“Quanto mais convivo com minha
mãe, atualmente portadora do mal de Alzheimer, mais aprendo sobre a enfermidade
e sobre a vida. Cuidar de um portador de Alzheimer, principalmente alguém com
quem se tem um laço de amor tão forte, é algo que te faz pensar, refletir e
sentir a vida através de uma perspectiva incomum e desafiadora.
Lidar com a demência é uma
situação que te coloca a prova a cada minuto. É necessário exercitar a
tolerância em sua última instância, do contrário, tanto você quanto a pessoa
enferma sofrerão muito e a convivência será penosa demais para os dois lados.
Neste exercício de aprendizado
senti que em primeiro lugar e acima de tudo você deve cultivar a aceitação. Aceite
que a doença é um fato. Que seu ente querido não é mais a mesma pessoa, que é
portador de uma doença cruel e que ele precisará de muita ajuda, muito
entendimento, muita paciência e carinho seu e de todos os que convivem com o
mesmo. Aceite que seu ente querido está demente e que é seu papel entendê-lo e
não ele a você. Portanto torna-se necessário uma nova forma de comunicação.
Percebi que o portador da
enfermidade passa a ser muito sensível ao som alto de vozes, ou outros
barulhos. É muito sensível a movimentos bruscos ou amplos, pois sente-se
ameaçado. É sensível as temperaturas seja quente ou fria. A pessoa também
fica sensível ao estado de espírito ou
humor das pessoas com quem convive. É como se o seu sentido extra-sensorial
ficasse mais aguçado reagindo positiva ou negativamente a energia que recebe.
As minhas sugestões não têm base
cientifica, nem médica. São apenas observações a respeito da experiência que
estou adquirindo ao cuidar da minha mãe:
Amor. O amor é o sentimento que mais provoca reações
positivas e retorno. Fale que a (o) ama muito, abrace, beije, faça carinho, o
elogie. Isto o acalmará e o fará sentir-se seguro;
Voz baixa e fala compassada. Ao
conversar com o seu ente querido fale baixo e compassadamente mantendo contato
visual. Não gesticule ou se movimente bruscamente. Se fizer movimentos que
sejam suaves e lentos. Ao fazer contato físico como pegar na mão, no braço, ou
passar a mão na cabeça, faça tudo de forma muito carinhosa;
Mantenha em sua casa uma
atmosfera calma e tranquila Quanto mais organizado, limpo e tranqüilo for o
ambiente, mais calmo a pessoa ficará;
Geralmente os portadores de
Alzheimer quanto em um estágio intermediário, recusam-se a tomar banho e quaisquer
outras atividades relacionadas à higiene pessoal. O momento do banho é um
momento especial. Como são muito sensíveis a temperatura da água, demonstram
medo da própria água, medo de cair, entre outros, faça do banho um momento
menos traumático possível. Crie um ambiente propício para receber a pessoa. Se
estiver muito frio aqueça o ambiente. Faça com que a pessoa sinta-se segura.
Lembre-se de demonstrar muito amor e carinho;
Interaja o máximo possível.
Dialogue, incentive a pessoa a falar da vida pessoal mesmo que ao falar nada
faça sentido. Não critique, não corrija, apenas demonstre interesse e respeito.
Mas não estresse a pessoa forçando uma situação, às vezes eles preferem ficar
quietos apenas;
Sorria muito, demonstre alegria, a pessoa vai reagir
positivamente;
Respeito e carinho. Lembre-se que
o que faz sentido para você não faz mais sentido para a pessoa com Alzheimer.
Ao aceitar incondicionalmente que
a pessoa está doente e que precisa de seu amor e carinho todo o restante será
intuitivo e certamente será criada uma conexão positiva e saudável.
Amor é a melhor forma de
comunicação entre todos os seres viventes neste planeta!”. ( BY CLAUDIA FRANCO)
http://ciclofemini.com.br/
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