Os Benefícios Adquiridos por
Cuidadores/Familiares que Conseguem Compreender e Aceitar a Doença de Alzheimer.
Observamos no discurso dos
familiares que a maior dificuldade enfrentada por eles é, inicialmente, a
aceitação da doença. Após aceitá-la, as pessoas envolvidas com o portador
conseguem compreender melhor a complexidade da doença, os sintomas associados e
ter uma participação mais efetiva no cuidado com o doente. Além disso, aceitar
que seu ente querido possui uma doença evolutiva e sem cura, pode favorecer uma
maior aproximação efetiva entre o cuidador direto e p portador, o mesmo
ocorrendo com outros familiares. A busca pelo apoio dos profissionais da área
de saúde e o encontro com pessoas que enfrentam a mesma situação possibilita receber
a orientação necessária em cada etapa da Doença de Alzheimer, compartilhar a
dor e o sofrimento. Este apoio pode ser encontrado na própria comunidade
(religião, amigos, vizinhos, etc.) e através dos grupos de apoio psicológicos.
A Psicologia vem, como outras
áreas da saúde, aprofundando seu conhecimento e forma de atuação. Atualmente se
fala até na prevenção do sofrimento de portadores de Doença de Alzheimer,
buscando uma melhor qualidade de vida no estágio inicial da doença, alcançando
a família através de informação, conscientização e intervenção terapêutica.
O principal objetivo nos grupos
de apoio é trabalhar a aceitação da doença, os cuidados necessários com o
doente, bem como, a autoestima e o autoconceito do cuidador. Refleti sobre o
conjunto de valores, crenças, princípios morais, éticos e religiosos atuantes
nas famílias e comunidades que passam a ter que cuidar de um portador de Doença
de Alzheimer. Estes valores e crenças ficam em evidência nos momentos de
dificuldade e contradição que os familiares cuidadores experienciam durante as fases evolutivas da doença. Não
existe o certo ou o errado, apenas é discutido em que momento lançar mão destes
princípios e de que maneira eles podem ajudar no alivio do sofrimento e do
sentimento de culpa.
Nestes grupos, os participantes compartilham e aprendem
sobre situações semelhantes que trazem angustia e sofrimento. Acreditamos que é
esta a força que une e potencializa os recursos de cada participante na
incessante luta ao lidar com a complexidade da Doença de Alzheimer.
Esta mudança positiva reflete
também nas relações familiares favorecendo a compreensão e participação dos
demais membros. Através do pedido de ajuda, seja ele explícito ou implícito, o
sujeito está reconhecendo seus limites e condições pessoais como cuidadores,
aliviando a sobrecarga e quebrando uma aliança muito perigosa, á que pode
levá-lo ao adoecimento e a exclusão de outras pessoas.
A nosso ver, estes espaços que
oferecem apoio ao cuidador/familiar, devem receber apoio das instituições
públicas e assistência, para que possam auxiliar mais pessoas a superarem as
dificuldades encontradas durante o processo evolutivo da doença, possibilitando
a multiplicação de informações, apoio e troca.
http://artigos.psicologado.com/neuropsicologia/
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