Um dos problemas inevitáveis do
envelhecimento é a perda de memória,
em particular, daquela que chamamos de "memória para
fatos recentes". E isso se torna um problema quando
começa a afetar o dia a dia, impactando de forma negativa o
cotidiano da pessoa, a ponto de os familiares ou amigos perceberem
mudanças nas suas atitudes.
A perda de memória pode significar um quadro
de demência, que, normalmente, ocorre após os 65 anos. Mas
para ter certeza de que se trata de demência, é
preciso ficar atento a outros sinais:
Perda de sarcasmo: o indivíduo não percebe mais
nuances de linguagem, como ironias implícitas em algumas frases.
Quedas: alteração de equilíbrio que não é
justificada por perda visual, déficit de força muscular ou
incoordenação podem ser indicativos de doença neurodegenerativa.
Perda de senso para normas sociais: isto pode ser
bastante constrangedor. A pessoa pode ter uma desinibição sexual ou
confundir o local ao ir ao banheiro.
Apatia: a falta de iniciativa e motivação para
realizar tarefas, ocorrendo pela primeira vez em um idoso, pode ser a
ponta do iceberg de um quadro depressivo ou um sinal de alarme para
demência.
Comer objetos: na demência, não é incomum que
os pacientes retomem alguns comportamentos infantis, como orolalia,
ou seja, necessidade de levar tudo à boca e muitas vezes um desejo
de comer objetos.
Perda da empatia: o indivíduo se isola e evita
situações onde deverá se expor. Permanece ranzinza a maior parte
do tempo.
Comportamentos compulsivos e ritualísticos: as
alterações de comportamento, como mania por comer apenas um tipo de
comida, mania de acumular ou empilhar coisas, podem sugerir demência
quando ocorrem pela primeira vez em uma pessoa idosa.
Assim, demência deve ser cogitada sempre que uma
pessoa idosa apresentar perda de memória associada a algum dos
sinais citados acima, e desde que isso tenha impacto nas atividades
do dia a dia do paciente. Se isso ocorrer, é preciso procurar
atendimento médico para definir o diagnóstico correto, assim como o
tratamento mais indicado. (Dr. André Felício, CRM 109.665,
neurologista, doutorado pela UNIFESP/SP, pós-doutorado pela
University of British Columbia/Canadá e médico pesquisador do
Hospital Israelita Albert Einstein/SP)
http://idmed.terra.com.br/s
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