Segundo uma nova pesquisa japonesa, pessoas com diabetes têm um risco
aumentado de ter um ataque cardíaco ou derrame em uma idade precoce.
Além disso, a diabetes parece aumentar dramaticamente o risco de uma
pessoa desenvolver mal de Alzheimer ou outros tipos de demência mais
tarde na vida.
O estudo incluiu mais de 1.000 homens e mulheres com mais de 60 anos
de idade. Os pesquisadores descobriram que as pessoas com diabetes eram
duas vezes mais propensas a desenvolver mal de Alzheimer em 15 anos.
Elas também eram 1,75 vezes mais propensas a desenvolver demência de
qualquer tipo.
Os pesquisadores ainda não sabem o porquê dessa ligação. A diabetes
pode contribuir para a demência de várias maneiras. Por exemplo, a
resistência à insulina, o que provoca níveis elevados de açúcar no
sangue e em alguns casos leva a diabetes tipo 2, pode interferir com a
habilidade do corpo de quebrar uma proteína chamada amiloide, que forma
placas no cérebro que têm sido associadas ao mal de Alzheimer.
Açúcar elevado no sangue (glicose) também produz oxigênio contendo
determinadas moléculas que podem danificar as células, num processo
conhecido como estresse oxidativo. Além disso, açúcar elevado no sangue, junto com colesterol alto,
desempenha um papel importante no endurecimento e estreitamento das
artérias no cérebro. Esta condição, conhecida como aterosclerose, pode
trazer demência vascular, que ocorre quando o bloqueio das artérias
(incluindo derrames) mata o tecido cerebral.
“Ter glicose alta é um fator de estresse para o sistema nervoso e para os vasos sanguíneos”, diz o professor de neurologia David Geldmacher. “A informação emergente sobre mal de Alzheimer e
glicose nos mostra que precisamos nos manter vigilantes sobre os níveis
de açúcar no sangue à medida que envelhecemos”.
Estudos que datam do final dos anos 1990 têm sugerido que pessoas com
diabetes são mais propensas a desenvolver mal de Alzheimer e outros
tipos de demência, mas a pesquisa foi marcada por definições
inconsistentes de diabetes e demência.
Os autores do novo estudo procuraram abordar essa fraqueza usando o
padrão ouro de diagnóstico de diabetes, o teste oral de tolerância à
glicose. Isto envolve dar a uma pessoa de uma bebida de açúcar depois de
ter jejuado durante pelo menos 12 horas, e então medir o quanto a
glicose permanece no sangue duas horas depois.
No início do estudo, os testes mostraram que 15% dos participantes
tinham diabetes, enquanto 23% tinham pré-diabetes, também conhecida como
intolerância à glicose. Nenhum participante tinha demência quando os testes foram feitos, mas
ao longo dos próximos 15 anos, 23% receberam um diagnóstico de
demência. Pouco menos da metade dos casos foram considerados mal de Alzheimer,
com o restante dividido entre demência vascular e demência devido a
outras causas.
Diabetes e pré-diabetes foram associadas com um risco aumentado de
diagnóstico de demência, embora a associação tenha sido mais fraca para o
pré-diabetes. O link persistiu mesmo após os pesquisadores levarem em
conta vários fatores associados com diabetes e risco de demência, tais
como idade, sexo, pressão arterial e índice de massa corporal.
O próximo passo da pesquisa é compreender se o controle de açúcar no
sangue e a redução dos fatores de risco para diabetes tipo 2 também
reduz o risco de demência. [CNN]
http://hypescience.com/
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