Alzheimer
O que vê não sente,
E o que sente quer ver,
O que imagina quer viver,
E o que vive só faz sofrer.
O que sou é uma miragem,
E uma miragem é o que enxergo,
Quando vou, quando chego,
Quando olho para uma simples paisagem.
Para onde olho, nada recordo,
E o que recordo, mal sei quando esquecerei,
Será repentino, não repararei,
Sinto o vazio, quando acordo.
Quando acordo, penso,
E do que ainda me lembro sorrio,
Deste profundo sonho, imenso,
A minha vida imaginária crio.
Da minha real vida já nada sei,
Nem quem sou, nem quem amei,
A mente apagou-se como uma vela a arder,
E ninguém a voltará a acender.
O passado é uma réstia de sanidade.
O presente apenas um dia mais.
O futuro uma estrada sem piedade
A minha vida, um porto sem cais.
( Autor desconhecido)
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