terça-feira, 28 de maio de 2013

DOENÇA DE ALZHEIMER - O APAGAR DO CÉREBRO


Em Portugal existem mais de cinquenta mil doentes de Alzheimer, uma enfermidade que afeta profundamente o cérebro, ainda com causas desconhecidas e para a qual não existe tratamento. A primeira vez que surgiu uma descrição da enfermidade foi pelas mãos do psiquiatra alemão Alois Alzheimer, que deu o nome a este problema, e que verificou no exame post-mortem de uma paciente sua de quarenta anos que o cérebro apresentava zonas diferentes das normais. Alguns nomes conhecidos mundialmente sofrem ou sofreram desta enfermidade, como Ronald Reagan, antigo presidente dos EUA, Burgess Meredith, actor e Rita Hayworth, atriz.

A causa ainda é desconhecida, mas sabe-se que para a doença se manifestar ocorre um problema que impede a comunicação entre os neurônios, que servem de veículo de comunicação entre as células cerebrais. Desta forma, as células cerebrais vão morrendo e o cérebro deixa de enviar as ordens que permitem um correto funcionamento por parte das pessoas, que deixam de funcionar, de falar, de ter conhecimentos e deixam de ter capacidade cognitiva.

É uma doença que atinge sobretudo a 3ª idade e as vitimas situam-se na faixa etária dos 50 anos, por vezes mesmo um pouco antes. Lentamente, a doença vai causando manifestações através dos esquecimentos, das confusões, da apatia e falhas de raciocínio. Aos poucos, a autonomia do paciente decresce, precisando de todo o apoio para as mais simples tarefas.

A doença começa por aniquilar a memória e em seguida as restantes funções mentais. Os doentes perdem-se, deixam de reconhecer rostos familiares, ficam incontinentes e quase sempre acabam acamados. Os pacientes de Alzheimer têm uma expectativa de vida que vai de dois a quinze anos.

Os sintomas podem dividir-se em três fases diferentes consoante os anos em que esta perdura no doente. Nos primeiros tempos, a fase suave entre dois a quatro anos, decorre um progressivo esquecimento de coisas simples do dia a dia, que impede o paciente de continuar a trabalhar e leva também a que perca o discernimento, podendo mesmo perder-se na sua rua ou sair de casa em pijama.

A fase moderada ocorre entre os dois e oito anos após o aparecimento da doença, e consiste na incapacidade de reconhecimento de membros da família e amigos, perda de direcção, aumento da confusão e ansiedade, e não se lembrar de tarefas básicas como lavar-se ou vestir-se, alucinações e períodos de insónias. Pode ainda surgir agressividade por parte do doente, em parte devido a sentimentos de frustração.

Na última fase da doença, considerada severa, o doente precisa de estar acamado. Não reconhece nada do que se passa em seu redor e nada recorda do passado. Não compreende as palavras nem responde com elas, embora continue a reagir ao tacto, contacto visual e à música. Tem dificuldade em se alimentar e em se arranjar sozinho, não conseguindo também controlar a bexiga ou os intestinos. Nos estados mais avançados o doente perde a noção de tempo e de espaço, deixa de saber quem é, e de reconhecer o ambiente em que vive.

Não existe ainda tratamento eficaz para a doença nem possibilidade de prevenção, embora a pesquisa em relação a este problema se encontre já bastante avançada, nomeadamente no campo da genética e já existem no mercado três medicamentos para a doença, que embora não signifiquem uma cura, representam uma melhor qualidade de vida para o doente e para toda a família.
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