Em Portugal existem mais de
cinquenta mil doentes de Alzheimer, uma enfermidade que afeta profundamente o
cérebro, ainda com causas desconhecidas e para a qual não existe tratamento. A
primeira vez que surgiu uma descrição da enfermidade foi pelas mãos do
psiquiatra alemão Alois Alzheimer, que deu o nome a este problema, e que
verificou no exame post-mortem de uma paciente sua de quarenta anos que o
cérebro apresentava zonas diferentes das normais. Alguns nomes conhecidos
mundialmente sofrem ou sofreram desta enfermidade, como Ronald Reagan, antigo
presidente dos EUA, Burgess Meredith, actor e Rita Hayworth, atriz.
A causa ainda é desconhecida, mas
sabe-se que para a doença se manifestar ocorre um problema que impede a
comunicação entre os neurônios, que servem de veículo de comunicação entre as
células cerebrais. Desta forma, as células cerebrais vão morrendo e o cérebro
deixa de enviar as ordens que permitem um correto funcionamento por parte das
pessoas, que deixam de funcionar, de falar, de ter conhecimentos e deixam de
ter capacidade cognitiva.
É uma doença que atinge sobretudo
a 3ª idade e as vitimas situam-se na faixa etária dos 50 anos, por vezes mesmo
um pouco antes. Lentamente, a doença vai causando manifestações através dos
esquecimentos, das confusões, da apatia e falhas de raciocínio. Aos poucos, a
autonomia do paciente decresce, precisando de todo o apoio para as mais simples
tarefas.
A doença começa por aniquilar a
memória e em seguida as restantes funções mentais. Os doentes perdem-se, deixam
de reconhecer rostos familiares, ficam incontinentes e quase sempre acabam
acamados. Os pacientes de Alzheimer têm uma expectativa de vida que vai de dois
a quinze anos.
Os sintomas podem dividir-se em
três fases diferentes consoante os anos em que esta perdura no doente. Nos
primeiros tempos, a fase suave entre dois a quatro anos, decorre um progressivo
esquecimento de coisas simples do dia a dia, que impede o paciente de continuar
a trabalhar e leva também a que perca o discernimento, podendo mesmo perder-se
na sua rua ou sair de casa em pijama.
A fase moderada ocorre entre os
dois e oito anos após o aparecimento da doença, e consiste na incapacidade de
reconhecimento de membros da família e amigos, perda de direcção, aumento da
confusão e ansiedade, e não se lembrar de tarefas básicas como lavar-se ou
vestir-se, alucinações e períodos de insónias. Pode ainda surgir agressividade
por parte do doente, em parte devido a sentimentos de frustração.
Na última fase da doença,
considerada severa, o doente precisa de estar acamado. Não reconhece nada do
que se passa em seu redor e nada recorda do passado. Não compreende as palavras
nem responde com elas, embora continue a reagir ao tacto, contacto visual e à
música. Tem dificuldade em se alimentar e em se arranjar sozinho, não
conseguindo também controlar a bexiga ou os intestinos. Nos estados mais
avançados o doente perde a noção de tempo e de espaço, deixa de saber quem é, e
de reconhecer o ambiente em que vive.
Não existe ainda tratamento
eficaz para a doença nem possibilidade de prevenção, embora a pesquisa em
relação a este problema se encontre já bastante avançada, nomeadamente no campo
da genética e já existem no mercado três medicamentos para a doença, que embora
não signifiquem uma cura, representam uma melhor qualidade de vida para o
doente e para toda a família.
http://www.mulherportuguesa.com/
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