terça-feira, 7 de maio de 2013

AÇÕES PARA O CUIDADOR


SENTIMENTOS E EMOÇÕES FRENTE AOS DESAFIOS DA DOENÇA DE ALZHEIMER
  • Sofrimento: o conhecimento do diagnóstico nos dá a sensação de sermos os únicos no mundo a termos este problema. É natural esta sensação de perda e sofrimento decorrente. É normal lembrar-se da pessoa como era antes da doença, mas é importante não se fixar somente nestas lembranças e sim de que hoje, a pessoa com doença de Alzheimer tem outro comportamento e necessita de você mais do que nunca.
  • Inversão de papéis: com o agravamento da doença, é comum que os papeis familiares sejam invertidos, o pai / mãe passam a tratar os filhos como seus pais. É difícil aceitar que hoje, a pessoa com doença de Alzheimer passa a depender de você e não mais o contrário. Você entendendo esta inversão de papéis, estará ajudando a si mesmo como seu familiar afetado.
  • Culpa: é freqüente sentir-se culpado, e este sentimento se acentua quando pensamos como era nosso relacionamento anteriormente ou como a família está se desestruturando ou como nossas finanças estão sendo afetadas ou como perdemos a paciência e culpa por outras tantas razões. É importante buscar ajuda com profissionais especializados, nos Grupos de Apoio e nas trocas de experiências com outros familiares.
  • Revolta: é muito natural ficarmos revoltados inicialmente, assim que recebemos o diagnóstico. Podemos nos revoltar porque de repente estamos sozinhos para cuidar do nosso familiar, porque precisamos para com nossa atividade profissional, porque não temos mais tempo para tal ou porque não achamos pessoas que nos ajudem O sentimento de revolta está muito próximo do sentimento de culpa, e é importante que busquemos informações e orientações sobre o manejo da doença. Assim, com maiores informações, percebemos que nem a culpa nem a revolta precisam e devam ser cultivadas.
  • Embaraço: com a doença de Alzheimer, a pessoa por ela afetada pode ter alguns comportamentos não usuais, podendo ser um deles, o tirar a roupa ou manipular as genitálias. Não fique embaraçado por isto e lembre-se que o paciente perdeu sua noção crítica e não está percebendo o que faz. Não perca a paciência nem se isole e muito menos, isole o seu familiar. Existem alternativas para que ele não faça isso.
  • Compartilhe seus sentimentos: Você não está sozinho!!! Lembre-se sempre disto. Procure participar e compartilhar com seus familiares e demais familiares dos Grupos de Apoio de suas angústias e ansiedades. Você vai perceber que entendendo e aceitando a doença, cuidando de você mesmo, poderá oferecer melhores condições de vida ao seu familiar.
  •  Cuide de sua saúde: o cuidar de uma pessoa com doença de Alzheimer nos toma as 24 horas do dia e até mais, se fosse possível. Neste ato de cuidar, é muito comum esquecermos de que também precisamos de atendimentos médico, odontológicos, oftalmológicos e outros. É importante que você não se esqueça de si próprio porque seu familiar depende de você, e se não estiver, quem cuidará dele?
  • Alimente-se corretamente: as atividades diárias junto à pessoa com Alzheimer são inúmeras e constantes e acabamos por nos esquecer de nos alimentar corretamente. É tão comum trocarmos um almoço balanceado por frutas e bolachas, mas não permita que isto aconteça com você. A alimentação saudável é parte dos cuidados que você não deve nunca esquecer.
  • Reduza o estresse e controle suas emoções: quando sentir-se muito cansada, tensa, aflita pelo ato de cuidar constantemente de seu familiar, sentir que suas forças estão terminando, dê um tempo: saia um pouco, ouça uma música, veja um filme. Relaxe!!! Muito do exercício de cuidar de seu familiar dependerá de seu estado emocional. Dê um tempo a você mesmo. Faça algo que goste e que costumava fazer antes: bordados, leitura, deitar na rede etc. Pode parecer difícil entender que isto pode ser feito, mas precisa ser feito para que você esteja bem com você e conseqüentemente, seu familiar também se sentirá bem, pois o descontrole de suas emoções pode afetar também o estado emocional de seu familiar.
  • Busque auxilio: todos nós temos limitações e não fomos “treinados” para cuidar de uma pessoa com doença de Alzheimer. Assim, é saudável que busque auxílio sempre que necessário, seja com profissionais habilitados, seja participando de nossos Grupos de Apoio, seja trocando idéias com outros familiares. Não tente resolver tudo sozinho. Em alguns momentos você deverá tomar decisões que podem parecer muito difíceis, que poderão provocar ressentimentos e exigirão coragem. 
  • Quando não podemos deixar nosso familiar sozinho: com a evolução da doença de Alzheimer, existe o comprometimento da memória, linguagem e capacidade para lidar com determinadas situações. Isto pode levar seu familiar a esquecer de tomar os medicamentos corretos e na hora devida; pode esquecer uma panela no fogão, pode esquecer-se de desligar o gás dentre outros. Neste momento, você precisa decidir se: será melhor ele morar junto com você: não se esqueça de que o mundo da pessoa com doença de Alzheimer começa a ficar mais restrito e por isso, ele pode sentir muito a mudança de local. Se for esta a decisão, lembre-se de arrumar o espaço que ele ocupará em sua casa, com seus objetos particulares, assim ele sentirá um pouco menos a mudança e sua referência não será tão alterada ou se será melhor você contratar um cuidador formal: neste aspecto é preciso considerar os aspectos financeiros, de espaço e de empatia de seu familiar e do cuidador a ser contratado.
  • Quando não permitir que ele continue dirigindo: nosso bom senso indica que nosso familiar não tem mais condições de continuar dirigindo, porém a ação de não mais permitir é muito difícil e traumático. Lembre-se que a doença de Alzheimer compromete a noção temporo-espacial, a atenção, a habilidade viso-espacial, tomar decisões rápidas e outras. 

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