sexta-feira, 24 de maio de 2013

CUIDADORES E A DOENÇA DE ALZHEIMER

Os Benefícios Adquiridos por Cuidadores/Familiares que Conseguem Compreender e Aceitar a Doença de Alzheimer. 
           
Observamos no discurso dos familiares que a maior dificuldade enfrentada por eles é, inicialmente, a aceitação da doença. Após aceitá-la, as pessoas envolvidas com o portador conseguem compreender melhor a complexidade da doença, os sintomas associados e ter uma participação mais efetiva no cuidado com o doente. Além disso, aceitar que seu ente querido possui uma doença evolutiva e sem cura, pode favorecer uma maior aproximação efetiva entre o cuidador direto e p portador, o mesmo ocorrendo com outros familiares. A busca pelo apoio dos profissionais da área de saúde e o encontro com pessoas que enfrentam a mesma situação possibilita receber a orientação necessária em cada etapa da Doença de Alzheimer, compartilhar a dor e o sofrimento. Este apoio pode ser encontrado na própria comunidade (religião, amigos, vizinhos, etc.) e através dos grupos de apoio psicológicos.

A Psicologia vem, como outras áreas da saúde, aprofundando seu conhecimento e forma de atuação. Atualmente se fala até na prevenção do sofrimento de portadores de Doença de Alzheimer, buscando uma melhor qualidade de vida no estágio inicial da doença, alcançando a família através de informação, conscientização e intervenção terapêutica.

O principal objetivo nos grupos de apoio é trabalhar a aceitação da doença, os cuidados necessários com o doente, bem como, a autoestima e o autoconceito do cuidador. Refleti sobre o conjunto de valores, crenças, princípios morais, éticos e religiosos atuantes nas famílias e comunidades que passam a ter que cuidar de um portador de Doença de Alzheimer. Estes valores e crenças ficam em evidência nos momentos de dificuldade e contradição que os familiares cuidadores experienciam  durante as fases evolutivas da doença. Não existe o certo ou o errado, apenas é discutido em que momento lançar mão destes princípios e de que maneira eles podem ajudar no alivio do sofrimento e do sentimento de culpa. 

Nestes grupos, os participantes compartilham e aprendem sobre situações semelhantes que trazem angustia e sofrimento. Acreditamos que é esta a força que une e potencializa os recursos de cada participante na incessante luta ao lidar com a complexidade da Doença de Alzheimer.

Esta mudança positiva reflete também nas relações familiares favorecendo a compreensão e participação dos demais membros. Através do pedido de ajuda, seja ele explícito ou implícito, o sujeito está reconhecendo seus limites e condições pessoais como cuidadores, aliviando a sobrecarga e quebrando uma aliança muito perigosa, á que pode levá-lo ao adoecimento e a exclusão de outras pessoas.

A nosso ver, estes espaços que oferecem apoio ao cuidador/familiar, devem receber apoio das instituições públicas e assistência, para que possam auxiliar mais pessoas a superarem as dificuldades encontradas durante o processo evolutivo da doença, possibilitando a multiplicação de informações, apoio e troca.
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