebro (neurônios), representa de 50 a 70%
das demências. A demência é considerada uma síndrome
(grupo de sinais físicos e sintomas) que apresenta três características
principais: esquecimento ou problemas de memória, alterações no
comportamento (agitação, insônia, choro fácil) e perda de habilidades
(dirigir, vestir-se, cozinhar). A doença de Alzheimer se manifesta,
primeiramente, na memória recente, aquela que armazena as informações
mais novas. Na evolução, pode acometer a linguagem, a habilidade de
encontrar palavras, dar nome a objetos, lembrar-se de nome de parentes. A enfermidade tem três fases: a inicial, a moderada e a grave.
“Embora não haja cura para a doença, alguns medicamentos podem
melhorar a agitação do paciente e também diminuir a velocidade de
progressão dos sintomas cognitivos. É o caso da memantina, indicada na
fase moderada a grave. A substância impede os efeitos de níveis
patologicamente elevados de glutamato, que podem levar à disfunção
neuronal, e evita que o neurônio fique exposto a um fluxo excessivo de cálcio, um dos mecanismos responsáveis pela morte celular”, finaliza o especialista.
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